Vamos falar sobre The Mindy Project, Jennifer Lawrence e o Oscar
Gente, voltei pra levantar um assunto por aqui e ouvir as impressões de vocês. Quando a comédia The Mindy Project começou, bateu aquele geladinho no peito, sabem? Era um alívio gostoso voltar a ter Kelly Kapoor, ops, Mindy Kaling na minha TV. Sou fã de The Office desde os tempos de Michael Scott (Steve Carrell) e […]
Gente, voltei pra levantar um assunto por aqui e ouvir as impressões de vocês. Quando a comédia The Mindy Project começou, bateu aquele geladinho no peito, sabem? Era um alívio gostoso voltar a ter Kelly Kapoor, ops, Mindy Kaling na minha TV. Sou fã de The Office desde os tempos de Michael Scott (Steve Carrell) e tinha aquela ideia da Mindy como uma mulher inteligente e engraçada.
Não que eu ache que ela não seja tudo isso, porque ela é. E a série tem aspectos muito fortes, como por exemplo a coleção de referências hilárias à cultura pop, que também aparece em Happy Endings e Two Broke Girls. Mas em um outro aspecto, que deveria ser o grande forte, The Mindy Project me decepcionou um pouco. Isso porque sua Mindy Lahiri é uma personagem quase bailarina no universo feminino, ela passeia por ele sem criar raízes. Mas isso não a deixa mais leve.
Para poder estabelecer a Mindy como uma personagem feminina e criar a empatia com o público das comédias, eles abusam dos clichês: ela é ginecologista/obstetra (!), esquisitinha e fã de comédias românticas. Nada contra, também sou. Afinal, como diria Max Black, I’ve seen too many Katherine Heigl movies. Só que para usar esses truques, é preciso ter a a desenvoltura de personagens como a Jess de New Girl. Tem que vestir a camisa. Não precisa ser ultragirlie, mas demonstrar convicção. Coisa que falta à Mindy.
Não sei se a intenção é ser irônica ou criar uma espécie de anti-heroína, mas nos dois casos eu ficaria ainda mais decepcionada. Não é preciso ironizar uma menininha como a Jess para ter uma personagem querida e inteligente. E ser uma anti-heroína só funciona se você tiver a coragem de Hugh Laurie (Gregory House) … o de criar simpatia pela antipatia.
a participação de Seth Rogen é puro ♥
Isso não acontece com Mindy. Tenho a impressão de que a série está melhorando, que os últimos episódios foram mais divertidos, mas se basearam na busca dela por um namorado – justamente o argumento das comédias românticas! Então talvez algo esteja fora de tom aí com a ironia, com o humor que a atriz e criadora está tentando alcançar. Mas torço por ela.
Torço por ela porque torço muito ultimamente por Jennifer Lawrence. Tá certo que ela levou o Oscar sem merecer, só porque é a bola da vez. (Quem não concorda, veja Amor e entenda porque ele deveria ser de Emmanuelle Riva). Mas ela tem alguma coisa que a faz merecer estar sob os holofotes – aliás, acho que precisamos dela nos nossos holofotes. Porque J-Law nos faz querer ser amiga dela: leva um chão no Oscar, sofre de verborragia nos discursos, zoa a Meryl Streep – uma lenda do cinema – e mostra o dedo para os fotógrafos. Chegando no tapete vermelho, diz pra todo mundo que está morrendo de fome… que estrela admitiria isso?
Jennifer Lawrence é uma pessoa. Não sei se boa, ou se ruim. Mas ela mostra isso pra todo mundo. Não acho que por isso ela perca o charme ou o brilho nas premiações. Pelo contrário: ela é a grande estrela do cinema e talvez sinalize para nós que os tempos estão mudando. Que você pode ser charmosa, inteligente, bem-sucedida e ter manias, fome, cair na frente de todo mundo no momento mais importante da sua vida. É isso que espero de Mindy Kaling, porque vejo este potencial na série dela. Que ela o use para fazer piada de tudo e não opte apenas por ser uma caricatura preconceituosa de Katherine Heigl ou Zooey Deschanel.
Veremos.
O que vocês acham da série e desta história toda, meninas? Quero ouvir suas opiniões nos comentários.
Beijo 😉