Lagum resgata sonoridade solar com lançamento da música ‘Curva da Ladeira’
Banda mineira conta à CAPRICHO que foi influenciada por seus shows ao vivo para fazer novo som e celebra conquista de estúdio próprio
eassumindo sua energia ‘solar’, Lagum entra em uma nova fase ao lançar a música Curva da Ladeira, que chega em meio ao final do ciclo do último álbum de estúdio da banda mineira, Depois do Fim. Com um clipe que tem a figura do vira-lata caramelo como protagonista, a canção celebra a energia positiva de uma típica sexta-feira brasileira, que combina com a identidade do grupo.
Em entrevista à CAPRICHO, Pedro Calais, vocalista da Lagum, afirma que a música vem para marcar uma nova fase influenciada pela vibração dos shows ao vivo da banda e também pelo seu consumo recente do ritmo drum and bass, que surgiu na segunda metade dos anos 90 e é bastante conhecido por suas batidas aceleradas e baixos marcantes.
“Muita coisa mudou de lá [início da turnê Depois do Fim] pra cá, falando da nossa vida pessoal, e naturalmente isso reflete na nossa arte. A gente tenta sempre ser o mais sincero possível com a nossa arte. E Curva da Ladeira vem com uma sonoridade mais solar e leve do que o Depois do Fim trazia, e isso muito por conta do que aconteceu na nossa vida, depois do Lagum Ao Vivo, em que a gente conseguiu se ouvir finalmente. E a gente decidiu trazer um pouco mais dessa energia vibrante [do show] para a nossa música de estúdio“, relata Pedro.
“A música tem uma letra e uma melodia que retrata um ‘sextou’ tipicamente brasileiro e também muito mineiro, porque aqui em Belo Horizonte você está cercado de serras, de montanhas, e existem muitos bairros cheios de ladeiras e ruas íngremes. A letra foi construída pensando nisso, numa pessoa que está saindo do trabalho, descendo a rua pra dar um rolê lá embaixo”, completa.
O vira-lata caramelo foi trazido para o clipe com o objetivo de representar um certo instinto animal, de vira-lata solto na rua, do ser humano. “É um ponto de vista de um vira-lata pelo Rio de Janeiro, e a gente trouxe aspectos humanos para esse personagem, ele joga carta, compra um milho…”, descreve o artista.
Recentemente, a banda também anunciou uma novidade, que agora tem seu próprio estúdio em Belo Horizonte, chamado Ilhota Estúdios. “Nossa matéria-prima diz muito a respeito de estar com os instrumentos, fazendo música e registrando as ideias. E, pra gente, era muito angustiante ter que resolver a nossa criatividade em um ambiente tão apertado, com horário contado, em que a gente não conseguia de fato mexer no nosso trabalho”, conta o guitarrista Jorge, relembrando dos dias de gravação da banda em estúdios alugados. “Agora, o Ilhota Estúdios virou praticamente nossa segunda cada, a gente tem uma liberdade muito grande para vir aqui a qualquer hora registrar nossas ideias, receber outros artistas, descansar, espairecer e fazer o que quiser. Isso faz toda a diferença na vida de um artista. Foi um presente divino a gente ter encontrado essa casa que já tinha um estúdio”, acrescenta.
Lagum agora segue para o Grammy Latino, que acontece em 14 de novembro em Miami, nos Estados Unidos, uma vez que a banda foi indicada na categoria Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa por Lagum Ao Vivo. Inclusive, o vocalista Pedro Calais conta que eles fizeram uma aposta com a banda Jovem Dionísio, também nomeada na categoria, que vai se concretizar se algum deles vencer. “Se a Jovem Dionísio ganhar, todo mundo da Lagum vai tirar as meias, colocar uma dentro da outra, coar uma cerveja dentro do caneco do Grammy e eles vão ter que tomar. Se a gente ganhar, eles tiram as meias e a gente toma”, brincou. Hahaha!
Em 2025, Pedro, Jorge, Chico e Zani fazem o bloco de Carnaval da banda em Belo Horizonte, que promete ser ainda maior do que foi neste ano, e continuam a turnê Depois do Fim, que tem shows marcados na Europa em março. Só então eles devem pensar em lançar mais músicas que podem compor um próximo álbum. O que vocês esperam dessa nova fase da Lagum?