
Lady Gaga faz carta de amor aos fãs em forma de show em Copacabana
Cantora reuniu multidão no Rio de Janeiro com show memorável, homenageando fãs brasileiros e comunidade LGBTQIA+.
epois de 13 anos longe dos palcos brasileiros, Lady Gaga finalmente voltou ao país com um show gratuito em Copacabana que foi, acima de tudo, uma carta de amor. E o Brasil, como sempre, respondeu à altura.
Gaga não economizou em entrega. Sem mudar uma vírgula da setlist já apresentada no México, ela provou que não precisava de surpresas para fazer história. O que vimos ali exigiu corpo, alma e coração. A performance pode até seguir um roteiro bem ensaiado, mas a entrega foi personalizada para o Brasil.
Visivelmente emocionada, a cantora fez questão de lembrar que ouviu os fãs cantando do lado de fora do Copacabana Palace. Estavam lá dias antes, acampados, performando, tornando a cidade um santuário little monster.
“De todas as coisas pelas quais eu gostaria de agradecer, a que mais me toca é esta: vocês esperaram por mim. Vocês esperaram por mais de 10 anos. Obrigada, Brasil. Amo vocês para sempre”, disse a cantora que contou com a ajuda de um fã brasileiro para fazer a tradução para o português.
Se em 2024 Madonna fez Copacabana tremer, Gaga agora faz transbordar. A diferença estava na energia que antecedeu o show: era como se toda a comunidade LGBTQIA+ tivesse descido em romaria para ver sua mãe espiritual, seu símbolo de resistência, de expressão artística, de sobrevivência.
O show atraiu 2,5 milhões de pessoas. Com este número, Gaga agora detém o recorde de artista feminina maior público em um show na história – um recorde anteriormente detido por Madonna, que atraiu 1,6 milhão de pessoas no ano passado.

Nos arredores do hotel, a CAPRICHO ouviu histórias de quem se descobriu artista por causa dela, de quem enfrentou o bullying sendo diferente com ela como trilha sonora, de quem entendeu sua sexualidade ouvindo “Born This Way”.
Ver essa comunidade se emocionando com cada acorde, cada gesto, é tão impactante quanto o espetáculo em si. Uma catarse coletiva. Uma celebração de quem resistiu, de quem amou, de quem sobreviveu.
@capricho Como a @ladygaga impactou a sua vida? Fomos perguntar a alguns fãs lá no #Gagacabana
O palco foi dividido em atos bem amarrados, como um musical de grande porte. O foco estava no MAYHEM, seu último álbum, que mesmo recente já tinha cada palavra cantada em coro.
Entre baladas e explosões pop, Gaga mostrou a potência de ser multifacetada: foi intensa em Killah, em que até se jogou na bateria com Tosh Peterson, visceral em Vanish Into You após se declarar à comunidade LGBTQ+ brasileira, e épica em Bad Romance, encerrando a noite em lágrimas e aplausos.
O show de Gaga foi sobre conexão. Sobre finalmente estar presente. Gaga sabia onde estava. E a gente também.
Com banda afiadíssima, teve espaço para versões repaginadas também— Paparazzi apareceu melancólica. E claro, clássicos como Judas incendiaram o início do set.
Faltaram algumas favoritas dos fãs, e o tão sonhado remix de Fun Tonight com Pabllo Vittar não veio. Mas até isso pareceu compreensível diante do tamanho da entrega.
O show de Gaga foi sobre conexão. Sobre finalmente estar presente. Gaga sabia onde estava. E a gente também.