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MC Soffia mostra como é ser uma It-girl em novo álbum

Em entrevista à CAPRICHO, a cantora nos revelou como se sente ocupando uma posição de referência para uma nova geração

Por Arthur Ferreira Atualizado em 29 out 2024, 18h00 - Publicado em 26 dez 2023, 17h43

MC Soffia é a ref delas! Aos dezenove anos, a cantora é dona de um flow sagaz e um estilo 100% autêntico que está inspira uma nova geração e redefinindo os padrões na cena do hip hop brasileiro. Recentemente, a rapper lançou as seis primeiras faixas de seu mais novo álbum, It Girl, e, em entrevista exclusiva para a CAPRICHO, Soffia nos contou um pouco dos bastidores de cada faixa e revelou como se sente ao ocupar uma posição de referência na mídia.

“Para mim [se tornar uma referência] é incrível, porque o que mais faltou em outras gerações foram referências para que a gente pudesse se estruturar e pensar melhor em ‘quem queremos ser quando crescer’, sabe? Então ser essa referência agora é muito importante para mim, porque eu consigo alcançar diversas pessoas com a minha música”, contou MC Soffia à CAPRICHO.

Mas, afinal, o que é uma It Girl? Ao discutir o conceito do termo, Soffia enfatiza a importância de expressar a personalidade e o estilo de forma autêntica. Segunda ela, “ser It-girl é lançar tendência, lançar moda. É entender que você tem que se sentir confortável com o seu look e sua personalidade. As ruas são uma passarela para você, se divirta, use e abuse. Ser It-girl é colocar uma polaina em um calor do caramba e conseguir entregar também – foi o que eu fiz”, diz a artista.

Sendo assim nada mais It-girl que a própria MC Soffia! Aos seis anos, ela já compunha, e aos sete, fez seu primeiro show em uma maratona dedicada ao aniversário de São Paulo. Claro que esse processo não foi fácil, de cara ela já enfrentou resistência no mundo do hip hop, dominado por homens. Inspirada por artistas como Nicki Minaj, Beyoncé e Karol Conka, ela encontrou sua voz e se tornou uma defensora fervorosa do empoderamento feminino e negro.

Eu sou a minha própria gravadora, então a gente sempre toma muito cuidado com o que a gente vai postar e mostrar para o público. E a galera desacredita, né? Porque é muito bom e é com pouca verba. Quanto mais verdadeiro for o artista, não tanto uma máquina, melhor

MC Soffia

Agora, aos dezenove, Soffia reflete sobre seu crescimento na indústria musical: “Eu poderia ter estourado quando criança e depois ninguém lembrar mais de mim, mas a galera lembrou e está acompanhando, escutando minhas músicas. Eu acho que se manter nessa indústria é essencial e eu fico muito feliz que está acontecendo comigo”.

Confira um trecho de nossa entrevista:

@capricho

@Soffia💗 contou para a CH como ela se sente sendo uma referência para a nossa geração, além da importância da representatividade! #chentrevista #entretenimento #cantora #musica #celebridade

♬ Natural Emotions – Muspace Lofi

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Com batidas envolventes e colaborações poderosas, as novas músicas refletem o amadurecimento artístico da jovem cantora. Suas músicas abordam temas desde o verão animado até a liberdade de expressão e identidade, uma verdadeira trilha sonora para uma geração que busca autenticidade: “Eu tenho algumas músicas antigas que eu não gosto de ouvir, acho que poderiam ser melhores, e tem umas outras músicas que são muito boas, mas que não podem ser tocadas em qualquer evento, já essas novas músicas são ótimas e dá para tocar em qualquer lugar“.

Ao explorar faixas como “Ref Delas” e “Quer Meu Corpo”, Soffia aborda temas de liberdade e autenticidade. Sobre “Quer Meu Corpo”, ela compartilha insights sobre a evolução de sua abordagem à sexualidade na música. “Foi um processo até eu entender que não tem que ser um problema e a gente pode, sim, falar do nosso corpo e das nossas sensações de uma forma aberta“, afirma a artista.

“As mulheres têm que saber o que é bom para elas também, né? Às vezes muitas coisas relacionadas a sexualidade que o homem fala na música, tem muita mulher que não gosta e acha que é errado não gostar, mas não é”, continuou MC Soffia.

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Ah, e essa é só a primeira parte do álbum, tá? Além das seis faixas já lançadas, em 2024 a cantora vai lançar mais cinco faixas para fechar o disco. E segundo MC Soffia, vamos ter a participação de uma dupla e de uma cantora que sempre fez parte de sua vida. Quem será? 

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Confira nossa entrevista com a MC Soffia na íntegra:

CH: MC Soffia, o que você considera ser uma It girl? 

MC SOFFIA: Ser It-girl é lançar tendência, lançar moda. É entender que você tem que se sentir confortável com o seu look e sua personalidade. As ruas são uma passarela para você, se divirta, use e abuse. Ser It-girl é colocar uma polaina em um calor do caramba e conseguir entregar também – foi o que eu fiz.

Quais são as It Girls que te inspiram?

Eu gosto muito da influencer de moda africana, Glow Princess. Também gosto da Bree Runway, Teyana Taylor, Urias e a Rihanna. Só nomes chiques.

Como você descreveria a evolução do seu estilo musical neste álbum em comparação com os seus trabalhos anteriores?

Satisfeita. Eu estou muito satisfeita em ter lançado esse álbum e eu estou tendo um retorno muito positivo. Eu tenho algumas músicas antigas que eu não gosto de ouvir, acho que poderiam ser melhores, e tem umas outras músicas que são muito boas, mas que não podem ser tocadas em qualquer evento, já essas novas músicas são ótimas e dá para tocar em qualquer lugar.

Muita gente na internet faz comentários como “eu pisquei e a Mc Soffia cresceu”. Como você se sente lendo isso?

Eu fico muito feliz, porque eu vejo que meus fãs continuam me acompanhando e que eu consegui manter essa carreira. Eu poderia ter estourado quando criança e depois ninguém lembrar mais de mim, mas a galera lembrou e está acompanhando, escutando minhas músicas. Eu acho que se manter nessa indústria é essencial e eu fico muito feliz que está acontecendo comigo.

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Em “Chica Mala”, você abre o álbum com muitas referências latinas em uma parceria com a Urias. Como foi o processo criativo de colaborar com ela? 

Foi incrível. Ela sempre foi minha amiga e antes mesmo dela lançar a sua primeira música, “Diaba”, ela já tinha participado de um clipe meu quando eu estava no começo desse processo todo. Ela aceitou super de boa. Ela traz essa referência bem internacional e eu quero trazer também, então fazer essa música com esse instrumental foi incrível.

Em “Ref Delas”, você destaca a mulher autêntica que cria sua própria identidade e se torna uma referência. Você é uma cantora jovem e que está fazendo muito sucesso, como está para você se tornar uma referência para uma nova geração de meninas negras?

Para mim é incrível, porque o que mais faltou em outras gerações foram referências para que a gente pudesse se estruturar e pensar melhor em “quem queremos ser quando crescer”, sabe? Então ser essa referência agora é muito importante para mim, porque eu consigo alcançar diversas pessoas com a minha música. Já teve uma fã que falou que achava que a cor da pele dela, que é retinta igual a minha, não combinava com nenhuma cor que ela queria fazer trança. Ela só fazia preta porque não achava que combinava, e eu fui lá e lancei uma trança verde. Ela falou “cara, quando eu vi você, preta de pele retinta, usando trança verde, eu falei ‘eu também posso’. Então as meninas veem que dá para fazer também.

Eu sou a minha própria gravadora, então a gente sempre toma muito cuidado com o que a gente vai postar e mostrar para o público. E a galera desacredita, né? Porque é muito bom e é com pouca verba. Quanto mais verdadeiro for o artista, não tanto uma máquina, melhor.

Ah, e “Ref Delas” já ganhou clipe, tá?

“Late Late” é uma das faixas mais divertidas do álbum e traz essa vibe de curtir o verão com as amigas. Quais foram suas inspirações e o que não pode faltar no seu verão? 

Eu amo o verão, minhas amigas, marquinha de fita, churrasco, cachorrinho e, claro, laje. Desde pequenininha eu queria ter uma laje. Eu queria ser muito rica e sempre falava “eu quero ter uma mansão e atrás dela vai ter uma laje”. Eu nunca tive porque eu e minha mãe morávamos em um prédio e minha família paterna morava na periferia, só que era em uma casa grande e não tinha laje. Eu gostava de empinar pipa, de tomar sol e eu não tinha laje. Então eu trouxe toda essa estética dos meus verões para o público.

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A faixa “Quer Meu Corpo” fala sobre a liberdade de sentir e de se relacionar, independente de gênero. Como você expressa a sua liberdade em suas letras?

Foi uma construção, eu tinha muita vergonha e era um tabu, né? Os homens desde novos já estão falando sobre tudo, escrachando as mulheres, e a galera consome. Já quando é uma mulher fazendo, vira uma coisa vulgar, é mostrar para se vender. São muitas problemáticas que nós passamos. Foi um processo até eu entender que não tem que ser um problema e a gente pode, sim, falar do nosso corpo e das nossas sensações de uma forma aberta. Todo mundo faz, todo mundo vive. As mulheres têm que saber o que é bom para elas também, né? Às vezes muitas coisas relacionadas a sexualidade que o homem fala na música, tem muita mulher que não gosta e acha que é errado não gostar, mas não é.

“Popular” aborda a reflexão da mulher negra e sua jornada para se afirmar na sociedade. Como você espera que essa faixa influencie o diálogo sobre identidade e representatividade?

Eu espero que a galera escute, entenda e repasse para outras pessoas. Todo mundo quer ser popular, eu sempre quis ser popular na escola e às vezes eu queria fazer coisas que mostravam nos filmes americanos para ser popular, e eu entendi que não era isso. Você tem que ser você mesmo e as pessoas têm que gostar de você desse jeito, não pelo o que você tem ou finge ter. 

“Prepara a Xereca” fecha a primeira parte do álbum e é uma homenagem às comunidades. Pode nos contar mais sobre a inspiração por trás dessa faixa?

Eu sempre quis destacar minha forte conexão com o Rio de Janeiro e São Paulo. No meu EP anterior, “Lady da Quebrada”, gravei no Rio e foi um sucesso. O entusiasmo gerou vídeos que me levaram a lançar um clipe, decidimos gravar em São Paulo, mais especificamente na periferia de Paraisópolis. “Prepara a Xereca” conta com a participação da LARINHX, que me ajudou a incorporar falas que me ajudaram a ter uma conexão mais profunda com o Rio de Janeiro. Queria criar um Trap funk para garantir que a música fosse legal para apresentações ao vivo, já que sempre penso no meu álbum considerando o impacto durante os shows. O resultado foi incrível.

Com a primeira parte de “It Girl” lançada, o que a galera pode esperar da segunda parte em 2024? Alguma dica ou spoiler do que vem por aí?

Na segunda parte vem cinco faixas diferenciadas, com ritmos diferentes. Em uma delas eu colabora com uma pessoa que sempre fez parte da minha vida e em outra, eu colaborei  com uma dupla. Então é babado, vai ter mais clipes também.

Escute as seis primeiras músicas da “It Girl”, novo álbum de MC Soffia:

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