Ovacionada como Bianca, Mellody Queen se emociona na final do Drag Race
Em entrevista à CAPRICHO nos bastidores da final, a drag queen mineira falou sobre trajetória no programa e homenagem à avó
2ª temporada de Drag Race Brasil chegou ao fim coroando Ruby Nox como a grande campeã. Mas Mellody Queen também brilhou, chegando ao TOP 2 e protagonizando alguns dos momentos mais marcantes da temporada. Nos bastidores da final, a drag de 31 anos conversou com a CAPRICHO sobre sua trajetória, a emoção de ver o público ovacionando seu nome social e os próximos passos da carreira.
“Hoje a Mellody dá uma vida melhor para a Bianca”
Durante a final, o público começou a gritar “Bianca”, nome social de Mellody Queen, e a reação emocionou a artista.
“Foi surreal. Por trás dos bastidores é a Bianca que dá vida à Mellody. Isso não é vergonha e também não tenho medo de contar para ninguém, mas há muito tempo eu vivia da prostituição. Esse é meu nome social. Ela que trabalhava instintivamente todos os dias para eu conseguir comprar uma peruca e poder dar vida a criação.”
“Eu consegui dar vida a Mellody e hoje em dia ela está dando uma vida melhor para a Bianca. Eu estou cuidando do meu íntimo, do meu pessoal, da minha casa, da minha família. Isso não tem preço”, continuou Mellody.
A drag também falou sobre os desafios de viver da arte drag no Brasil: “Viver de drag no Brasil não é fácil. As pessoas acham que fazemos por hobby, mas muitas de nós tentam isso como uma profissão. É sempre um cachê muito baixo. Muitas vezes, o que gastamos nunca é coberto. Quando recebi meu primeiro cachê alto, que foram duzentos reais, parecia uma fortuna. Para muita gente é pouco, mas para uma drag é muito.”
Do sonho à final
Fã da franquia Drag Race, Mellody definiu chegar ao TOP 2 como a realização de um sonho. “Ser finalista era tudo que eu queria. Eu acompanho todas as temporadas de todos os países. Ver os créditos subirem e ver o nome da RuPaul não tem preço. Uma finalista travesti numa franquia brasileira é um similar de forças. Não tem como explicar, só sentir.”
Ao longo da temporada, Mellody conquistou o título de lip sync assassin, acumulando apresentações icônicas — incluindo a performance de Brasil, de Gal Costa, contra DesiRée Beck, que terminou em double shantay.
“Vou puxar sardinha pro meu lado: todos os lip syncs icônicos têm Mellody Queen no meio. Virei a assassin do Brasil. Agora quero mostrar ainda mais da minha arte. O programa acabou, mas nossa vida continua.”
No episódio final, Mellody surgiu careca no palco e também na Watch Party Lindas, em homenagem à sua avó, que faleceu de câncer. “Ela que, de toda a minha família, que é grande, foi a única que acreditava na artista em mim. Ela foi a primeira pessoa da família para quem contei sobre a minha transição. Era quem me levava para o jazz, balé e teatro. Eu que raspei a cabeça dela na época, e quando ela faleceu participei de um concurso em BH raspando a minha cabeça em tributo. É a minha forma de mostrar todo o carinho que ela investiu em mim lá atrás.”
Para além da televisão, Mellody reforça que sua jornada está só começando. “Todo mundo sabe que vim da arte do bate-cabelo, mas não me escoro só nela. Tenho várias vertentes e quero mostrar tudo agora. É o momento de ocupar outros espaços e seguir mostrando que a drag brasileira é muito maior do que o palco de uma boate.”
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