Tasha & Tracie reforçam autenticidade e confiança em Nova Cena
As artistas participaram do reality show musical da Netflix como juradas
asha & Tracie participaram de um novo desafio. As irmãs participaram da bancada de jurados do Nova Cena, reality show musical da Netflix que estreou na plataforma este mês com o objetivo de encontrar talentos do rap com a habilidade de dominar o palco.
Ao lado de Djonga e Filipe Ret, Tasha e Tracie avaliaram uma série de fatores essenciais para a construção de um artista e destacaram como a autenticidade e a confiança são pontos importantes neste processo. “Quis que eles acreditassem no próprio trabalho, mas também que ficassem atentos às falhas deles e dos outros, porque, como é uma competição, nem sempre as coisas serão justas, e muitas vezes você não terá tempo para corrigir seus erros“, ressaltou Tasha em material exclusivo concedido à CH.
Autenticidade e confiança! Que eles estavam lá porque eram bons.
Tracie sobre conselhos que dava aos participantes.
Tracie ainda pontuou que era complexo tomar qualquer decisão devido ao alto nível de cada integrante do programa: “Tinha muita gente talentosa”, relembrou a artista. “Foi difícil porque como tinha gente muito boa, a gente tinha que se apegar aos detalhes e pequenos erros.“
Confira a entrevista completa com Tasha & Tracie:
Vocês já têm uma carreira consolidada na música. Como foi encarar esse novo desafio de participar de um reality e logo da Netflix?
TASHA: Encarar esse desafio foi bastante difícil, porque é um ambiente novo, né? Colocar a cara a tapa como apresentadora, expressar a minha opinião e, de certa forma, impor a minha visão sobre a arte dos outros, porque é uma competição, né? Mas a arte é algo muito pessoal. Então, foi uma experiência muito legal e desafiadora.
TRACIE: Foi muito louco, uma coisa muito nova. Mas foi energizante porque vi muita gente talentosa que vai ter uma exposição legal.
Como parte do júri do Nova Cena, quais foram seus principais critérios de julgamento? Eram os mesmos para vocês duas ou discordaram?
TASHA: Os meus principais critérios de julgamento foram a performance, a sagacidade de ouvir, e também a humildade, porque você precisa ter a sagacidade de captar os conselhos no ar, estar atento, e a humildade de escutar, já que o ego… O artista pode facilmente cair na armadilha do ego, né? De achar que a sua arte é perfeita e que qualquer crítica que não seja totalmente positiva é uma injustiça. Então, eu julguei muito isso: a performance, a sagacidade e também o visual, além de avaliar o quanto estavam dispostos a se arriscar. Era algo bem parecido com o que minha irmã pensava, mas, em alguns momentos, tivemos que dialogar– porque, muitas vezes, a visão era a
mesma, mas sob perspectivas diferentes. E, no final, o resultado era outro, sabe? A conclusão sobre quem deveria ficar, em determinados momentos, variava de acordo com cada uma de nós.
TRACIE: A gente discordou em alguns momentos, mas, pessoalmente, eu queria ver mais rima. Tipo, se a pessoa não estivesse totalmente pronta e evoluísse no palco, no vídeo, e etc., mas a rima fosse forte, isso já era um fator decisivo para mim.
Quais foram seus principais conselhos para os participantes?
TRACIE: Autenticidade e confiança! Que eles estavam lá porque eram bons.
TASHA: Eu tentei passar uma sensação de calma para eles e também transmitir confiança no trabalho deles. Quis que eles acreditassem no próprio trabalho, mas também que ficassem atentos às falhas deles e dos outros, porque, como é uma competição, nem sempre as coisas serão justas, e muitas vezes você não terá tempo para corrigir seus erros.
Quais foram seus maiores desafios como jurada?
TRACIE: Tinha muita gente talentosa! Foi difícil porque como tinha gente muito boa, a gente tinha que se apegar aos detalhes e pequenos erros.
Pensando na trajetória como juradas, qual foi a parte mais gratificante?
TASHA: A parte mais gratificante foi me emocionar vendo as pessoas se superarem. Foi, na verdade, ver todas as nossas apostas indo por água abaixo. Não que a gente não quisesse que as pessoas que escolhemos vencessem, mas a gente achava que sabia o que estava acontecendo, que conseguia prever quem seriam os finalistas. E cada etapa foi uma surpresa. Foi gratificante também poder fazer parte disso e ser a pessoa que iria escolher quem receberia o prêmio, ajudar a escolher alguém que achávamos que estava realmente apto. E, de certa forma, pudemos ser uma
fada madrinha na carreira de alguém.
Vocês identificaram semelhanças da história de vocês com os participantes do Nova Cena? Vocês se viram neles de alguma maneira?
TASHA: Os traços da minha história foram muitos. Aquela questão do começo, de poucos recursos, sabe? Eu vi neles essa dúvida, se ia dar certo ou não, que é algo muito presente. E é interessante porque eu sei que daqui a dois, três anos, ou até menos, vou encontrar muitos deles em outro lugar, mais confiantes. Então, tem essa vontade de vencer, de se superar, de sair da zona de conforto.
O que você acha que teria mudado na sua carreira se tivesse a chance de participar de um reality como o Nova Cena?
TASHA: Acho que a minha carreira teria mudado completamente se eu tivesse ganhado um reality como esse. Primeiro, porque eu começaria de uma forma super estruturada. Eu poderia fazer as coisas com muito mais calma, com muito mais planejamento, e não simplesmente ‘no improviso’, fazendo com o que tenho. Eu conseguiria ter mais estabilidade financeira, e poderia focar muito mais no lado artístico, no audiovisual– porque, muitas vezes, acabava entregando menos do que gostaria. Acabei focando mais na música, que é o mais importante, e as outras áreas da arte foram ficando um pouco de lado, por falta de recursos mesmo.
TRACIE: Acho que teria tido contato com profissionais que me ajudariam a evoluir mais rápido nas minhas habilidades e teria uma grande exposição, algo que demorei bastante para conquistar.
Como você vê o futuro da cena hip-hop?
TASHA: O futuro da cena do hip-hop, na minha opinião, é brilhante e cada vez mais feminino. E está ficando cada vez mais preto, porque acredito que não há retrocesso. Uma vez que temos os instrumentos necessários para mostrar nossa arte e os holofotes, como as plataformas e as redes sociais, que qualquer um pode acessar, isso muda tudo. Então, eu acredito que o futuro é realmente promissor e espero muitas coisas boas.
TRACIE: Acho que o mercado vai crescer bastante e a estrutura vai aumentar. Acredito também que a música vai se tornar mais original e diversa.