Lady Gaga faz carta de amor aos fãs em forma de show em Copacabana

Cantora reuniu multidão no Rio de Janeiro com show memorável, homenageando fãs brasileiros e comunidade LGBTQIA+.

Por Arthur Ferreira Atualizado em 4 Maio 2025, 11h51 - Publicado em 4 Maio 2025, 11h42
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epois de 13 anos longe dos palcos brasileiros, Lady Gaga finalmente voltou ao país com um show gratuito em Copacabana que foi, acima de tudo, uma carta de amor. E o Brasil, como sempre, respondeu à altura.

Gaga não economizou em entrega. Sem mudar uma vírgula da setlist já apresentada no México, ela provou que não precisava de surpresas para fazer história. O que vimos ali exigiu corpo, alma e coração. A performance pode até seguir um roteiro bem ensaiado, mas a entrega foi personalizada para o Brasil. 

Visivelmente emocionada, a cantora fez questão de lembrar que ouviu os fãs cantando do lado de fora do Copacabana Palace. Estavam lá dias antes, acampados, performando, tornando a cidade um santuário little monster

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“De todas as coisas pelas quais eu gostaria de agradecer, a que mais me toca é esta: vocês esperaram por mim. Vocês esperaram por mais de 10 anos. Obrigada, Brasil. Amo vocês para sempre”, disse a cantora que contou com a ajuda de um fã brasileiro para fazer a tradução para o português.

Se em 2024 Madonna fez Copacabana tremer, Gaga agora faz transbordar. A diferença estava na energia que antecedeu o show: era como se toda a comunidade LGBTQIA+ tivesse descido em romaria para ver sua mãe espiritual, seu símbolo de resistência, de expressão artística, de sobrevivência. 

O show atraiu 2,5 milhões de pessoas. Com este número, Gaga agora detém o recorde de artista feminina maior público em um show na história – um recorde anteriormente detido por Madonna, que atraiu 1,6 milhão de pessoas no ano passado.

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Lady Gaga se apresenta durante um grande show gratuito na Praia de Copacabana em 03 de maio de 2025, no Rio de Janeiro, Brasil.
Lady Gaga se apresenta durante um grande show gratuito na Praia de Copacabana em 03 de maio de 2025, no Rio de Janeiro, Brasil. Buda Mendes/Getty Images

Nos arredores do hotel, a CAPRICHO ouviu histórias de quem se descobriu artista por causa dela, de quem enfrentou o bullying sendo diferente com ela como trilha sonora, de quem entendeu sua sexualidade ouvindo “Born This Way”. 

Ver essa comunidade se emocionando com cada acorde, cada gesto, é tão impactante quanto o espetáculo em si. Uma catarse coletiva. Uma celebração de quem resistiu, de quem amou, de quem sobreviveu.

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@capricho

Como a @ladygaga impactou a sua vida? Fomos perguntar a alguns fãs lá no #Gagacabana

♬ som original – Capricho

O palco foi dividido em atos bem amarrados, como um musical de grande porte. O foco estava no MAYHEM, seu último álbum, que mesmo recente já tinha cada palavra cantada em coro.

Entre baladas e explosões pop, Gaga mostrou a potência de ser multifacetada: foi intensa em Killah, em que até se jogou na bateria com Tosh Peterson, visceral em Vanish Into You após se declarar à comunidade LGBTQ+ brasileira, e épica em Bad Romance, encerrando a noite em lágrimas e aplausos.

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O show de Gaga foi sobre conexão. Sobre finalmente estar presente. Gaga sabia onde estava. E a gente também.

Com banda afiadíssima, teve espaço para versões repaginadas também— Paparazzi apareceu melancólica. E claro, clássicos como Judas incendiaram o início do set.

Faltaram algumas favoritas dos fãs, e o tão sonhado remix de Fun Tonight com Pabllo Vittar não veio. Mas até isso pareceu compreensível diante do tamanho da entrega.

O show de Gaga foi sobre conexão. Sobre finalmente estar presente. Gaga sabia onde estava. E a gente também.

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