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Kit Connor vê Nick ‘aprendendo a ser independente’ em Heartstopper 3

Em entrevista exclusiva à CAPRICHO, ator diz que existe espaço para séries como a que atua, com abordagem positiva, porém complexa sobre ser jovem e LGBT.

Por Arthur Ferreira, Anny Caroline Guerrera Atualizado em 3 out 2024, 20h17 - Publicado em 1 out 2024, 09h00
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contagem regressiva para os novos episódios de Heartstopper está acabando! Nesta quinta-feira (3), a 3ª temporada queridinha da Netflix chega à plataforma, trazendo um momento mais maduro para o romance de Nick e Charli. Em entrevista exclusiva ao Brasil, Kit Connor contou o que podemos esperar da jornada de amadurecimento de Nick.

“Nas últimas temporadas, Nick aprendeu a se amar e se aceitar, encontrando seu lugar no mundo e pessoas com quem pode contar. Nesta, ele aprende a ser um namorado e a estar no relacionamento de um jeito mais maduro, o que é muito legal”, conta à CAPRICHO sobre a nova jornada de Nick.

“Embora Charlie tenha sido parte importantíssima e mudado muita coisa na vida dele, Nick também está aprendendo a ser independente de Charlie e entendendo que o amor de sua vida não o define totalmente”, complementa.

Segundo a sinopse oficial da Netflix, a terceira temporada mostrará o desenvolvimento do relacionamento de Nick e Charlie, que estão descobrindo como dar o próximos passos. A temporada mostrará as férias de verão do grupo de amigos, que logo terão que enfrentar alguns desafios com o novo ano letivo.

Nesse momento de amadurecimento, tanto o casal principal, quanto os outros pares da série, estão descobrindo como lidar com a tensão sexual. Para Kit, esse foi um dos grandes temas apresentados nesta temporada e ele e Joe Locke trabalharam para que “parecesse que essas duas pessoas estavam dando um passo importante, fazendo algo inédito e explorando esse aspecto da vida”.

Nick e Charlie [estão] avançando no relacionamento, passando desse amor inocente, puro e emocional para um caminho mais sexual e começando a explorar esse elemento da relação.

Kit Connor sobre relacionamento de Nick e Charlie
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A temporada também aborda temas pesados, como transtornos alimentares e saúde mental. Esses assuntos já começaram a ser trabalhadas nos episódios da 2ª temporada de maneira introdutória, como o distúrbio alimentar de Charlie que fica cada vez mais evidente e já foi notado por Nick.

Heartstopper
Cena de Heartstopper. Samuel Dore/Netflix/Divulgação

O ator acredita que essa nova abordagem torna a série mais relevante, permitindo que ela mantenha sua essência alegre enquanto lida com questões importantes para os jovens. “Os temas exigiram uma nova abordagem. Ainda mantemos esse aspecto leve, alegre, positivo e otimista. Existem muitos momentos de pura beleza e felicidade, mas também existem personagens que passam por muita coisa nesta temporada”.

Acho que é fácil assistir às duas primeiras temporadas e ter a ideia de que são Nick e Charlie contra o mundo, (…), mas sob vários aspectos não é algo que deve ser estimulado porque as pessoas
não precisam depender totalmente um do outro para cuidar da saúde mental e da saúde como um todo.

Kit Connor sobre Heartstopper

“Heartstopper sempre teve uma abordagem mais otimista da vida. Mas esse otimismo chega a um ponto em que fica contraproducente e até desrespeitoso. Não queremos diminuir a importância dessas questões e das pessoas que as vivem”, destaca Connor.

A alegria e a positividade de Heartstopper foram alguns dos elementos que fizeram da série (e dos livros de Alice Oseman, nos quais a produção é baseada) um grande sucesso. Kit Connor explica que, enquanto muita da mídia queer tende a ser sombria, o que ele reconhece como válido, Heartstopper se destaca como um “sopro de ar fresco”.

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Boa parte da mídia queer é incrivelmente sombria e realista em vários aspectos (…) Essa abordagem mais alegre, mostrando como a vida pode ser maravilhosa para uma pessoa queer é um sopro de ar fresco.

Kit Connor sobre Heartstopper

 

Kit ainda revelou alguns de seus momentos favoritos da nova temporada e um deles envolve o avanço da amizade de Nick e Tao. No começo, o personagem de William Gao se sente no dever de proteger Charlie e sente muita desconfiança – e ciúmes – na aproximação de Nick. Na segunda temporada, nós vemos Tao abaixar um pouco a guarda e dar um voto de confiança em Nick, agora parece o laço realmente estará forte entre os dois.

“Tem uma cena muito bonita, que é uma das minhas favoritas, na festa de Halloween quando Nick fica um pouco sufocado e tem um momento com Tao, por quem tenho um fraco. Will é um dos meus melhores amigos e sempre quisemos que Nick e Tao tivessem mais cenas juntos e pudessem mostrar mais amor um pelo outro, então ficamos muito felizes com isso”, compartilhou Kit Connor.

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Ah, e ele tem um episódio favorito, tá? Para Kit “o quarto episódio [da terceira temporada] é, na minha opinião, o melhor de “Heartstopper” até agora. Acho que foi o melhor roteiro que já tivemos e um episódio realmente lindo. É meio que uma montanha-russa de emoções.”

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Leia a entrevista completa com Kit Connor:

O que você pode nos falar sobre a jornada do Nick nesta temporada de “Heartstopper”?

Kit Connor: Nas duas primeiras temporadas, o foco está na jornada que ele está vivendo. A sensação é que, nessa temporada, ele está servindo de apoio para Charlie, que passa por muita coisa. Nas últimas temporadas, Nick aprendeu a se amar e se aceitar, encontrando seu lugar no mundo e pessoas com quem pode contar. Nesta, ele aprende a ser um namorado e a estar no relacionamento de um jeito mais maduro, o que é muito legal. Embora Charlie tenha sido parte importantíssima e mudado muita coisa na vida dele, Nick também está aprendendo a ser independente de Charlie e entendendo que o amor de sua vida não o define totalmente. Essa é uma parte muito bacana do arco do personagem.

Ele dá muito apoio ao Charlie durante a temporada. Agora que os dois estão assumidíssimos, como esse relacionamento vai se desenvolver?

Acho que é tudo muito natural. Não é uma questão de fazer um esforço consciente para enfrentar o mundo exterior porque isso já aconteceu. Na temporada 2, eles descobriram como ficar juntos no mundo. Nesta temporada, eles estão muito mais confortáveis com isso e mais abertos em relação ao quanto são loucos um pelo outro de um jeito que chega até a ser chato. Acho que esse é um aspecto bacana desta temporada, a superação. Não 100%, é claro, ainda são muito jovens, mas acho que Nick e Charlie superaram muita coisa.

É uma temporada muito mais adulta, que aborda temas pesados como transtorno alimentar e saúde mental. Como você lidou com esses temas ao longo da temporada?

É sempre uma linha tênue. Esses temas são cheios de nuances, muito difíceis de tratar e “Heartstopper” sempre teve uma abordagem mais otimista da vida. Mas esse otimismo chega a um ponto em que fica contraproducente e até desrespeitoso. Não queremos diminuir a importância dessas questões e das pessoas que as vivem, então tem um certo peso que é preciso colocar nessas histórias para destacar sua importância e o impacto que podem ter na vida das pessoas.

Acho que esse é um dos motivos pelos quais “Heartstopper” está diferente e mais madura nesta temporada, porque os temas exigiram uma nova abordagem. Ainda mantemos esse aspecto leve, alegre, positivo e otimista. Existem muitos momentos de pura beleza e felicidade, mas também existem personagens que passam por muita coisa nesta temporada. Joe fez um trabalho maravilhoso ao retratar isso.

Por que ter esse lado alegre e positivo é tão importante?

Um dos encantos de “Heartstopper” é ser uma série queer e ter esse tom positivo em relação a ser queer, mais especificamente ser um adolescente queer. Boa parte da mídia queer é incrivelmente sombria e realista em vários aspectos – algumas séries queer maravilhosas são exatamente assim —, mas isso significa que existe espaço para “Heartstopper”. Porque essa abordagem mais alegre, mostrando como a vida pode ser maravilhosa para uma pessoa queer é um sopro de ar fresco. Acho que esse é um dos motivos do sucesso da série.

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Nesta temporada a relação de Nick com outros personagens se desenvolve quando eles se unem para apoiar Charlie. Você pode falar um pouco sobre o crescimento e as mudanças nessas amizades?

Uma das coisas lindas é essa ideia de encontrar o seu grupo de pessoas, e acho que Nick tem um grupo de amigos bem forte na temporada 3. Descobrimos que, dos amigos que ele tinha no começo da temporada 1, alguns são ótimas pessoas que o amam como ele é, e isso é ótimo. Ele também ganhou novos amigos, um grupo de pessoas maravilhosas que veio com Charlie. E, com tudo o que acontece com Charlie nesta temporada, faz sentido que ele tenha apoio de outras pessoas além de Nick.

Tem uma cena muito bonita, que é uma das minhas favoritas, na festa de Halloween quando Nick fica um pouco sufocado e tem um momento com Tao, por quem tenho um fraco. Will é um dos meus melhores amigos e sempre quisemos que Nick e Tao tivessem mais cenas juntos e pudessem mostrar mais amor um pelo outro, então ficamos muito felizes com isso. É muito lindo ver alguém com quem ele tinha originalmente um conflito, mas os dois se uniram devido ao amor por Charlie e acabaram se gostando e aprendendo a confiar um no outro. E isso vale para todos os personagens, porque todos podem se ajudar, confiar uns nos outros e apoiar Charlie, o que é muito bonito.

O elenco ganhou nomes incríveis nessa temporada, como Hayley Atwell e Jonathan Bailey. Como foi trabalhar com eles?

Foi maravilhoso. O fato de Olivia [Colman] não estar disponível nessa temporada foi uma questão e nós pensamos: “Ok, como isso vai funcionar?” Aí a Hayley entrou para o elenco e é muito difícil ficar no lugar da Olivia, mas ela fez um trabalho espetacular. Hayley veio com muito amor e arrasou. Foi um prazer trabalhar com ela. Foram dias incríveis. Na temporada 3, a personagem dela é muito importante para Nick e dá muito apoio para ele. Nós tivemos cenas ótimas.

Trabalhar com Jonny foi um grande prazer. Sei que ele é fã da série, o que nos deixou muito felizes, e estava ansioso para participar dela de alguma forma. Jonny tem um papel bem engraçado e teve uma atuação perfeita. Senti o mundo de “Heartstopper” se expandir com a aparição dele.

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A tia do Nick, Diane, fez um ótimo trabalho como uma figura responsável que dá o apoio necessário nos momentos difíceis. Como ela ajuda Nick a passar por tudo isso?

Ela oferece uma perspectiva valiosa. Acho que é fácil assistir às duas primeiras temporadas e ter a ideia de que são Nick e Charlie contra o mundo, que só precisam um do outro e está tudo bem. Se um deles estiver triste ou magoado, os dois sentem e vivem a mesma dor. Eles confiam muito um no outro, o que é lindo, mas sob vários aspectos não é algo que deve ser estimulado porque as pessoas, especialmente esses dois adolescentes, não precisam depender totalmente um do outro para cuidar da saúde mental e da saúde como um todo. Esta temporada tem foco na importância da terapia e do aconselhamento psicológico. Além disso, existe a mensagem de que duas cabeças pensam melhor do que uma. Todos precisam estar presentes para ajudar todos, e não só dois adolescentes confiando um no outro para cuidar da saúde mental. Acho que essa é uma mensagem muito boa para os jovens em geral, que você não precisa passar por tudo sozinho. Não é vergonha alguma pedir ajuda. Este é um grande tema desta temporada.

Qual parte da temporada você está mais ansioso para que as pessoas vejam?

Um dos grandes temas apresentados nesta temporada é o de Nick e Charlie avançando no relacionamento, passando desse amor inocente, puro e emocional para um caminho mais sexual e começando a explorar esse elemento da relação. Isso foi algo que Joe e eu precisamos trabalhar para que parecesse que essas duas pessoas estavam dando um passo importante, fazendo algo inédito e explorando esse aspecto da vida. Tivemos muitas conversas sobre isso com Andy [Newbery], Alice [Oseman], Patrick [Walters] e obviamente entre nós e com o elenco. O tema é explorado por meio de vários personagens à medida que vão amadurecendo, então espero que as pessoas assistam a essas cenas e sintam que fizemos um bom trabalho ao retratar essa jornada.

O quarto episódio é, na minha opinião, o melhor de “Heartstopper” até agora. Acho que foi o melhor roteiro que já tivemos e um episódio realmente lindo. É meio que uma montanha-russa de emoções. Também estou ansioso para ver a reação das pessoas a ele.

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