Quem é Bella Freud, estilista que comanda podcast de moda do momento
Bisneta do piscanalista Freud, a designer britânica esteve no Brasil para falar do 'Fashion Neurosis', projeto em que relaciona estilo com identidade

e você não conhece Bella Freud, deve pelo menos se familiarizar com o sobrenome dela, por conta do icônico psicanalista austríaco Sigmund Freud (1856 – 1939), que, aliás, foi seu bisavô. Nascida em Londres, na Inglaterra, Bella é estilista, está à frente de sua marca homônima e, nos últimos anos, tem se destacado por um outro motivo, seu podcast que fala sobre moda de um jeito autêntico sob a perspectiva psicológica.
A designer de 64 anos esteve no Brasil nesta semana para participar do evento Rio2C e gravar uma entrevista para o Iguatemi Talks Fashion. Nas ocasiões, ela falou sobre sua trajetória profissional e, claro, o podcast Fashion Neurosis, lançado em outubro do ano passado, que inova ao colocar o entrevistado em um divã para discorrer a respeito da relação entre moda e identidade a partir de uma pergunta inicial: “Por que você escolheu as roupas que está vestindo hoje?”.
O mais fascinante é que quem topa participar do projeto não é qualquer pessoa, mas figuras renomadas e que não falam à mídia com tanta frequência, da atriz Cate Blanchett ao estilista Jonathan Anderson e até à modelo Kate Moss. O último episódio do podcast que foi ao ar, por exemplo, teve como protagonista a modelo norte-americana Alex Consani, de 21 anos, revelando proximidade do formato com o público jovem.
Porém, antes do sucesso do Fashion Neurosis, é preciso relembrar a trajetória de Bella Freud para entender ainda mais sua relevância para a moda. Além de bisneta de um dos fundadores da psicanálise, é filha de Bernardine Coverley e do pintor Lucian Freud. Designer por formação, ela trabalhou como assistente da também britânica Vivienne Westwood e, nos anos 1990, fundou a etiqueta que leva seu nome.
Essa trajetória faz parte da essência da moda assinada por Bella. Os ternos usados por seu pai influenciaram seus primeiros passos na alfaiataria, por exemplo, enquanto a visão de seu bisavô de que todas as pessoas possuem pensamentos, sentimentos, desejos e memórias inconscientes pode ser aplicada na espontaneidade de suas criações.
Com seus tricôs divertidos, a estampa 1970 (que remete à cena punk de Nova York na época, referenciando também a artista Patti Smith), terninhos e códigos tradicionalmente associados ao armário masculino, Bella Freud entende que as roupas fazem parte da história, no entanto, mais do que isso, vestem pessoas que são protagonistas dessas histórias.
“Eu sou muita interessada em entender como a nossa saúde emocional se reflete nas nossas roupas“, afirmou ela em entrevista a BBC, e ainda relembrou o momento em que começou a descobrir o seu próprio estilo, aos 10 anos de idade. “Eu coloquei essa camiseta de garoto e fiquei me olhando no espelho. De repente, me senti poderosa. Foi um momento marcante para mim.”
Você já tinha ouvido falar do podcast Fashion Neurosis? Essa é a nossa dica para aprofundar os conhecimentos sobre a capacidade emocional da moda.