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Toda a ancestralidade e a potência do mangue beat no desfile de ‘Nalimo’

Marca apresentou coleção 'Capiberibe, da cidade ao sertão' com elementos ancestrais e nordestinos na Casa de Criadores 54.

Por Andréa Martinelli Atualizado em 29 out 2024, 15h32 - Publicado em 28 jul 2024, 12h39
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uando as luzes se apagaram no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, um personagem símbolo do maracatu abriu o desfile da Nalimo, primeira marca indígena do Brasil, na Casa de Criadores 54 – evento que celebra a moda autoral nacional. O caboclo de lança guiou toda a energia da passarela, que recebeu a coleção “Capiberibe, da cidade ao sertão”, na noite deste sábado (27).

nalimo casa de criadores
Casa de Criadores/Divulgação
A ideia da estilista Day Molina foi celebrar, novamente, uma manifestação popular protagonizada por um rio, o Capiberibe que, segundo ela, é “majestoso, gigante, ancestral”, reforçando também a continuidade da história de Nalimo que, tradicionalmente, coloca elementos majoritariamente brasileiros na passarela. Desta vez, a palha e outras matérias-primas foram protagonistas.

 

“Essa é uma coleção que fala de memória, de tradições culturais e, sobretudo, de aprendizados passados de gerações para gerações da minha família. Aqui tem um backstage predominantemente nordestino, pernambucano, predominantemente diverso”, contou em entrevista à CAPRICHO.

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@capricho

Com Isabelle Nogueira, Fred Nicácio e Maria Casadeval na passarela, a marca autoral Nalimo mostrou a que veio na casadecriadores. Estes são os nossos momentos preferidos! #chnacdc

♬ som original – Capricho

O processo de criação envolve muito a cultura pernambucana, já que a família materna da estilista é de lá. “Eu nasci no Rio, mas minha família toda é nordestina. E a gente tem, por exemplo, a presença do mangue beat. Para mim, é uma honra ter nação zumbi presente nesse lugar quando eu, adolescente, ouvia. Então, essa relação com eles e as estampas de caranguejo, são coisas que estão muito conectadas ao meu trabalho.”

Na passarela, vimos um casting extremamente diverso, vestindo diferentes texturas e matérias-primas de forma expressiva. A palha, nesse sentido, foi um elemento muito bem trabalhado pela estilista, assim como as cores preto e vermelha, que trouxeram as estampas de caranguejo – um animal presente majoritariamente no mangue, que é um símbolo da cultura manguebeat.

Com nomes como Jorge du Peixe, vocalista da Nação Zumbi, a atriz Maria Casadevall, a manauara e ex-BBB Isabelle Nogueira e o enfermeiro e ex-BBB Fred Nicácio na passarela, a marca foi ovacionada por diversas vezes pelo público, que se relacionou com a história contada por Nalimo.

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@capricho

Hoje a Day Molina, da Nalimo, apresenta um desfile baseado em um rio. Ela, novamente, celebra sua ancestralidade, fazendo uma homenagem ao majestoso rio Capiberibe, no sertão nordestino. 💫

♬ som original – Capricho

Um dos destaques ficou com um conjunto em alfaiataria – composto por blaser e calça – em que a estampa são fotos dos ancestrais de Day Molina, a diretora criativa da marca. A modelo, para complementar a história, desfilou com uma mala de viagem.

casa de criadores 45 nalimo
nalimo casa de criadores Casa de Criadores/Divulgação

“Da cidade ao sertão conta um pouco desse trânsito nordestino, do nordeste para o sudeste, mas também o retorno para as nossas raízes, nossas origens”, finaliza.

Casa de Criadores 54 acontece até terça-feira (30) no centro histórico de São Paulo.

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