Oscar 2025: Diretora de ‘A Substância’ é a única mulher na categoria

Em 96 anos de premiação, somente três mulheres concorreram ao prêmio e, a cada ano, as indicações a diretoras se mantém escassas e até únicas

Por Mavi Faria Atualizado em 23 jan 2025, 13h21 - Publicado em 23 jan 2025, 13h19
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anúncio dos indicados ao Oscar 2025 aconteceu na manhã desta quinta-feira (23) em Los Angeles, e foi especialmente memorável para os brasileiros pelas três indicações históricas de Ainda Estou Aqui: Melhor Filme Internacional, Melhor Atriz, para Fernanda Torres, e Melhor Filme, o principal prêmio da cerimônia.

Mas, além da felicidade em clima de Copa do Mundo, o anúncio dos indicados também apresentou uma informação importante, em especial na categoria de Melhor Direção. Historicamente, este prêmio é quase exclusivamente indicado e conquistado por homens e o movimento de prestigiar diretoras mulheres é recente.

Nesta edição do Oscar, somente uma mulher foi indicada, dentre as cinco vagas, para a categoria de Melhor Direção. Coralie Fargeat surpreendeu o público com o filme de terror/ficção científica A Substância, que conta a história de Elisabeth, vivida por Demi Moore, uma apresentadora de televisão que se vê sendo demitida por não ser mais jovem e ‘bonita’ como a produção gostaria. 

O drama da protagonista, comum a tantas mulheres que se veem com uma data de validade e com uma pressão enorme para se manterem jovens para sempre, vem conquistando um reconhecimento merecido e inesperado. No Globo de Ouro, por exemplo, Demi Moore conquistou a estatueta de Melhor Atriz em Comédia/Musical e, no Oscar 2025, é uma das favoritas ao prêmio de Melhor Atriz.

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A indicação da diretora Coralie Fargeat é motivo de comemoração e é mais do que merecida pelo seu trabalho, mas também é um lembrete de como a igualdade de gênero ainda é um caminho longo a ser percorrido. Para se ter uma ideia, em toda os 96 anos de história do Oscar, que começou em 1929, somente três mulheres venceram o prêmio de Melhor Direção: Kathryn Bigelow por The Hurt Locker, em 2010; Chloé Zhao por Nomadland, em 2021; e Jane Campion por The Power of the Dogem 2022.

Do primeiro prêmio concedido a uma mulher na categoria, até hoje, já se passaram 15 anos e, mesmo assim, as indicações a diretoras são escassas e, na maioria das vezes, únicas por edição, o que escancara não uma falta de talento ou de opções a serem indicadas, mas de um histórico machista que não reconhece o trabalho feminino na direção como do mesmo nível do dos homens.

Neste ano, Coralie Fargeat concorre contra Brady Corbet, por O Brutalista; Jacques Audiard, por Emilia Pérez; Sean Baker, por Anora; e James Mangold, por Um Completo Desconhecido. Estaremos torcendo por ela e pela maior abertura e acolhimento ao trabalho de diretoras femininas, que se mostram, a cada edição do prêmio, mais competentes.

A cerimônia do Oscar irá acontecer no dia 02 de março, em um domingo. Não esquece de anotar na sua agenda!

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