Regata branca: a peça versátil que merece um lugar em nossas produções
Nestes 5 looks, a repórter de moda da CH (re)descobriu o seu amor pelo item básico - e também pelas possibilidades que a moda pode nos proporcionar
Nos anos 1990 e 2000, as regatas brancas (ou tank tops, como também são conhecidas) eram uma das principais peças do guarda-roupa. Alça fina, mais grossa, de malha, algodão, canelada, cropped… Não importava o estilo, todo mundo tinha uma. O modelo icônico completava looks com calças jeans, cargo e até conjuntinhos de moletom, e também era figurinha carimbada nos figurinos de filmes e séries que faziam sucesso na época, como Sex and the City e Meninas Malvadas.
Há alguns anos, eu (Thais Varela, repórter de moda da CH) também tinha a minha regata branca e a usava muito. Acho que até por isso acabei enjoando do modelo e nunca mais pensei em apostar nele, apenas o excluí do meu armário. No final de 2019, várias celebridades que são fãs da moda vintage reviveram a peça e atualizaram as combinações feitas com ela. Bella Hadid, Gigi Hadid, Kaia Gerber, Kendall Jenner… Todas elas voltaram a usar os tank tops e o item se tornou uma das principais tendências do último verão.
Apesar de começar a ter um novo olhar para a peça, isso tudo ainda não tinha sido suficiente para me convencer a dar uma outra chance para as regatas brancas. Porém tudo mudou após eu ter passado estas últimas semanas em casa. Repensando o meu guarda-roupa para criar looks mais confortáveis e funcionais, o que pra mim é essencial neste período da quarentena, eu revivi a minha antiga regata e pensei: “Por que não tentar incluí-la de novo no meu visual?”
A (re)descoberta foi melhor do que eu imaginava. Versátil, a regata branca fica bem com absolutamente tudo, da calça mom jeans ao moletom. Apesar de básica, ela pode ser o complemento perfeito para peças estampadas ou mais elaboradas, além de ser uma aposta fácil para os dias em que as ideias para montar os looks não estão fluindo.
Testei várias produções com ela. Comecei com as mais confortáveis, como as calças e shorts de moletom, e depois fui montando looks que eu usaria em ocasiões mais ~arrumadas~, como a sobreposição com a camisa, a calça mom e até com a jaqueta jeans por cima, para deixar o visual com a bermuda tie-dye mais elaborado.
Essa experiência me mostrou duas coisas:
1) Mudar a forma como olhamos as peças do nosso guarda-roupa pode nos surpreender. O tempo passa e as nossas referências de moda se transformam, por isso, o que você não curtia mais pode voltar a fazer sentido – e o mesmo serve para o contrário. Por isso, separar um momento para repensar nossas roupas pode ser um ótimo exercício de criatividade, e até de autoconhecimento. É claro que, em alguns casos, os itens simplesmente não combinam mais com a gente e merecem uma segunda chance no armário de outras pessoas.
2) Revisitar o guarda-roupa é muito divertido. Não existem regras na moda e temos que tomar cuidado para não cair em papos que ditam como e o que precisamos usar. Inclusive, precisamos ficar atentar às “regrinhas” que a nossa própria cabeça pode criar sobre a maneira que devemos nos vestir. Procurar referências, testar coisas novas, brincar com o nosso visual… É para isso que serve a moda, para nos expressarmos e nos sentirmos bem. Em algum momento, eu percebi que parei de fazer isso. Apesar de trabalhar nesse universo e gostar de montar produções, eu já não arriscava mais, não ousava, não me divertia tanto. Isso tudo me mostrou o quanto é prazeroso se surpreender com um novo visual, e como é libertador fazer isso.
E você, teve alguma peça que passou a olhar com outros olhos depois deste período em casa?