The Last of Us muda trajetória de Ellie e Dina e aprofunda relação
Na adaptação, Ellie e Dina vivem romance com mais nuances e aprofundam a relação vista no jogo

e a primeira temporada de The Last of Us girava em torno da conexão entre Ellie e Joel, a segunda dá espaço para outra relação que marca o universo da franquia: a história entre Ellie e Dina. Interpretadas por Bella Ramsey e Isabela Merced, as personagens ganham mais tempo de tela para desenvolver uma narrativa afetiva que, no jogo The Last of Us Part II, já começa mais estabelecida.
Na versão televisiva, a trama opta por um caminho mais lento e construído para o romance das duas. Se no jogo o relacionamento já estava em andamento quando Ellie e Dina partem para Seattle, na série o sentimento ainda está se formando no início da jornada. Os episódios mais recentes mostram esse desenvolvimento com uma mistura de tensão, afeto e insegurança.
Um dos momentos mais emblemáticos acontece no episódio em que Dina descobre estar grávida. Enquanto no jogo a revelação gera um distanciamento entre as duas, na série a reação de Ellie é carregada de ternura e até humor. A mudança de tom revela o esforço da produção em dar mais camadas à relação e tornar os diálogos mais humanos, mesmo em um cenário tomado por infectados.
Outro ajuste marcante está na jornada de autodescoberta de Dina. A personagem, que no jogo já aparenta estar confortável com sua bissexualidade, na série vive um processo de aceitação mais visível. Em determinado ponto, ela afirma a Ellie: “Você é gay, eu não”. A fala, que gerou receio entre fãs sobre o rumo da história, logo se transforma quando Dina, aos poucos, se permite viver o sentimento por Ellie.
A mudança de linha do tempo na série também influencia essa construção. Com o início do surto em 2003 — e não em 2013, como no jogo —, os criadores da adaptação sugerem que houve ainda menos espaço para avanços sociais e visibilidade LGBTQIA+ antes do colapso da civilização. Isso reforça o impacto de Dina ao encontrar uma rua coberta por bandeiras do orgulho e murais coloridos em Seattle.
Com a presença da roteirista Halley Gross na sala de escritores da segunda temporada, a adaptação aposta em mais sensibilidade nas cenas íntimas. Um exemplo é o momento em que Ellie e Dina se beijam e se relacionam sexualmente pela primeira vez, logo após revelarem seus segredos: a imunidade de Ellie e a gravidez de Dina.
Recentemente, Isabela Merced revelou que algumas trocas de carinho foram adicionadas no set, a partir da conexão das duas atrizes e da vontade de mostrar um encontro emocional e consentido.
A mudança na narrativa não diminui a intensidade da relação vivida no jogo, mas a adapta para a nova linguagem, aproveitando os silêncios, os olhares e as pausas que a televisão permite. O que se vê na tela é uma história de amor contada com espaço para amadurecer antes que a sede de vingança tome conta da protagonista.
Os episódios inéditos de The Last of Us vão ao ar aos domingos, na Max, até 25 de maio.