Phoebe Bridgers fala sobre relação com as redes sociais e conexão com fãs

Em entrevista à CAPRICHO, a cantora ainda compartilhou mais sobre seu processo de colaboração com outros artistas e falou do Primavera Sound

Por Anny Caroline Guerrera Atualizado em 30 out 2024, 15h22 - Publicado em 13 nov 2022, 10h01

A passagem de Phoebe Bridgers pelo Brasil foi cheia de emoção e muito carinho do público. A cantora de 28 anos se apresentou no palco do Primavera Sound e sentiu toda a energia dos fãs brasileiros – que esperavam animados por seu show no país.

A atmosfera presente na performance da artista foi a prova de que a espera valeu a pena. Quando Bridgers entrou no palco ao som de Motion Sickniss, a voz empolgada da multidão podia ser ouvida acompanhando cada letra da composição, que faz parte do disco Stranger in the Alps, lançado em 2017.

”Foi uma loucura”, disse Phoebe sobre a energia da apresentação em entrevista à CH. Na conversa, a artista e Marshall Vore ainda refletiram sobre como não imaginavam que as faixas que criaram fariam tanto sucesso e que teriam tantas pessoas se identificando com aquilo: “Honestamente, a coisa que mais me intriga nisso é que quando estávamos fazendo esse disco e aquelas músicas, acho que nunca pensei que fosse ter outra pessoa que iria realmente gostar disso”, destacou Vore.

Phoebe Bridgers sorrindo enquanto se apresenta no palco do Primavera Sound em São Paulo; ela observa o público com uma guitarra na frente do corpo enquanto sorri
Phoebe Bridgers Mauricio Santana/Getty Images

Além do show incrível, Phoebe apareceu outra vez no Primavera Sound para cantar a faixa Stoned at The Nail Salon ao lado da cantora Lorde.

”Eu estava tão nervosa, sinto que essas coisas acontecem com grandes estrelas do pop e elas esquecem como o show é diferente do nosso. Um porque é a música deles, então é bem mais fácil estragar tudo. Mas também porque tem muito mais gente e muito mais pressão”, relatou ela sobre a sensação de subir no palco ao lado da artista.

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Phoebe ainda contou que o convite aconteceu no mesmo dia da apresentação. “Fico muito nervosa quando entro no palco com outras pessoas. E ela foi tão tranquila”, disse Phoebe. “Eu estava nervoso por você. Você passou o dia todo nervosa. Você estava silenciosa o dia todo”, brincou Marshall sobre o estado da cantora antes do show.

O conceito da apresentação ao vivo

Para deixar o conceito de suas apresentações ainda mais único, o palco de Bridgers conta com um telão que mostra diferentes capítulos de um livro para cada canção e a cantora explicou como a ideia para isso surgiu: “No decorrer dos anos, e isso é verdade acho que para qualquer um que fica empolgado com o que faz, eu acho que mantive pessoas. Teve esse cara que desenhou, fez ilustrações ao vivo, não do show mas de coisas inspirada nas músicas, em Londres. Tinha tipo esse projetor nas mãos dele, ele fez isso e foi muito legal”, recordou Phoebe.

A pessoa era Chris Riddell, que mais tarde foi convidado pela cantora para fazer o livro de letras do Punisher, disco de 2020. Com a temática do projeto, o responsável pela iluminação do palco sugeriu que ele também ajudasse a montar o conceito da turnê: “Você mantém as pessoas que te inspiram pelo caminho. Você continua com elas e se inspirando nelas. Então, eles montaram o show e foi uma combinação de anos de colaboração”, disse a cantora.

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Colaborações

Presente em projetos envolvendo diferentes artistas como The 1975, Taylor Swift e Lorde, Phoebe falou sobre como foi estar em contato com grandes ídolos que admira ao mesmo tempo em que gravou boa parte do material para colaborações sozinha.

Eu estava indo no estúdio e cantando nos álbuns dos meus heróis sozinha. Eu estava mandando mensagem para eles enquanto fazia isso mas não é como se tivéssemos feito isso no estúdio juntos. Eu fiz muitas gravações sem estar rodeada de pessoas”, revelou a cantora sobre o processo de desenvolvimento de colaborações durante a pandemia.

Bridgers contou que estar em Nothing New, uma das faixas “From The Vault” da regravação do disco Red, de Taylor Swift, foi algo especial porque ela é uma pessoa que não lança músicas que não entraram no álbum.

Eu apenas acho que é uma loucura estar em uma música como essa, especialmente de um dos meus álbuns favoritos dela, de quando eu tinha 18 anos. Principalmente como alguém que não tem lados B, nunca, se eu não gravar a música para o disco, eu nem mesmo a termino”, disse a cantora.

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Apesar de não guardar canções dessa forma, Phoebe revisita antigos diários e confessa que tem um apego especial com composições de músicas específicas: “Tenho letras que tento encaixar em músicas há anos”, contou a artista. “Não termino músicas que descartei ou músicas que me deixam meio: ‘Não vou lançar isso.’ Se eu termino, significa que gostei”, pontuou ela.

Saddest Factory

Inspirando novos nomes da indústria e também os apoiando, Phoebe é responsável pelo selo Saddest Factory, uma gravadora que permite que os artistas cresçam em seu próprio ritmo: “Se eu tivesse colocado meu primeiro disco para sair em uma grande gravadora, acho que na primeira semana de vendas eles estariam se perguntando se deveriam me deixar”, refletiu Phoebe em comparação com grandes empresas.

”Tem sido interessante ter a chance de assinar com bandas pop alternativas como MUNA. E também [perceber] como o pop alternativo no mundo indie é tão gigante”, explicou a artista. Ela pontuou que, apesar de ter um recorte específico que não se compara com grandes nomes do pop, ainda se surpreende com os resultados que recebe.

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”Se você comparar com a gente, todo mundo conhece as letras, todo mundo está dançando, é um sucesso enorme. Acho que deixar as pessoas crescerem em seu próprio ritmo é a parte mais legal”, explicou.

Phoebe Bridgers no palco do Primavera Sound em São Paulo; ela está tocando guitarra enquanto sorri e canta para o público do festival e é iluminada por uma luz alaranjada
Phoebe Bridgers Mauricio Santana/Getty Images

Redes sociais e conexões com os fãs

Ativa nas redes sociais, Phoebe costuma engajar publicações com temas sociais e políticos e também vê as plataformas como uma forma de conexão com os fãs. “Assistir ao Twitter pegando fogo é tão estranho porque para mim a parte mais doce é ser uma ligação direta com os fãs”, afirmou.

A artista ressaltou como gosta de poder compartilhar momentos com o público e receber tantas mensagens carinhosas de volta: ”Saindo do palco no Brasil e vendo os vídeos do meu rosto e de como eu estava gritando junto com alguém, essa é minha parte favorita. Não sei como conseguir isso sem o lado horrível e obsessivo que a plataforma tem.”

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Phoebe também explicou que é difícil imaginar os próximos passos das redes sociais em uma época em que temos tanta propaganda e fatores negativos nas plataformas: “Eu nunca digo sobre qual é o futuro dela porque eu desejo que seja mais doce, que seja mais leve, sabe?”

Queria que você mais doce e realmente comandado pelas pessoas que amam isso”, declarou a artista.

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