Lua Blanco sobre época de Rebelde: “a fama subiu à cabeça”
A atriz contou à CAPRICHO que aprendeu a colocar os pés no chão após o sucesso - e isso mudou até sua relação com os fãs!
Pensa numa tarde agradável, com direito a risadas, reflexões da vida e da carreia, aquela entrevista que não dá vontade de parar. Assim foi o encontro com Lua Blanco, a Anita de A Força do Querer. Madura, intensa e segura de suas opiniões, durante o almoço – ela pediu um prato lindo de salada colorida com peixe grelhado – a atriz falou a sobre a fama, o trabalho na novela e a sua época em Rebelde. Vem conferir!
CH: Anita é uma menina doce, amiga e fiel. O que você tem de parecido com ela?
LUA BLANCO: Ela é muito mais doce, mais suave do que eu. E desconstruir a minha maneira intensa de ser talvez tenha sido o meu maior desafio com essa personagem.
CH: Você já acumulou diversos trabalhos na TV, no cinema e no teatro. Mas a trama de Rebelde foi um divisor de águas na sua carreira, né?
LUA: Claro! Foi uma bomba que tacaram na minha mão e disseram ‘vai’! Então eu fui e aprendi muito sobre o meu trabalho como atriz. Devo muito o que eu sou profissionalmente a Rebelde. Foram dois anos intensos, que mexeram comigo e me ensinaram muito.
CH: Você vem de uma família de artistas e alcançou a fama cedo. Em algum momento o sucesso subiu à cabeça?
LUA: Subiu. Foi na época de Rebelde, e acho que isso aconteceu porque foi tudo muito rápido. Eu nunca tinha tido uma exposição tão grande. Não tinha respiro, era aquilo o tempo todo. A gente não via outra coisa, não tinha contato com a família para ver que a vida normal não era com as pessoas arrancando seu braço, seu cabelo… O sucesso me engoliu naquele momento. E, quando terminou, fui entendendo o que foi aquele processo. A partir daí mudei a minha relação com meus fãs. Hoje somos amigos, parceiros. Eu os trouxe para dentro de mim.
CH: Então depois desse período você ganhou uma nova vida praticamente, né?
LUA: Sim! Precisei ter muita sabedoria porque as pessoas estão ali dizendo a todo instante que você é o máximo. Fica difícil não acreditar. É preciso muita maturidade para chegar e falar ‘cara, isso é só o que as pessoas estão dizendo’. Com o tempo fui evoluindo, entendendo que a palavra do outro não tem tanto poder sobre mim.
CH: Quem é a Lua de hoje?
LUA: Sou intensa, espontânea, tipo um furacão. Sou forte e, se não tenho certeza das coisas, não falo. Chego a ser irônica em alguns momentos. Deixei de ver a profissão como algo de fora que eu cobiçava. Passei a me enxergar como uma atriz, uma pessoa que ama o que faz, e isso me dá menos ansiedade e cobrança. Trabalho como atriz porque amo a arte de interpretar, de viver outras vidas. Quando o foco é no prazer, não importa se estou sendo reconhecida ou não, se tenho fama ou não. O que importa é ter verdade no olho, na cena. É aquilo: menos ambição e mais amor.