Margot Robbie quer que ‘Barbie’ mostre que ser apenas você é suficiente

"Ter alguém dizendo que você é boa do jeito que é, que você já está arrasando. Sinto que precisava ouvir isso", declarou a atriz em coletiva de imprensa

Por Anny Caroline Guerrera Atualizado em 29 out 2024, 18h30 - Publicado em 20 jul 2023, 12h16

“Nunca fiz parte de algo com tanta expectativa e sei o quanto fico feliz quando vejo esse filme”, ressaltou Margot Robbie ao refletir sobre a gigantesca repercussão de Barbie, a produção mais aguardada do ano. Dirigido por Greta Gerwig, o longa da famosa boneca provoca um novo olhar para seu universo cor-de-rosa em um roteiro recheado de ironias e críticas.

A CAPRICHO participou da coletiva de imprensa do filme com a presença de Margot Robbie, Ryan Gosling e America Ferrera, que não deixaram de destacar que querem que Barbie mostre como nem tudo é perfeito mas que também não é necessário ser extraordinário, que ser apenas o seu “verdadeiro eu” é suficiente. “Pessoalmente, eu acho que a ideia de que ‘você pode ser qualquer coisa, que você pode ser tudo’ é um pouco demais”, pontuou Robbie.

A mensagem que mais me atingiu e me pareceu mais profunda foi a de que você é suficiente do jeito que é. Você já está fazendo isso muito bem. Eu acho que há algo muito ambicioso sobre a Barbie, e sempre houve, mas ter alguém apenas dizendo que você é boa do jeito que é, que você já está arrasando… Eu sinto que precisava ouvir isso ao fazer este filme”, disse a atriz que interpreta a Barbie protagonista da história.

America, que vive a humana Gloria, não poderia concordar mais. Para ela, a narrativa chega como um convite para uma nova fase no legado de mais de 60 anos da Barbie: “Ela representou, principalmente, um único padrão de beleza, um único padrão de feminilidade, um único padrão de sucesso e acho que este filme está convidando para acabar com qualquer padrão único. Se você pode ser tudo agora, então você pode ser exatamente quem você é e celebrar isso. Ser mais exatamente o que você é e tudo o que você é.”

Descrevendo o sentimento de terminar o filme como “uma alegre celebração de nossa singularidade”, Ferrera busca transmitir a sensação de “permissão para amar a si mesmo exatamente como é”, deixando de lado aquilo que não faz tão bem assim. “É uma explosão de alegria, cor e amor e acho que é exatamente o que o mundo quer agora“, completou Margot.

Barbie e Ken cantando no carro rosa com um arco-íris em um céu azul e a Barbieland de fundo
Barbie e Ken Warner Bros./Divulgação
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Mundo real: caótico, bonito e imprevisível

Ao conhecer a Barbielândia, o público é transportado para um universo utópico em que os problemas do Mundo Real não existem. Propositalmente, a produção buscou passar a imagem de que tudo aquilo era uma construção irreal através de detalhes e objetos em cena, que fazem paralelo com memórias nostálgicas que temos da boneca e sua conhecida dreamhouse.

“Queríamos que as bordas fossem palpáveis e tangíveis. Literalmente mesmo. Queríamos ver as pinturas no cenário para que você soubesse que está em um mundo montado quando está na Barbielândia e, com isso, ter uma sobreposição quando chega no mundo real, em que tudo é caótico, bonito e imprevisível”, revelou Margot sobre os bastidores da criação do ambiente cor-de-rosa.

Ultrapassando visuais, os sentimentos dos personagens também traziam opostos que colocavam a humanidade de cada um em foco. “Fiz uma jornada incrível, pessoalmente, interpretando essa personagem passando pelo mundo da Barbie e sendo confrontada com tudo o que surge quando você se depara com um mundo perfeito”, disse America, que vive uma humana dentro da Barbielândia.

“O mundo não é perfeito e nós não estamos felizes o tempo todo. Não estamos alegres e em nossas melhores versões em todos os momentos. Quando se é confrontado com essa perfeição, você apenas vê mais da sua própria humanidade. Minha jornada pessoal foi uma aceitação mais profunda de todas as minhas próprias imperfeições e de abraçar quem eu sou“, compartilhou Ferrera, que revelou que não cresceu brincando com Barbies e nem mesmo se via representada neste mundo.

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“Acho incrível que esse ícone e narrativa incrivelmente dominante e influente em todo o mundo tenha mudado e se expandido para incluir muito mais de nós e não acho que isso possa ser subestimado. O quanto isso significa para os jovens que crescem em um mundo onde eles podem olhar para cima e se ver refletidos em nossas narrativas mais dominantes e celebradas“, declarou ela.

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“A única pessoa que poderia ter dirigido este filme”

O cuidado e talento de Greta Gerwig são grandes destaques em Barbie. A diretora escreveu o enredo ao lado de Noah Baumbach, equilibrando humor com críticas significativas sobre nossa sociedade e, para os atores, ela era a única capaz de contar essa história tão bem.

“Sempre sinto o coração batendo forte vendo os filmes dela. Queríamos que fosse meio engraçado, queríamos ter uma conversa culturalmente relevante, honrar um legado de mais de 60 anos de uma marca e todas essas coisas, mas se você não sente alguma coisa, então qual é o ponto?”, questionou Margot, explicando que as produções de Gerwig sempre a tocam de alguma forma.

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“Simplesmente não consigo pensar em outra pessoa em nossa geração que poderia ter desvendado o mundo da Barbie para torná-lo tão relevante e divertido ao mesmo tempo por hoje”,  adicionou Ferrera ao mencionar os motivos para o enredo ser perfeito no olhar da diretora.

Greta Gerwig, Margot Robbie e Ryan Gosling em pé rindo enquanto assistem cenas nos bastidores de Barbie
Bastidores de Barbie Dale Robinette/WarnerBros./Divulgação

Gosling finalizou com sua percepção ao estar em um longa contado através das lentes de Greta: “Ela é a pessoa perfeita porque é a única que poderia ter dirigido este filme. É tão específico de quem ela é, como artista e como pessoa, ela é realmente especial.

Barbie está em cartaz nos cinemas brasileiros.

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