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MC Dricka lança feat com Arca e revela planos para carreira internacional

Em entrevista para a CAPRICHO, a funkeira nos contou as inspirações do disco "Caldeirão" e que novidades em alemão estão chegando.

Por Arthur Ferreira Atualizado em 29 out 2024, 15h38 - Publicado em 30 jun 2024, 09h00
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Rainha dos Fluxos está de volta! No dia 21 de junho, MC Dricka lançou seu novo álbum, Caldeirão, que conta com 12 faixas que exploram diferentes vertentes regionais do funk. Em entrevista para a CAPRICHO, ela nos contou mais detalhes sobre a idealização do disco, sobre sua colaboração internacional com a venezuelana Arca na música Golpeame.

A ideia foi justamente essa mistura. Graças a Deus eu tenho fãs de diversos lugares do Brasil, então eu quis unir tudo isso em um só álbum.  Fiz diversos estilos de funk putaria, não só de São Paulo. Eu coloquei também uma feat internacional porque os gringos, hoje em dia, acham nosso trabalho muito bom. Coloquei uma música sobre ser sapatão também e coloquei Trap. Então por isso que se chama Caldeirão, é uma mistura para todo mundo se deliciar na Drikca de todas as formas”, contou à CAPRICHO. 

Sobre a colaboração com a Arca na faixa Golpeame, Dricka revelou que a parceria estava em planejamento há quatro anos: “A gente se conheceu em 2020 quando ela começou a acompanhar muito trabalho e eu acabei conhecendo o trabalho dela. Ela até já subiu no palco de um show meu, já fomos curtir baladas juntas. A gente deixou de ser só admiradoras uma da outra e viramos amigas mesmo.”

Ela acrescentou: “Eu pedi para o DJ S2K fazer um beat e eu fiz a introdução em português. Para o refrão eu pesquisei no Google Tradutor e mandei para a minha produtora que entende de espanhol e inglês. Mandei para a Arca, ela achou sensacional e me mandou a parte dela. Ficou incrível.”

Com Caldeirão, MC Dricka está focada em conquistar o público internacional: “A expectativa é muito grande. Só de falar sobre isso, eu me arrepio. Esse é um álbum que a gente almeja bastante. Ainda mais pensando que o funk antigamente era meio limitado. Para precisar acessar eles [o público internacional], a gente precisava mudar para o pop e hoje a gente não precisa mudar nada e de fato mostrar o nosso talento. É gratificante demais.” Ela também revelou planos para explorar outros idiomas em suas músicas: “Agora eu vou fazer umas coisas em alemão. Vou fazer feat com um artista que é da Alemanha.”

Na faixa Sapatão, MC Dricka aborda a representatividade LGBTQIAP+ no funk: “Eu acho muito gratificante. Essa questão de representatividade para nós, do mundo LGBT, é tão difícil e ver eu, Pabllo Vittar, Gloria Groove e outros artistas conquistando esse patamar é maravilhoso demais. Ver pessoas trans conseguindo fazer seu trabalho é muito bom. As pessoas não tinham só preconceito com LGBT, o preconceito também nos proibia de acessar diversas áreas na música, ou em qualquer outro trabalho. Poder ocupar todos esses espaços é muito bom.”

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Leia a entrevista completa:

Qual foi a inspiração principal por trás do álbum de Caldeirão? Desde o nome até a idealização da capa

Eu quis fazer Caldeirão porque a galera queria ouvir meu trabalho com um beat do Rio de Janeiro, ou capixaba, ou de BH. A ideia foi justamente essa mistura. Graças a Deus eu tenho fãs de diversos lugares do Brasil, então eu quis unir tudo isso em um só álbum.  Fiz diversos estilos de funk putaria, não só de São Paulo. Eu coloquei também uma feat internacional porque os gringos, hoje em dia, acham nosso trabalho muito bom. Coloquei uma música sobre ser sapatão também e coloquei Trap. Então por isso que se chama Caldeirão, é uma mistura para todo mundo se deliciar na Drikca de todas as formas.

A ideia da capa de ser eu mais bruxa era para causar esse mistério. Como eu sou do lado obscuro da cena do funk, que fala de putaria, então eu queria vir mais bruxona mesmo. Nós falamos as verdades e sempre saímos como erradas, as bruxas eram sempre assim também. Acho que casou bastante.

Pode nos contar mais sobre a colaboração com Arca na faixa “Golpeame”? Como surgiu essa ideia e como foi trabalhar com ela?

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A gente estava devendo esse feat para a galera há quatro anos. A gente se conheceu em 2020 quando ela começou a acompanhar muito trabalho e eu acabei conhecendo o trabalho dela. Ela até já subiu no palco de um show meu, já fomos curtir baladas juntas. A gente deixou de ser só admiradoras uma da outra e viramos amigas mesmo.

Como estávamos há 4 anos tentando e eu também já estava um bom tempo sem lançar nada, eu achei que era o melhor momento, já que a galera estava esperando por isso. Eu pedi para o DJ S2K fazer um beat e eu fiz a introdução em português. Para o refrão eu pesquisei no Google Tradutor e mandei para a minha produtora que entende de espanhol e inglês. Mandei para a Arca, ela achou sensacional e me mandou a parte dela. Ficou incrível.

Você tem o objetivo de lançar sua carreira internacionalmente?

A expectativa é muito grande. Só de falar sobre isso, eu me arrepio. Esse é um álbum que a gente almeja bastante. Ainda mais pensando que o funk antigamente era meio limitado. Para precisar acessar eles [o público internacional], a gente precisava mudar para o pop e hoje a gente não precisa mudar nada e de fato mostrar o nosso talento. É gratificante demais. A minha expectativa é super alta, eu estou com uma demanda de feats Internacionais gigantesca, isso me deixa muito feliz. 

Você pretende continuar explorando outros idiomas em suas músicas?

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Agora eu vou fazer umas coisas em alemão. Vou fazer feat com um artista que é da Alemanha.

Além da Arca, o disco também traz muitas colaborações com pessoas da cena do funk. Muitos deles você já trabalhou antes, como foi escolher esses artistas para colaborar nesse projeto?

Mano, foi muito bom porque eu escolhi uma galera que eu tenho um convívio e gosto bastante do trabalho. São amigos meus de tempos do funk. Eu escolhi a galera que eu tenho uma coletividade e já conhecia.

A minha colaboração dos sonhos é com a Nicki Minaj. Queria que isso acontecesse, nem que seja só no beat.

MC Dricka

Na faixa “Sapatão” você aborda o relacionamento sexual entre duas mulheres. Como você vê o impacto do seu trabalho na representatividade feminina e LGBTQIAP+ no funk?

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Eu acho muito gratificante. Essa questão de representatividade para nós, do mundo LGBT, é tão difícil e ver eu, Pabllo Vittar, Gloria Groove e outros artistas conquistando esse patamar é maravilhoso demais. Ver pessoas trans conseguindo fazer seu trabalho é muito bom. As pessoas não tinham só preconceito com LGBT, o preconceito também nos proibia de acessar diversas áreas na música, ou em qualquer outro trabalho. Poder ocupar todos esses espaços é muito bom. Ainda tem preconceito, mas a gente tá conseguindo abrir várias portas.

Como você vê a evolução do funk nos últimos anos e o papel que você desempenha nessa transformação?

Quando o funk conseguiu ser considerado como cultura já foi um mérito gigantesco para a gente. Agora ver esse crescimento do funk, que está fazendo sucesso internacionalmente, é gratificante demais. Ter essa representatividade como uma mulher no funk, e ainda mais sendo LGBT e cantando putaria, é muito bom. 

Qual conselho você daria para jovens mulheres que querem seguir carreira no funk?

Muita paciência. Você vai precisar de bastante foco. Não se deslumbrar com palavras bonitas. Ser sempre você por você. Se impor no que quer e mão na mão na massa. O funk ainda é um pouco machista, não são todas as mulheres que conseguem trabalhar na cena.  Sempre participe e dê seus  palpite que aí as coisas vão funcionar bastante.

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Você está animada para se apresentar no Rock In Rio no Espaço Favela? O que o público pode esperar dessas performances?

Significa que nada é inabalável e tem que ter muita fé. É só trabalhar bonitinho, com amor e de coração que as coisas acontecem. Me apresentar no Rock in Rio é muito gratificante porque muitas vezes a gente acha que as coisas são impossíveis para a gente e não vão acontecer com a gente, e acontece. Eu acredito que quanto mais difícil está a vitória, ela é maior ainda. Eu vou tentar levar o fluxo com um cenário bem legal para as pessoas que nunca foram ou que tem curiosidade de saber, se sentir como em um baile de favela mesmo.

Quais são seus planos para a promoção do álbum? Podemos esperar mais clipes ou performances ao vivo?

A gente está planejando internamente as gravações do clipe de Golpeame. Estamos vendo se vamos para a Venezuala ou se trazemos a Arca para o Brasil. A gente vai começar a trabalhar na semana que vem no Fluxo no Pagode, eu vou lançar minhas músicas de grande sucesso em versão de pagode. 

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