Caminho árduo da imigração Japão-Brasil foi ponto alto da Sukeban
Peças que remetem ao streetwear exploraram a história da família de Sim Sukeban na Casa de Criadores.
atizada de WAKASA-MARU, a nova coleção da Sukeban, apresentada na Casa de Criadores 54 – maior evento de moda autoral brasileira – levou à passarela a história familiar da fashion designer e CEO da companhia Sim Sukeban.
Aproveitando o gancho da comemoração dos 116 anos de imigração japonesa no Brasil, o nome Wakasa-Maru vem justamente daí. Este foi o nome do navio que trouxe os antepassados da estilista do Japão; nesse sentido, ela navegou nesta história para exibi-la, trazendo Japão, Oceano, Brasil, como três pilares da coleção.
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“Acho que é um passo a passo. Na primeira coleção eu contei um pouco de quem eu sou. No segundo desfile eu mostrei de onde eu vim – que foi um desfile sobre escola – que, inclusive, saiu na CAPRICHO“, lembra Sim Sukeban, diretora criativa da marca em entrevista à nossa reportagem. “Agora, eu quero mostrar da onde minha família veio. E no próximo desfile eu vou mostrar para onde eu vou”, finaliza, gerando expectativa.
A primeira a entrar na passarela foi a cantora Jaloo, com um vestido recortado em tom de azul-claro – quase que lembrando uma fada ou princesa que abre o desfile.
Em seguida, peças que remetem ao streetwear exploraram a história da família de Sim. Cores como marrom, preto, vermelho em peças como macacões, casacos, jaquetas e vestidos exploraram materiais como sarja, jeans, algodão, além de elementos de mais peso como couro, ilhós e tachas.
As peças trouxeram tingimentos que lembram manchas, como um tie-dye diferenciado, remetendo aos operários, trabalhadores e imigrantes que saíram do Japão buscando refúgio em outros lugares do mundo no pós-guerra. A música ao vivo – feita por DJ Bassan e Kue – deram o toque final de sofisticação e força ao desfile.
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Característico de Sukeban, a passarela foi essencialmente feita de pessoas LGBT+ e corpos dissidentes para explorar as possibilidades da moda e, também, questionar padrões. A maquiagem do desfile, nesse sentido, foi essencial para complementar a história. Apoiada pela marca Mari Maria Makeup, o maquiador Ucaly, misturou elementos significativos.
“Escolhi uma maquiagem bem artística e bem afetiva também”, conta à CAPRICHO. O maquiador destaca a ala das gueixas, em que Sim aparece na passarela com sua mãe e avó. “O bloco delas é bem artístico, que traz essa ferocidade feminina com a arte. Inclusive, os looks de hoje são pura arte.”
Quem é a Sukeban?
Sukeban CIA foi fundada no início de 2022, em São Paulo. Neste momento, a artista e estilista Sim Sukeban sentiu a necessidade se autovestir e também vestir as pessoas trans sem condições financeiras a sua volta. Desde o início dos processos de criação e produção da Sukeban a CIA vem traçando uma contínua evolução de técnica, conceitual e de desenvolvimento de coleções e histórias.
A marca afirma que pensa e utiliza produtos e matérias-primas veganas, livre de sofrimento animal e socioambiental, como, por exemplo, couro ecológico, penugens e plumas sintéticas. Fora o reaproveitamento de produtos têxteis já sem utilidade, dando novas perspectivas de futuro ao que já foi descartado.
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