Se entregar à algo é uma construção sobre o coletivo
Liniker na edição de novembro/24 da CAPRICHO lembra que existe um motivo nada concreto para fazer o que fazemos.
iê, você que está aí do outro lado. Eu estava com saudade de escrever essa cartinha de apresentação para vocês, nossos leitores – na última edição, de outubro, eu acabei não aparecendo por aqui. Não é nada fácil fechar uma edição digital enquanto as coisas não param de acontecer ao redor – bem naquela linha de tudo ao mesmo tempo agora.
Mas ufa. Deu tudo certo. Ficamos sem o “oi da editora”, mas entregamos o grosso do conteúdo para vocês, que dispensa apresentações (corre lá para ler, se você ainda não fez isso). E essa palavrinha, “entrega”, e seu significado, tem me deixado muito inquieta.
Você já parou para pensar porque faz o que faz? Por que estuda o que estuda? Por que está onde está? O que, de fato, te motiva a realizar algo que você gosta muito? Eu descobri que a principal motivação das minhas entregas, seja no trabalho ou nas relações pessoais, são meus valores, convicções, ética e comprometimento com causas que me movem a mudar nem que seja um pouco o mundo.
Não é nada fácil. E aí eu me deparo com Liniker essa artista completa que, atendendo à demanda – ops, sabemos o tamanho, viu? – é capa da nossa edição de novembro de CAPRICHO. Em um momento em que ela inicia a turnê de Caju, seu novo álbum, ela vê sua entrega motivar e emocionar as pessoas.
O álbum sucede o aclamado Borboleta Índigo Anil (2021), vencedor do Grammy Latino – imagina só a expectativa e o peso disso pra ela? Pois é. Mas, ao que tudo indica, ela tira de letra.
Ela contou ao estagiário Arthur Ferreira que, em agosto, quando conversamos antes do lançamento do álbum, ela “já sabia o que ele era, pela energia que coloquei nele. Mas, ao mesmo tempo, tem sido bom se surpreender, principalmente agora com a turnê, com as pessoas cantando todas as músicas, vendo também a quantidade de novos fãs, novas pessoas que consomem a minha música chegando.”
O silêncio, antes de entrar no palco, é fundamental. Depois vão ser duas horas de… não só de cárdio, de exercício físico, mas serão duas horas de entrega. Então eu gosto do resguardo, assim, como ritual.
Liniker, em entrevista à CAPRICHO
E mais: antes dos shows, ela sempre faz orações, acende incenso, ouve a chama das velas, em silêncio. “O silêncio, antes de entrar no palco, é fundamental. Depois vão ser duas horas de… não só de cárdio, de exercício físico, mas serão duas horas de entrega. Então eu gosto do resguardo, assim, como ritual.”
Ou seja, entrega, também, é sobre o nós. Sobre o impacto que temos e geramos sobre as pessoas. Todo mês nós entregamos algo aqui por e para vocês, nossos leitores. Nesta edição, tem a entrevista de capa, teste, artista do mês, estamos obcecadas e muitas outras matérias especiais. Cabe a vocês, aí do outro lado, escolherem se vão interagir ou não.
E ó, sem esquecer do nosso manifesto editorial. CAPRICHO é isso, um convite para que você também se entregue e descubra algo sobre o mundo ou sobre você mesmo: vamos juntos?
Boa leitura. A gente espera que vocês gostem. Corre lá para o Go Read.
Beijo,
Déa