LANY está de volta (e mais emocional do que nunca) com novo disco, Soft

Em conversa exclusiva com a CAPRICHO, Paul Klein e Jake Goss abrem o coração sobre vulnerabilidade, recomeços e a nova era da banda.

Por Arthur Ferreira 10 out 2025, 19h00
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epois de transformar corações em Malibu Nights e explorar novas camadas em A Beautiful Blur, o LANY chega à sua fase mais emocional. O duo formado por Paul Klein e Jake Goss lançou nesta sexta-feira (10/10) seu sexto álbum de estúdio, Soft, um projeto que abraça mostra o quanto ser vulnerável também pode ser um ato de coragem.

Em conversa exclusiva com a CAPRICHO, Paul e Jake falaram sobre o disco, o amadurecimento após um ano turbulento, que incluiu um grave acidente de moto com Paul, e o carinho gigante que sentem pelo Brasil.

“Estamos tentando descobrir quando iremos voltar ao Brasil. Porque nós amamos esse lugar. Muito. Sentimos falta de vocês”, contou Paul. “Os fãs brasileiros são diferentes, dá pra sentir o quanto eles se importam de verdade”, completou Jake. “Toda vez que vamos, ficamos como crianças empolgadas. Estamos contando os dias pra ver vocês de novo.”

Entre a força e a ternura

Soft é um título simples, mas carrega um significado profundo. O álbum fala sobre a coragem de permanecer sensível mesmo depois de se quebrar. E essa ideia se reflete tanto nas letras quanto no contraste com as produções expansivas e cinematográficas.

“Usamos sons bem grandes, angulares, até cortantes, contrastando com letras vulneráveis”, explica Paul. “Foi algo bem intencional, e acabou gerando um contraste bonito dentro do álbum.”

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O disco, que chega dois anos após A Beautiful Blur, também é marcado por um processo pessoal intenso. Em junho de 2024, Paul sofreu um acidente grave enquanto pilotava sua Vespa em Los Angeles. Meses depois, ele já estava de volta aos palcos, mas com outra perspectiva sobre a vida.

Acordei dentro de uma ambulância com a sensação de que tinha escapado da morte e ganhado um recomeço. A partir daí, veio um novo senso de pureza, empolgação e inspiração.

Paul Klein em entrevista à CAPRICHO

 

Jake complementa: “Depois do acidente, foi como se a gente tivesse voltado pra pureza do início da banda e até para a época em que começamos a amar música. A gente sempre foi apaixonado por R&B, e mergulhar nisso de novo foi como revisitar o começo de tudo.”

Os destaques de Soft

Entre as dez faixas do álbum, Act My Age se destaca por ser uma das mais pessoais. Se trata uma reflexão sobre amadurecer fora dos padrões e questionar o próprio tempo. Aqui, eles estão falando sobre seguirem rumos diferentes dos amigos da cidade natal. Não precisamos ser artistas em grandes turnês para nos identificar com isso.

“Eu e o Jake escolhemos caminhos bem diferentes dos que a maioria das pessoas de onde viemos escolhe”, diz Paul. “Há um preço a se pagar por perseguir seus sonhos. Às vezes você se sente sozinho, percebe que está na sua própria linha do tempo. Essa música nasceu desse sentimento.”

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Apesar da sequência Good Parts e Make Me Forget ter chamado atenção da CAPRICHO por parecerem fazer parte de uma narrativa — uma fala sobre lembrar das partes boas de um amor, e a outra sobre alguém que faz esquecer as coisas ruins da vida —, os artistas nos contaram que essa escolha não foi intencional, mas amaram a coincidência.

“Estou sorrindo de orelha a orelha ouvindo você dizer isso, porque eu mesmo não tinha percebido até agora!”, admite Paul, rindo. “Mas isso acontece com frequência. Quando lançamos Malibu Nights, as pessoas começaram a notar as cinco fases do luto acontecendo cronologicamente no álbum. Às vezes, a gente está tão próximo da arte que nem consegue ser objetivo sobre ela. É muito legal quando os fãs percebem esses detalhes que parecem intencionais, mas que acabam sendo mais espontâneos.”

“Agora que estamos falando sobre narrativa, percebi uma coisa: o título do álbum é Soft e a última palavra é Forever. Então é tipo “ser suave para sempre”, de coração aberto. Achei bonito” Jake acrescenta em tom poético sobre a última faixa do disco, Last Forever, uma balada sobre amor, tempo e permanência.

“A ideia da música é tipo: ‘você é a minha última pessoa’. A sensação de já ter achado que teria um ‘para sempre’ com outras pessoas, mas agora ter certeza de que essa é a última vez que sente isso. Se o disco fosse uma narrativa, seria o desfecho perfeito”, acrescente Paul sobre Last Forever.

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Com camadas de sintetizadores, cordas e mixagens detalhistas, o LANY cria em Soft um som expansivo e visual. “Usamos um sintetizador de rádio AM que capta frequências e tocamos com isso”, revela Paul sobre Sound of Rain. “As pessoas têm comentado muito sobre o clima cinematográfico da faixa.” Jake completa: “O Spike Stent, que mixou, fez parecer que você realmente está ouvindo na chuva.”

Enquanto esperamos a confirmação do próximo show da banda aqui no Brasil, eles nos revelaram quais faixas estão amis empolgados para performar ao vivo: “Estou animado pra tocar Soft. Acho que vai abrir os shows, com aquele momento grande de ‘say my name’”, conta Paul. “Vai ser legal ter uma nova música de abertura, já que há anos começamos com you!, que também é ótima, mas acho que Soft pode substituí-la.”

“Temos muitas decisões grandes para tomar sobre o setlist. Estou curioso para ver como vamos fazer Act My Age, especialmente aquela parte do solo, que na verdade é o Paul cantando, mas a gente fez soar como um trompete. ”, diz Jake. “Eu fico imaginando o público se emocionando nesse trecho, e mal posso esperar pra viver isso.”

O que o LANY anda obcecado

No fim da entrevista, pedimos que participassem do nosso quadro Estamos Obcecadas e as respostas foram bem diferentes (e fofas).

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“No momento, estou obcecado por botas. Passei a vida toda usando tênis e agora estou construindo minha coleção de botas. E uma coisa que como pelo menos uma vez por semana é ramen. Não sei por quê, mas faz um ano que vou toda semana num lugar em Los Angeles chamado Tatsu. É tipo minha comida de conforto”, disse Paul, rindo.

“Minha filha descobriu os quebra-cabeças, e montar com ela é a coisa mais fofa do mundo. Eu também comecei a assistir um novo programa na HBO Max chamado Task, e já estou obcecado’, contou Jake. “Ah, e uma boa xícara de café de manhã. Clássico, né? Coisa de pai.”

Entre vulnerabilidade, amadurecimento e amor, Soft é o LANY em sua forma mais sincera. Um lembrete para os fãs de que há força em continuar afetuoso, mesmo quando a vida tenta nos jogar para baixo.

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