Marca brasileira P.Andrade faz estreia na semana de moda de Paris
Comandada pelos estilistas Pedro Andrade e Paula Kim, grife é a primeira do Brasil a entrar no calendário masculino oficial do evento
.Andrade desfilou na semana de moda masculina de Paris neste domingo (29) e, com isso, se tornou a primeira marca brasileira a fazer parte da programação oficial do evento. Sob o comando de Pedro Andrade, que também está à frente da Piet, e Paula Kim, a grife apresentou sua coleção de primavera-verão 2026, intitulada The Three is Your Spine (A Árvore É Sua Coluna, em português) — e Paula ainda se consagra como a primeira mulher brasileira a estar nesse calendário masculino.
Em colaboração com o multiartista pernambucano Samuel de Saboia, que participou de todos os processos, desde o conceito até a direção visual, a coleção busca refletir a respeito dos ciclos de regeneração da vida — de microorganismos invisíveis a entidades espirituais. O resultado foi a combinação do prisma único e poético de Saboia, que traz a força da ancestralidade como princípio fundamental para imaginar o futuro, com a percepção de Pedro e Paula sobre uma moda tecnológica que vai além do vestir e desperta consciência coletiva.
As criações tiveram inspiração da energia Kundalini, que fica adormecida na base da coluna vertebral, e o anime Nausicaä do Vale do Vento (1984), do Studio Ghibli, que aborda a relação entre a civilização humana e o ecossistema da Terra. Levando essas referências em consideração, o objetivo do conjunto das peças, segundo a marca, é propor uma conexão entre espiritualidade, natureza e tecnologia, a partir do uso de formas orgânicas, tecidos vivos e códigos digitais.
Uma releitura da renda brasileira, interpretada como símbolo de identidade cultural, é um dos grandes destaques da passarela. Ela aparece em silhuetas utilitárias e estruturas nas quais a P.Andrade pretende representar organismos em transformação, como fungos em crescimento. As peças que trazem artes características de Samuel de Saboia também recebem ênfase ao iluminar o desfile com suas cores, formas e linhas.
Há ainda duas outras parcerias que merecem visibilidade. Com a engenheira têxtil Micheline Maia Teixeira, fundadora da empresa de rastreabilidade R-INOVE, a marca reafirma seu compromisso com processos sustentáveis e com o consumo consciente. Isso porque foram inseridos tecidos inteligentes com códigos binários que, por sua vez, são visíveis por luz ultravioleta e legíveis por QR code, revelando dados da cadeia produtiva na blockchain.
Vale ressaltar também a colaboração com o cientista brasileiro Ailton Pereira, da startup AIPER, que resultou em técnicas de tingimento biológico com bactérias nativas, substituindo pigmentos convencionais por processos sustentáveis que não geram resíduos tóxicos.
A P.Andrade ainda uniu forças com a Oakley, Levi’s e Puma — essa última esteve presente com o modelo Cell, apresentado pela primeira vez na passarela.
O resultado, portanto, é uma coleção que mostra a relevância da co-criação e mistura saberes tradicionais e ancestrais e, a partir deles, imagina um futuro da moda que alia tecnologia e natureza. Embora a P.Andrade e a Piet já tenham alcançado espaços internacionais, esse desfile na semana de moda masculina de Paris tem tudo para levar seu design autoral e brasileiro para ainda mais longe — e abrir caminhos para outros designers brasileiros que virão.
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