5 impactos positivos que o vídeo de Felca sobre ‘adultização’ pode gerar
Vídeo de youtuber que expõe o caso Hytalo Santos e denuncia 'adultização' de crianças nas redes sociais, mobiliza sociedade e pode gerar mudanças reais.

youtuber Felca virou pauta no Jornal Nacional e recebeu até convite para falar no Congresso Nacional nesta semana. Toda essa visibilidade aconteceu após ele publicar um longo vídeo em seu canal, na semana passada, denunciando a adultização e sexualização precoce de adolescentes na internet e como algoritmos das big techs e influenciadores alimentam essa rede.
O criador de conteúdo conseguiu colocar o tema — muitas vezes restrito a especialistas — no centro das conversas entre jovens, pais, influenciadores e até políticos. E a repercussão do vídeo pode gerar mudanças na forma com a questão é vista até por parlamentares.
+Entenda o caso: Felca denuncia Hytalo Santos por sexualizar menores e atrair pedófilos
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), anunciou que deve pautar projetos voltados à proteção da infância nas redes nesta semana. Além disso, a fala de Felca abriu espaço para que famílias reavaliem como crianças e adolescentes usam as plataformas digitais.
Estudo recente da Universidade Federal de Pelotas (ICEH/UFPel), mostra que, por aqui, adolescentes engravidam quatro vezes mais que em países desenvolvidos: uma em cada 23 meninas de 15 a 19 anos se torna mãe por ano.
Entre 2020 e 2022, foram mais de 1 milhão de partos de mães adolescentes nessa faixa etária — e mais de 49 mil nascimentos de mães entre 10 e 14 anos, idade em que toda gestação é, por lei, resultado de estupro de vulnerável.
Parece um termo difícil de entender, mas é importante que você saiba: pela legislação brasileira, manter relação sexual com menores de 14 anos é considerado estupro de vulnerável, mesmo com consentimento.
Ou seja, caso você, leitora de CAPRICHO, passe por alguma violência deste tipo, é preciso denunciar e a lei está do seu lado.
O alerta também pressiona as empresas que são donas das redes sociais, ou seja, as big techs, a criarem mecanismos mais eficazes contra conteúdos que sexualizam menores, reforçando filtros e regras de moderação. Outro reflexo é a união de influenciadores, educadores e organizações para criar campanhas de conscientização sobre o tema.
Discussões como essa ajudam a quebrar o silêncio, estimular o senso crítico de quem consome conteúdo online e cobrar mudanças de quem controla o ambiente digital. Às vezes, um vídeo pode ser o gatilho para um debate importante.
Abaixo, listamos 5 pontos importantes da repercussão do caso.
1. Ampliação do debate público
O vídeo coloca o tema em evidência para uma audiência que talvez não estivesse discutindo o assunto. Como Felca tem um público jovem, o alcance vai além dos especialistas e formadores de opinião tradicionais.

2. Pressão para ação política
Ao ganhar força nas redes e na mídia, a pauta pode influenciar parlamentares e órgãos de fiscalização a propor ou acelerar projetos de lei, como Hugo Motta e outros políticos já indicaram.
O assunto não é novo. Vários projetos já tramitam no Congresso visando a regulamentação da presença de menores de idade nas redes. Um dos principais é o PL 2628/2022, aprovado no Senado, e continua aguardando análise na Câmara.
Essa proposta determina que empresas de tecnologia com riscos potenciais a crianças e adolescentes devem cumprir um “dever de cuidado”, removendo imediatamente conteúdos considerados ofensivos e atuando com transparência em seus mecanismos de denúncia — sem necessidade de ordem judicial.
Outro foco pode ser a criação de mecanismos legais que responsabilizem criadores de conteúdo e plataformas, além de promover a educação digital dos usuários para coibir práticas abusivas de “adultização”.
3. Conscientização de pais e responsáveis
A exposição do problema pode fazer com que famílias repensem o acesso e o uso das redes pelas crianças e adolescentes, além de orientarem melhor sobre segurança digital.
Redes sociais podem ser um ambiente muito legal de troca e criação, mas é preciso ter um olhar cuidadoso para o uso delas. Já alertamos aqui na CAPRICHO que você não está protegido da violência sexual (e de outros crimes) por trás da tela do celular. Criminosos aproveitam a tecnologia e o anonimato na internet para aliciar jovens e se beneficiarem.
4. Responsabilização das plataformas
O vídeo reforça a necessidade de redes sociais criarem e cumprirem regras mais rígidas para proteger menores de idade, cobrando filtros, moderação e políticas de privacidade mais eficientes.

5. Engajamento coletivo
A discussão pode unir influenciadores, educadores, jornalistas e organizações em campanhas de conscientização e mobilização para combater a adultização e proteger a infância. E isso é muito importante.
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