Zaynara quer que o público lembre que ‘a arte do Norte é viva’ no The Town

Em entrevista à CAPRICHO, cantora paraense fala sobre expectativa para o festival e a representatividade do Norte na música nacional

Por Arthur Ferreira 12 jul 2025, 19h01
Z

aynara tem apenas 23 anos, mas já é considerada uma das vozes mais promissoras da nova geração da música brasileira. Nascida em Cametá, no interior do Pará, a cantora vem ganhando destaque nacional com o Beat Melody, ritmo que ajuda a popularizar pelo país, e apresentações marcantes em festivais como o Rock in Rio, Psica e São João da Thay.

Confirmada no line-up do The Town de 2025, Zaynara se apresenta ao lado de grandes nomes da música paraense, como Joelma, Gaby Amarantos e Dona Onete. Ela também integra o especial Amazônia Live – Hoje e Sempre, projeto do The Town e Rock in Rio que vai reunir artistas em um palco flutuante no Rio Guamá, em Belém, para chamar atenção sobre a importância de manter a floresta em pé.

Em entrevista à CAPRICHO, a cantora falou sobre a expectativa para o festival, a emoção de dividir o palco com suas referências e o papel da arte na valorização da Amazônia e das raízes do Norte.

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Leia a entrevista na íntegra:

CAPRICHO: Você foi anunciada como uma das atrações do The Town 2025. O que significa pra você estar nesse palco?

Zaynara: Eu estou muito feliz porque não vou estar sozinha. Vão estar comigo a Dona Onete, a Gaby e a Joelma, que são grandes referências para mim. Vai ser muito especial. Tenho as melhores expectativas possíveis pra esse palco tão lindo, ao lado de artistas que sempre admirei. Sempre que encontro com elas é mágico. Eu não consigo fingir costume, sabe? Poder cantar com quem sempre me inspirou é incrível. Somar com elas é muito especial.

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CH: Você lembra a sua reação quando recebeu o convite oficial?

Z: Sempre é um surto! [risos] Eu gritei, corri pela casa, fiquei muito feliz. São oportunidades que chegam e que me mostram que a minha arte está sendo vista, que eu posso somar com o que eu faço. Me sinto muito, muito feliz de verdade.

CH: Você costuma dizer que sua arte é um grito do Norte para o Brasil inteiro. O que espera que as pessoas sintam ao te ver no The Town?

Z: Eu gostaria que as pessoas daqui se identificassem, se reconhecessem em nós e lembrassem da força e da potência que é o Norte. E que as pessoas de fora percebam o quanto a arte do Norte é viva.

CH: Como você vê a importância de festivais valorizarem artistas regionais e causas sociais ao mesmo tempo?

Acho muito importante. O Norte é gigante e o Pará é muito diverso. A música que a gente faz aqui não é igual em todas as regiões. Eu sou de Cametá, a Gaby é de Belém, a Joelma é de Almeirim, outro interior. Trazer sonoridades diferentes é uma riqueza enorme! De música, de arte, de história. Poder mostrar essa diversidade em um momento como esse é muito especial.

CH: Você já passou por grandes palcos como o Rock in Rio e o Psica. O que leva dessas experiências para o The Town?

Z: O meu primeiro show como Zaynara mesmo foi num festival. Então, já comecei assim! E o mais legal dos festivais é a diversidade de público. Quantas pessoas diferentes a gente consegue alcançar numa noite só? Mesmo quando o show é o mesmo, a energia nunca é igual. Cada festival é uma troca única. Eu adoro cantar em festival e fico muito feliz que tenham me acolhido com tanto carinho.

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CH: Você também está confirmada no especial Amazônia Live – Hoje e Sempre. Como foi receber esse convite?

Z: Foi muito emocionante. Quando a gente recebe esse tipo de convite, é como se fosse um reconhecimento do que a gente vem fazendo. Desde o começo, eu nunca tive dúvida de que queria cantar uma música com raiz, que fosse fácil de reconhecer que é do Norte. Sempre quis cantar o que é do Pará, de Cametá, do interior. Receber esse convite mostra que as pessoas estão ouvindo, se interessando. E o mais importante: que eu posso levar minha voz com a nossa Amazônia pro mundo inteiro.

CH: A gente tem visto muitos artistas trazendo suas raízes para a música. O que acha desse movimento?

Z: Acho lindo e muito importante. Eu cresci ouvindo música do Pará e também música de fora. Tudo isso molda a gente como pessoa e como artista. Assumir nossa brasilidade, nossa identidade, é algo muito forte. É isso que nos torna únicos. Durante muito tempo a gente consumiu muito lá de fora. Eu também, e ainda escuto. Mas assumir quem a gente é, de onde a gente vem, é um ato de potência.

CH: O palco do Amazônia Live vai flutuar no Rio Guamá, em Belém. Dá pra descrever a emoção?

Z: Não tem como acostumar com isso! [risos] Não é todo dia que a gente canta com a Mariah Carey, com a Joelma, com essas mulheres incríveis. Então, tudo está sendo feito com muito carinho, cuidado e, principalmente, com muita verdade.

CH: Esse projeto fala sobre manter a floresta em pé. Como você enxerga o papel da música nesse debate ambiental?

Z: A arte tem um papel social muito forte. Sempre teve. A gente consegue trazer temas importantes de uma forma mais leve, mais acessível. A arte alcança lugares onde, às vezes, o discurso mais duro não chega. A Amazônia de pé somos nós vivos, todos nós, de todas as regiões. Então, levantar esse debate é urgente. E a música ajuda a ampliar essa conversa.

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CH: Você tem sido apontada como uma das vozes da nova geração. Como tem sido viver essa virada de carreira?

Z: Tem sido muito bom. É algo que sempre sonhei. Eu nunca quis cantar só uma música: sempre trabalhei para construir uma carreira. Ouvi recentemente uma frase que me marcou: “história não se conta, se constrói”. E é isso que venho tentando fazer, passo a passo, com responsabilidade e consistência. Apesar de toda a paixão, eu encaro a arte como o meu trabalho. Porque arte é isso também: é responsabilidade, é entrega, é construção.

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