Millie Bobby Brown revela que não usou dublês em cenas de ação em Donzela
A atriz contou que treinou para o papel mas não se importou em cometer erros já que queria deixar a personagem o mais convincente possível
Millie Bobby Brown é uma corajosa protagonista em Donzela, o novo longa da Netflix. No filme, a atriz interpreta Elodie, uma jovem que é jogada em uma caverna para ser morta por um dragão e precisa utilizar a inteligência e o instinto de sobrevivência para escapar. A produção está repleta de cenas de perseguições com muita ação e Millie não utilizou dublês para filmar as sequências.
“Eu mesma fiz todas as minhas cenas, do começo ao fim“, revelou a atriz em material exclusivo à CH. Para ela, as escaladas eram as situações mais desafiadoras das gravações. “Embora eu tenha achado que seria a mais fácil, porque já havia escalado quando era mais nova. Mas foi totalmente diferente. Eu estava em uma caverna, presa por cabos, e não tinha nenhuma pedra para eu me apoiar. Estava escalando cristais escorregadios. Uso o tecido do meu vestido nos pés, então não dá para ter muita noção do material. Acho que foi a cena mais difícil”, explicou.
Mas a atriz não se importou em cometer pequenas imprecisões já que isso tornaria sua personagem ainda mais realista. “Eu queria cometer erros, queria escorregar, cair. Não queria treinar muito para não parecer que eu conhecia bem o lugar. Queria que fosse assim: ‘Ação! Vem comigo e vamos ver se vou sobreviver.’“
O pensamento faz ainda mais sentido quando analisamos que, no enredo, Elodie não tem qualquer treinamento prévio. Ela descobre aos poucos como se tornar uma guerreira e tenta encontrar a própria força na determinação em fugir viva da caverna. “Elodie se transforma em alguém muito diferente de quem ela era no começo do filme. Ela se torna uma mulher que nem imaginava que podia ser. E acho que muitas mulheres e meninas vão se identificar com essa jornada.”
O fato dela estar completamente sozinha nessa trajetória foi outro traço que chamou atenção de Millie, que estava acostumada a interpretar papéis em que podia contar com outras pessoas. “Depois que li o roteiro, pensei: ‘Nossa, nunca interpretei um papel em que tivesse que fazer tudo sozinha’. Porque nos meus outros trabalhos, eu sempre tenho colegas de cena. Em Stranger Things, tive colegas incríveis que me apoiaram muito. Em Enola Holmes pude contar com Henry Cavill e Louis Partridge. Mas em Donzela, a realidade bateu: ‘Sou só eu! Preciso entrar em cena de corpo e alma todo dia'”, recordou.
Retratei Elodie muito em cima de quem eu sou e do que precisei encontrar em mim para me tornar ela.
Millie Bobby Brown sobre seu papel em Donzela
Para construir uma heroína que refletisse os pontos fundamentais do filme, a atriz precisou se entregar completamente ao enredo. Usando suas próprias vulnerabilidades e vivências, ela buscou a maneira certa de transmitir os conflitos da protagonista.
“Eu queria ser sincera e visceral. Não queria ficar só na superfície na hora de mostrar o que ela poderia ser. Eu precisava mergulhar fundo em quem eu era e usar experiências pessoais para dar vida à personagem. Eu não podia dar só 20%, tinha que estar presente de corpo e alma. Durante a maior parte do filme eu não contraceno com ninguém. Meus colegas eram a equipe e eu só podia contar com eles. E foi uma experiência maravilhosa e que me mudou como pessoa. Retratei Elodie muito em cima de quem eu sou e do que precisei encontrar em mim para me tornar ela.”
Ao criar uma personagem do zero, Millie descobriu inspirações em si mesma para construir uma história coerente. Seu objetivo era ter uma narrativa em que o público pudesse acreditar e torcer pela protagonista por suas habilidades e dificuldades também.
“Tenho 19 anos e estou mudando a cada dia. Eu, Millie, ainda não estabeleci quem sou como pessoa, então tive que construir a linha do tempo da personagem enquanto eu mesma estou mudando e aprendendo sobre mim. Precisei ir descobrindo no caminho. Pensando: ‘Tudo bem, se ela é boa nisso talvez seja ótima nesse aspecto da sobrevivência, então vou usar isso na próxima cena’. No último dia, eu sabia quem ela era.”
O conceito da donzela que não precisa ser salva do perigo foi algo essencial para que ela entrasse na mente da personagem. “É ela que se salva, e de muitas formas. Isso subverte o que esperamos, pois imaginamos que o príncipe vai aparecer para salvá-la, mas não. Ele só decepciona. Não espere o príncipe, porque é cilada. [risos.] Eu acho que, quando todos os homens a decepcionam, ela passa a ser responsável pela própria vida. Adoro que Elodie vai contra as expectativas. Ela está em apuros, mas acaba se tornando uma guerreira. Não sei se ela sabia que seria capaz disso algum dia, mas essa é a beleza da história. Ela se descobre no meio dessa experiência traumática e intensa.”
Ela está em apuros, mas acaba se tornando uma guerreira. Não sei se ela sabia que seria capaz disso algum dia, mas essa é a beleza da história. Ela se descobre no meio dessa experiência traumática e intensa.
Mais uma vez como produtora, Millie vivenciou novas experiências na frente das câmeras e também nos bastidores. O projeto foi uma oportunidade para ela confiar mais em seu potencial, evoluindo com os obstáculos que superou no caminho.
“Aprendi que posso confiar em mim e consigo me dedicar quando preciso. Às vezes pensamos que, no trabalho de atriz, temos como compartilhar o fardo com o resto das pessoas. Mas, para mim, ter que fazer as cenas sozinha, chegar lá todo dia mesmo cansada ou me sentindo mal e ainda assim estar presente foi muito recompensador.”
Donzela está disponível na Netflix.