Por que a indústria do cinema teme a fusão entre Netflix e Warner

Entenda porque profissionais e empresas da indústria do entretenimento enviaram uma carta anônima ao congresso estadunidense

Por Rômulo Santana 5 dez 2025, 16h16
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or medo de represálias, um consórcio de empresas de entretenimento, celebridades e cineastas enviaram uma carta anônima ao Congresso dos Estados Unidos para manifestar sua preocupação com a compra da Warner Bros. Discovery. pela Netflix, anunciada nesta sexta-feira (5).

Segundo a Variety, o e-mail enviado aos membros dos dois partidos do país, Republicano e Democrata, conta com citações de executivos que não se mostram preocupados em manter o negócio da forma como conhecemos. Na mensagem, que foi assinada por “produtores de filmes preocupados”, o grupo diz temer que a fusão entre o estúdio e o streaming destrua o mercado da sétima arte e as salas de cinema. 

“Levar as pessoas ao cinema simplesmente não é o nosso negócio”, disse Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, em uma conferência de resultados de 2023. 

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O grupo Warner Bros. Discovery detém uma série de estúdios de cinema, como Warner Bros. Pictures, New Line Cinema e DC Studios, entre outros. A empresa também é responsável por canais como HBO, CNN e Cartoon Network, que juntos reúnem em seu catálogo produções que atravessam gerações e marcaram a história do entretenimento e do jornalismo mundial.

Entre os principais títulos do conglomerado estão:

Franquias como ‘Game Of Thrones’, ‘Harry Potter’, ‘Senhor Dos Anéis, ‘Scooby-Doo’, ‘Mad Max’, ‘Blade Runner’, ‘Batman’, ‘Tom & Jerry’, ‘Invocação do Mal’, ‘Duna’, ‘Looney Tunes’, ‘Sex And The City’, ‘Sopranos’ entre tantos outros.

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O acordo entre a Netflix e a multinacional foi fechado por 27,75 dólares por ação da WB, totalizando cerca de 82,7 bilhões de dólares (cerca de 382 bilhões em reais). Segundo nota do streaming, a transação será finalizada no terceiro trimestre de 2026.

Os tais “produtores de filmes preocupados” afirmam que com a fusão, a Netflix teria poder suficiente para reduzir a presença de filmes nas salas de cinema. “Mantém efetivamente um estrangulamento sobre o mercado cinematográfico”, dizem aqueles que não se identificam “não por covardia”, mas porque tem medo da influência do streaming como comprador e distribuidor de seus trabalhos.

As fontes da Variety divergem sobre as condições da negociação. Enquanto uma delas aponta que os cinemas detém apenas duas semanas de exclusividade antes das obras chegarem à plataforma, a outra nega essa informação dizendo que as janelas de exibição seriam maiores.

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Essa matéria também aponta que haviam outras propostas como a do grupo Paramount, que se comprometeu a manter a Warner como uma empresa independente com no mínimo 14 produções anualmente.

A carta é finalizada com uma lista de membros do Senado e da Câmara estadunidense que já se posicionaram contra o negócio, além de mencionar o risco iminente para os milhões de empregos da indústria e também para uma forma de consumir arte que pode deixar de existir.

A Netflix e Warner Bros. Discovery e se recusaram a comentar o assunto para a Variety.

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