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Leigh-Anne, do Little Mix, desabafa sobre racismo: “Me sentia invisível”

A cantora, como única integrante negra do grupo, falou sobre a importância do movimento #BlackLivesMatter

Por Izabel Gimenez Atualizado em 31 out 2024, 00h01 - Publicado em 6 jun 2020, 13h40

Os últimos dias foram marcados por protestos, tanto nas redes sociais, quanto nas ruas do movimento negro motivados principalmente após a morte de George Floyd por um policial branco em Minneapolis, capital de Minnesota, Estados Unido. Várias celebridades usaram suas plataformas digitais para apoiar as manifestações e conversar sobre questões raciais com seus fãs. Leigh-Anne Pinnock, uma das quatro integrantes do Little Mix, por ser a única negra de um grupo com 4 garotas brancas decidiu desabafar. 

Leigh-Anne Pinnock
Leigh-Anne Pinnock Reprodução/Instagram

Na sexta-feira (05/06), a cantora publicou um vídeo no IGTV e enquanto falava, não conseguiu conter as lágrimas. “Chega um momento na vida de todo ser humano negro, não importa quanto dinheiro você tenha ou o que você alcançou, em que você percebe que o racismo não te exclui. Nove anos atrás, depois de entrar no Little Mix, eu tive o maior despertar da minha vida. Quando filmamos ‘Wings’, nós trabalhamos com [o diretor] Frank Gatson”, relembra. “Ele disse para mim, ‘Você é a garota negra, precisa trabalhar dez vezes mais’. Nunca na minha vida, alguém tinha me dito que eu precisaria trabalhar mais por conta da minha raça. O que o Frank Gatson me disse fez sentido depois”.

Leigh-Anne explica que a ideia do vídeo não conseguir fazer as pessoas refletir o racismo. “Ao fazer isso, somos capazes de abordar a questão maior e acabar com o racismo sistêmico. Tudo o que queremos é igualdade e justiça para a nossa comunidade negra”, garante.

“Este é o primeiro momento na vida que sinto que racismo é um tópico de conversas. Nós temos a atenção do mundo. Nós não podemos ver isso como um momento. Isso tem que ser um movimento até o sistema parar de nos oprimir. Isso não é algo que pode acontecer em um dia”, explica. “Pessoas negras foram oprimidas por mais de 400 anos. 400 anos depois nós ainda vemos irmãos e irmãs negras tomarem tiros e serem tratados com menos cuidado do que outras pessoas”.

A garota confessou que sentia “invisível” no grupo e, em um desabafo sincero, revelou: “Não importa o quão longe você acha que chegou, existe o racismo. Eu cantei para fãs que não me enxergavam, não me escutavam e não vibravam por mim. Minha realidade era me sentir ansiosa em encontros de Meet and Greet, porque eu sempre senti que era a menos preferida”.

Confira o relato completo: 

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Like many of you, I have been feeling really heavy with everything that we are seeing online and hearing on the news. In the past I have mentioned some personal experiences that were triggered due to my race. More than ever I felt like it was time that I was completely open and honest with you all because finally, the world is awake and people want to listen, help and understand. I'm not doing this video for sympathy or for you to watch and then go about normal life. I'm doing it because enough is enough and hopefully from sharing this we can all do more to understand the racism that takes place. In doing this we are able to approach the bigger issue and break down systemic racism. All we want is equality and justice for our black community. 🖤

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