Rachel Zegler é o ponto alto de Branca de Neve, diferente de Gal Gadot

Live-action da Disney chegou aos cinemas com uma nova versão da história da primeira princesa do estúdio

Por Anny Caroline Guerrera Atualizado em 22 mar 2025, 17h34 - Publicado em 22 mar 2025, 13h41
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achel Zegler sabia o que queria quando integrou o elenco de Branca de Neve. É uma pena que ela pareça ser uma das únicas. O live-action inspirado na animação de 1937 chegou aos cinemas depois de uma onda de polêmicas que afetaram a obra como um todo, mas a protagonista cumpriu bem a missão de encantar o público no papel da mais antiga princesa da Disney.

O talento de Zegler brilha na tela e a atriz consegue se sobressair ao combinar a voz potente com um carisma inegável. Por outro lado, Gal Gadot entrega uma Rainha Má que se empenha para dramatizar, mas acaba extremamente forçada e, bem, simplesmente ruim.

Recriando a clássica história da Disney, longa dirigido por Marc Webb busca trazer uma nova perspectiva ao roteiro com os detalhes importantes que constroem a narrativa original. Ou seja, Branca de Neve continua sendo uma jovem gentil que viu o ambiente feliz que sua família cultivou por anos se transformar em um local instável e assustador nas mãos da vaidosa Rainha Má.

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A diferença está no florescer do desejo que a jovem tem de se tornar uma líder justa entre as maldades da madrastra – que não vê qualquer risco na jovem. No entanto, a ameaça só se torna real quando o Espelho Mágico declara que a princesa já não é tão ingênua e se tornou a mulher mais bela do reino. A vilã ordena que um caçador a mate sem deixar rastros, mas, sem conseguir cumprir o comando da Rainha, ele liberta a deixa fugir para floresta encantada.

É a partir desse ponto que alguns elementos mais assustadores surgem em tela, trazendo parte da essência da antiga animação. Só que, ao mesmo tempo, também começamos a notar como as críticas, tanto internas quanto externas, tiveram impacto no resultado final do longa, começando pela escolha de recriar os Sete Anões com CGI.

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A decisão de usar efeitos especiais nos personagens foi apenas uma das polêmicas que o projeto enfrentou durante o período de desenvolvimento. Por anos, a trama passou por diversas regravações e sofreu alterações importantes que podem ter sido cruciais para a falta de conexão em certos pontos do roteiro. É quase como se a verdadeira história que queriam contar tivesse se perdido completamente entre versões distintas da mesma narrativa.

Mesmo assim, algumas dinâmicas ainda funcionam bem e divertem. A adição de mais cenas entre Branca de Neve e Jonathan, interpretado por Andrew Burnap, é um dos acertos do remake.  O “príncipe” foi repaginado como um rebelde que luta para defender os amigos da política da rainha e, de certa forma, veio para corrigir o romance corrido do casal. As sequências entre os dois não tão são grandiosas, mas buscam causar conexão com os espectadores através da comédia e são, com certeza, melhores do que outras interpretações no filme.

O pior elemento é o exagero na performance de Gal Gadot. No primeiro número musical da Rainha Má, cada movimento que a atriz tenta dramatizar ao máximo resulta em uma construção de cena extremamente forçada. Para aumentar ainda mais o estranhamento, em paralelo, temos a naturalidade de Rachel Zegler como Branca de Neve, que domina cenas musicais com presença e confiança.

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Não é surpresa que a atriz de 23 anos tem uma das vozes mais potentes de sua geração e costuma atingir todas as expectativas, ainda mais em musicais. E Branca de Neve não foi diferente já que Rachel consegue convencer e encantar com a delicadeza e determinação que colocou na personagem.

Mas a trama desconexa ainda dificulta o trabalho da atriz. É fácil se perder na sequência final com uma narrativa parece saber bem qual direção seguir. Em uma análise geral, Branca de Neve é um filme salvo por Zegler, que soube incorporar a essência da princesa e adicionar um toque contemporâneo na performance.

Branca de Neve está em cartaz nos cinemas.

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