Continua após publicidade

Quadrinista brasileira acusa Netflix de plágio no roteiro da série 1899

A artista listou semelhanças entre sua história e o enredo da nova produção da plataforma e os criadores responderam a polêmica através das redes sociais

Por Da Redação Atualizado em 30 out 2024, 15h21 - Publicado em 21 nov 2022, 14h06

Criada por Baran bo Odar e Jantje Friese, os mesmos nomes que foram responsáveis pela série Dark, a produção 1899 teve uma grande repercussão ao chegar na Netflix na última semana. Nas redes sociais, a ilustradora brasileira Mary Cagnin acusou a série de plagiar um de seus quadrinhos.

O dia que descobri que a série 1899 é simplesmente IDÊNTICO ao meu quadrinho Black Silence, publicado em 2016“, escreveu Mary no Twitter. De acordo com a thread da quadrinista, diversos momentos da nova produção trazem elementos de sua história Black Silence, indo desde mistérios do enredo até alguns detalhes como símbolos e narrativas de personagens.

As escritas em códigos. As vozes chamando por eles. Detalhes sutis da trama, como dramas pessoais dos personagens, incluindo as mortes misteriosas”, citou ela mostrando paralelos de imagens da série e de seu quadrinho.

Mary explicou que acredita que seu trabalho chegou até os criadores da série porque em 2017 participou da Feira do Livro de Gotemburgo e, no evento, distribuiu o quadrinho de Black Silence e também disponibilizou uma versão inglês da história. Ela ainda relata que contou detalhes da narrativa quando a apresentou para o público, que contava com pessoas influentes da área.

Continua após a publicidade

A gente não pode achar que só porque somos brasileiros devemos aceitar esse tipo de menosprezo e indiferença. Temos inúmeros casos de gringos copiando a gente, em filmes, séries e músicas”, desabafou Mary sobre toda a situação. Ela ainda afirmou que vai procurar informações sobre procedimentos que podem ser tomados no caso.

Resposta dos criadores

Após o relato de Mary viralizar nas redes sociais, os criadores da série se manifestaram, afirmando que não conheciam o trabalho da ilustradora e que a história de 1899 é original.

Infelizmente não conhecemos a artista, nem sua obra ou quadrinho. Nunca roubaríamos de outros artistas como nos sentimos como artistas nós mesmos. Também entramos em contato com ela, então esperamos que ela retire essas acusações. A internet se tornou um lugar estranho. Por favor, mais amor em vez de ódio. Obrigado. bo“, escreveu Baran bo Odar ao republicar uma nota de uma página de fãs que o defende das acusações.

Continua após a publicidade

View this post on Instagram

A post shared by baranboodar 🜃 (@baranboodar)

Jantje Friese também escreveu sobre o caso e descartou a possibilidade de conhecer o quadrinho de Mary antes da acusação de plágio.

Ah, internet! Não posto nada há anos porque, francamente, acho que as redes sociais se tornaram tóxicas. As últimas 24 horas provaram isso novamente. Contextualizando: uma artista brasileira alegou que plagiamos sua graphic novel. Para deixar claro: não fizemos isso! Até ontem não sabíamos nem mesmo da existência dessa graphic novel. Ao longo de dois anos, colocamos dor, suor e exaustão na criação de 1899. Esta é uma ideia original e não foi baseada em qualquer material. No entanto, temos sido bombardeados com mensagens – algumas delas feias e ofensivas. Alguém diz lobo e todos acreditam, sem nem verificar se as afirmações fazem algum sentido. Óbvio se isso for ser um plano para vender mais cópias da graphic novel dela: bem pensado”, disse ela.

Publicidade