Desfile Victoria’s Secret está mais inclusivo ou é estratégia de imagem?

O segundo desfile após o hiato de seis anos da marca ainda busca se posicionar com a promessa de inclusão de corpos

Por Nathalia dos Santos Atualizado em 16 out 2025, 18h50 - Publicado em 16 out 2025, 18h00
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segunda edição do evento Victoria’s Secret Fashion Show, após o hiato de seis anos da marca, aconteceu nesta última quarta-feira (15), em Nova York, nos Estados Unidos. O desfile reuniu grandes nomes do mundo da moda: tanto as angels queridinhas há anos pelo público quanto novos rostos que visaram cumprir a promessa de diversidade de corpos na passarela.

Gigi e Bella Hadid, Candice Swanepoel, Alex Consani, Irina Shayk marcaram presença nas passarelas, assim como as modelos Ashley Graham, Palomija, Precious Lee e Yumi Nu.

O Brasil também esteve presente no casting, com a participação de Adriana LimaAlessandra Ambrosio e a influenciadora Gabriela Moura. Já as cantoras responsáveis pelos shows foram Karol G, Twice, Madison Beer e Missy Elliott.

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Mas o desfile da Victoria’s Secret conseguiu ser mais inclusivo de fato?

No ano passado, na primeira edição após o hiato, o evento recebeu críticas por ter apresentado modelos consideradas ‘plus size‘ com camisolas e não necessariamente com lingeries à mostra. Essa discussão levou a contratação de Adam Selman como diretor criativo executivo para este ano. Ele foi responsável pelo Savage x Fenty Show, feito por Rihanna, que demonstrou uma verdadeira inovação nos desfile de moda íntima.

A presença de Adam se mostrou eficiente, pelo menos para parte do público que o elogiou por ter enaltecido diversos corpos. “Obrigada, Adam Selman, por mostrar o corpo das gostosas cheias de curvas”, escreveu um usuário em uma publicação no X.

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Entretanto, desde a última edição, embora a diversidade de corpos esteja presente no desfile em comparação às outras edições, anteriores ao hiato, será que é o suficiente para justificar a volta do desfile? Uma vez que o evento, nos anos 2000, foi um dos responsáveis por perpetuar o culto à magreza e por moldar a percepção do que era considerado um “corpo perfeito”.

Infelizmente, a falta de diversidade não é exclusiva do Victoria’s Secret Fashion Show, pois segue sendo um problema estrutural que se estende pela indústria da moda e que criou um padrão de beleza inalcançável a partir da exclusão de diversos corpos.

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Alguns comentários na internet chamaram atenção e, de certa forma, preocuparam, por ainda revelarem a percepção de que o único corpo aceitável na passarela é o magro. Um usuário, no aplicativo X, comentou: “Prendam as gordas porque hoje é dia de Victoria’s Secret Fashion Show”. A publicação possui mais de 67 mil likes.

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O desafio aqui é: será que estamos, de fato, diante de uma mudança de paradigma ou apenas tentando pregar uma falsa representatividade que, na verdade, por trás das cortinas, não muda nada? Aparentemente, a inserção de corpos diversos é somente uma reformulação que mantém, sob nova roupagem, os mesmos padrões inalcançáveis de sempre.

A verdadeira questão está em entender se toda essa diversidade apresenta uma transformações por parte da Victoria’s Secret ou apenas uma mera estratégia para atualizar e renovar a imagem da marca em relação às novas demandas do público.

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