Vale a pena assistir ao primeiro ‘It’, de 1990?

Primeira adaptação audiovisual do livro de Stephen King está disponível na HBO Max

Por Arthur Ferreira 17 nov 2025, 09h00
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primeira adaptação de It, lançada em 1990 como minissérie para TV, continua despertando curiosidade entre quem conheceu o palhaço Pennywise pela adaptação de 2017. A produção tem mais de três horas de duração e carrega todas as características da televisão da época, mas ainda assim segue sendo lembrada como uma das versões mais icônicas da obra de Stephen King.

A história acompanha o Clube dos Perdedores em dois momentos: quando são crianças, enfrentando o palhaço que aterroriza Derry, e quando adultos, chamados de volta à cidade após novos desaparecimentos. Essa estrutura em blocos — construída para televisão — acaba tornando o ritmo mais lento, especialmente na primeira parte, em que cada personagem adulto recebe a ligação de Mike (Marlon Taylor) e revive memórias da infância. É um formato que nem sempre favorece a narrativa, mas ajuda a reforçar o quanto essas lembranças moldam a relação do grupo.

Mesmo com limitações técnicas e efeitos especiais datados, o filme mantém um clima constante de tensão. A atuação de Tim Curry como Pennywise é um dos maiores destaques, marcada pelo equilíbrio entre humor macabro e ameaças diretas.

Entre os pontos mais elogiados pelos fãs está a forte química entre o elenco infantil. Essa versão estabelece laços mais palpáveis dentro do grupo e traz Richie como um personagem especialmente carismático — tanto na fase mirim (Seth Green) quanto adulta (Harry Anderson). Essa recepção contrasta com a adaptação de 2017, na qual Richie se tornou mais irritante.  Já Eddie acaba ganhando mais espaço e profundidade emocional na releitura moderna, assim como os dramas familiares de Beverly e dele próprio, que ganharam nuances mais sombrias e complexas no filme recente.

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Na comparação entre versões, também há diferenças de estilo. O It de 2017 aposta em gore, agressividade e mais impacto visual, enquanto o de 1990 opera no terror psicológico e no clima estranho que permeia Derry. Para quem aprecia uma atmosfera mais “vintage”, a minissérie é quase irresistível, mesmo com uma resolução final considerada anticlimática por muitos e com atuações adultas que não conseguem repetir a naturalidade do elenco mirim.

Outra diferença marcante está na relação entre Beverly e Ben: em 1990, a conexão entre os dois aparece de forma mais suave e sensível, reforçando a dinâmica do grupo. A versão moderna, por outro lado, privilegia cenas de impacto, especialmente na famosa sequência da casa abandonada.

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Apesar dos altos e baixos, It: Uma Obra-Prima do Medo permanece como um clássico importante dentro do terror televisivo e da história das adaptações de Stephen King. É uma obra que ainda vale ser vista, seja para entender o impacto cultural do Pennywise original, seja para comparar como diferentes gerações enxergam a mesma história.

It: Uma Obra-Prima do Medo está disponível na HBO Max.

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