Tabatha Almeida conta como foi interpretar uma vilã em Vicky e a Musa

A artista ganhou projeção nacional ao participar da edição de 2016 do The Voice e agora participa de nova série original Globoplay

Por Arthur Ferreira Atualizado em 29 out 2024, 18h23 - Publicado em 27 ago 2023, 11h44

Apaixonada pelo universo artístico desde cedo, Tabatha Almeida ganhou destaque nas telas quando participou do The Voice Kids, em 2016. Desde então, a jovem passou a se dedicar cada vez mais em projetos que misturam atuação e música, como é o caso de Vicky e a Musa, nova série original da Globoplay.

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Na produção, a atriz interpreta Luara, a vilã da história, e isso foi uma grande novidade para Tabatha: “Ela é muito determinada, sabe o que quer e vai atrás, e eu era muito mais acanhada, não era tão para fora“, contou ela em entrevista exclusiva à CH. Ainda sobre explorar os detalhes do papel, ela compartilhou que a personagem é bem diferente de si mesma.

Ela é uma adolescente de 16 anos e, com essa idade, eu não era assim”, contou. “Ela tem um brilho assim, ela é magnética, mas ao mesmo tempo ela é muito explosiva e isso tira um pouco a razão de algumas coisas que ela faz.”

Confira a entrevista completa com Tabatha Almeida:

CAPRICHO: Em 2016, você ganhou projeção nacional quando participou do The Voice Kids. Depois disso você gravou música, esteve em projetos como O Despertar da Primavera e recentemente em Mamma Mia. Como foi crescer no mercado artístico?

Tabatha Almeida: Foi uma doideira. Eu cresci amando música, porque meu pai é músico e desde pequena eu fui cercada por esse mundo. Eu era uma criança artista, minha mãe dizia que eu dançava e cantava em todo lugar, mas não era uma coisa que eu pensava para fazer para vida. Só que também nunca teve outra coisa que eu gostasse de fazer, sabe? Eu não era apaixonada por nenhuma outra coisa.

Em 2016, quando rolou o The Voice, foi uma visibilidade muito grande. Eu tinha 14 anos e o Brasil inteiro me viu. Em um só dia eu ganhei 10 mil seguidores, foi um negócio que uma criança de 14 anos não entende. Mas acho que foi tudo muito orgânico, eu fui ganhando projeção aos poucos e fui estudando. Eu me mudei de Recife para o Rio aos 17 anos e fui fazer um curso, que foi quando o Charles Miller e o Cláudio Botelho me conheceram e me chamaram para fazer O Despertar da Primavera. Foi tudo muito orgânico. Eu sempre digo que é muita sorte, mas também é uma é a junção de preparação com e você saber agarrar as oportunidades. 

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Eu sempre estudei muito e quando eu quero uma coisa, eu vou atrás e agarro com toda minha força!  Mas é uma doideira! Em Vicky e a Musa, por exemplo, eu contracenei com pessoas que eu assistia na TV quando era pequena e agora estava de igual para igual, sabe? Muito doido. Eu gosto muito do meu trajeto e de como tudo aconteceu, muito orgulho.

Como os musicais surgiram para você?

Quando eu tinha uns 11 ou 12 anos, eu estava morando em Recife e eu já fazia aula em uma escola de dança e a gente teve uma apresentação no final do ano que era sobre musicais. Teve Chicago, Hair e vários musicais. Eu já conhecia, já era fã de High School Musical, amava Hannah Montana – que eram coisas musicadas que eu que eu sempre assisti. Eu já conhecia o mundo dos musicais, mas não era uma coisa que me despertava tanta paixão. E aí com essa apresentação, eu falei “eu acho que é isso aqui que eu gosto, acho que é para esse lado que eu vou seguir”. Juntava tudo das coisas que eu amava fazer, né? 

Qual seu musical favorito?

Meus musicais preferidos vão mudando. Mas hoje em dia eu acho que é Hadestown ou Cidade de Hades, né? Conta a história de Orfeu e Eurídice – que inclusive é comentado no Vick e a Musa. É um musical lindo, é meio folk e tem uma vibe diferente assim dos musicais tradicionais, eu sou apaixonada pela estética. Hoje em dia esse é meu preferido e tenho o sonho de fazer. Se viesse aqui para o Brasil, seria uma loucura.

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Dos que eu fiz é difícil. O Despertar da Primavera foi muito importante, né? Porque foi o meu primeiro e eu amava as músicas, mas de astral acho que meu preferido foi Mamma Mia. Ele é  muito aqui em cima, sabe? Era sempre diferente de fazer, todos os dias era uma surpresa, era muito divertido de fazer.

Quais são suas maiores referências como artista? 

Taylor Swift, nossa mãe. Ela é minha referência desde pequena. Eu cresci escutando ela e continuo uma fã muito assídua. Eu acho que eu aprendi a escrever música com ela. Eu comecei a escrever em inglês, né? Porque eu faço inglês desde os quatro anos e para mim escrever em inglês era mais fácil, eu sentia que eu conseguia me esconder atrás das letras que as pessoas aqui não iam entender tanto. Sei lá. E aí eu tive essa pira de só escrever em inglês e também eu achava mais fácil. As rimas são mais fáceis e escrever em português é muito difícil! Eu comecei a escrever esses dias, demorou para conseguir fazer letras bonitas. E aprendi muito com ela, com as rimas dela, com as analogias que ela faz. Eu acho a Taylor muito genial.

Na atuação, eu sou apaixonada pela Fernanda Torres. Eu acho ela gênia de tudo, de como ela traz humor para as coisas e eu amo tudo que ela faz. E lá de fora tem a Emma Stone que eu também sou apaixonada, acho a carreira dela incrível.

Sobre sua carreira musical: em 2017 você lançou o seu primeiro single autoral, Alive (Anywhere You Go), pretende lançar mais músicas em breve?

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Então, eu lancei esse primeiro single e foi uma doideira porque é uma música que eu tinha escrito com meu pai e com os amigos produtores dele. Eu lancei um EP em 2020, o All About Love, e eu escrevi essas músicas quando eu tinha uns 16 anos.

Agora eu estou começando a escrever em português. Eu peguei algumas composições que eu já tinha em inglês que não foram lançadas, e estou tentando dar uma repaginada em português. Eu tenho uma música pronta que eu quero muito produzir e lançar, já estou vendo para fazer isso esse mês que vem. Eu até postei um trechinho nas redes sociais. 

Mas também não é uma coisa que eu sonhe em seguir. Eu gosto de fazer de tudo e eu quero que isso esteja muito em conjunto com a minha carreira de atriz.

Em Vicky e a Musa, você interpreta a Luara, como o papel surgiu para você?

Foi um processo muito longo, foi quase um ano até dar certo. Foram umas seis fases de teste, teve uma semana de workshop com preparadores de elenco e com a galera que também estava cotada para fazer. E foi desesperador, mas foi um dos primeiros processos de audição que eu agarrei e falei assim, “cara, isso é meu e ninguém vai tirar isso de mim”. Eu sentia que todos os testes que eu fiz eu estava tranquila e bem preparada para fazer. Eu fui muito certeira. E aí foi em dezembro de 2021 que eu descobri que ia fazer a Luara. 

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A Luara é uma personagem com muitas camadas. A trama gira em torno do rompimento da amizade dela com a Vicky e ao longo da série a gente vai entendendo melhor a sua personagem. Como foi interpretar a Luara?

Muito doido, porque a Luara é muito diferente de mim. Primeiro que ela é uma adolescente de 16 anos e, com essa idade, eu não era assim. Eu acho que ela é muito determinada, sabe o que quer e vai atrás, e eu era muito mais acanhada, não era tão para fora. Eu acho que ela tem um brilho assim, ela é magnética, mas ao mesmo tempo ela é muito explosiva e isso tira um pouco a razão de algumas coisas que ela faz. 

O desenvolvimento da trama tende muito para o entendimento do porquê ela está fazendo isso, né? E eu conversei com muita gente. Recebi muitas mensagens de pessoas que perderam pessoas próximas na pandemia e falaram “cara, eu entendo exatamente a resposta da Luara para tudo e o porquê que ela estava fazendo isso, eu só queria abraçar ela e falar que eu entendi a dor”. Eu fiquei muito feliz com essas mensagens porque foi um desafio muito grande para mim, já que eu nunca passei por essa situação de perder uma pessoa tão próxima. Foi um desafio absurdo entrar nesse mindset logo de cara, mas a Ana, a nossa preparadora, me passou livros e várias coisas para pesquisar sobre luto, sobre esse processo. E foi bem legal, eu acho que eu consegui construir uma coisa verdadeira. 

Sobre ela ser explosiva: teve alguma cena que depois de ter gravado, você ficou pensando “jamais faria ou falaria isso”? 

Tem várias cenas que ela grita com a irmã e com a avó, e aí tinha vezes que eu saía do set e pedia desculpa, abraçava todo mundo. E quando ela inunda o teatro? Por que isso, garota? (risos). Ou toda vez que ela estava com o Nico e falava “você tem que se esforçar mais”. Gata beija logo, entendeu? Tinham algumas coisas que eu ficava “meu Deus, porque ela tá fazendo isso?”.

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As cenas muito explosivas com ela quebrando coisas foram as mais difíceis e foram as primeiras que eu gravei, então foi muito doido. Foi um processo de imersão. Na primeira semana, a Cecília ainda tinha 17 anos, então a gente começou a gravar e tem um tempo específico que a pessoa menor de idade pode ficar no no set, aí a gente começou gravando as cenas da Luara dentro de casa. Foi um batidão de mais de 50 cenas na primeira semana, mas foi bom para mergulhar na Luara e entendê-la melhor. 

Como foi sua relação trabalhando com a Cecília, João Guilherme e Jean?

Eu e a Cecília nos ajudamos muito. Porque era o primeiro trabalho das duas no audiovisual e tinha muitas cenas e músicas para gravar, e às vezes era demais para cabeça. Eu acho que a gente se aterrava muito. Nós temos uma relação muito boa de amiga, de irmã, de se ajudar. 

O Jean e o João foram muito generosos, porque sabiam que era o nosso primeiro trabalho e eles ajudavam o tempo inteiro. Eu e o João tínhamos muitas cenas juntos, né? Então a gente trocava muito em todas as preparações. A gente criou uma relação muito boa de amizade. 

E o Jean morava no mesmo prédio que eu quando a gente estava gravando. Aí a gente se ajudava para caramba. Às vezes a gente revisava e passava texto, era bem legal. E no set era uma delícia, foi tudo muito tranquilo.

Você tem alguma curiosidade do set para contar para a gente?

Quando a gente não estava conseguindo entrar muito na energia das brigas das personagens, principalmente eu e a Cecília que tínhamos muitas cenas gritando uma com a outra, o diretor pedia para a gente se segurar e se empurrar.  Uma fazendo força contra a outra, sabe? E aí a gente ficava um minuto se empurrando e íamos para as marcas, ele falava o “gravando” e a gente já começava na energia da discussão. 

A segunda temporada já foi confirmada e chega ainda esse ano. O que podemos esperar da Luara na próxima temporada de Vicky e a Musa?

A segunda temporada é muito mais leve. A Luara não está mais tão imersa naquele sentimento, porque agora ela se perdoou  pelo acontecimento. Então ela está muito mais leve. Vai ter muita dança, muita entrega. Não vou dizer o que é, mas ainda vão ter algumas intrigas. Ela só não reage de uma forma tão brusca como na primeira, sabe? Eu acho que ela está mais tranquila em relação a isso. Vão aparecer novas amizades e vão ter novos caminhos se cruzando. 

E para além da série, em quais outros projetos nós vamos poder te acompanhar?

No final do ano eu vou estar estreando Beetlejuice, que é uma produção com a Renata Borges e com o Eduardo Sterblich. Eu vou estar no elenco e vai ser um musicalzão. É um musical da Broadway que nunca tinha vindo para o Brasil e vai ser uma super produção.O musical é muito parecido com o filme, mas a montagem tá bem grande com muita coisa fantasiosa, eu acho que o público vai gostar bastante. Começa dia 5 de outubro e vai até dezembro.

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