Julia Dalavia sobre Aids: “não é impossível se contaminar”
Em Os Dias Eram Assim, Nanda, a personagem da atriz, descobre que é soropositiva
Julia Dalavia está com tudo em Os Dias Eram Assim. Na nova fase da supersérie, Nanda, sua personagem, vai descobrir ser soropositiva. A atriz deu uma pausa nas gravações para receber a CAPRICHO, no Projac, e ressaltou a responsabilidade que é falar do tema na TV, em especial para os jovens. Diferente de Nanda na rebeldia, mas parecida na maneira de viver de forma leve, ela garante que nunca teve cobranças em casa. E essa liberdade ela fez questão de trazer para a personagem.
CH: Você vai entrar na nova fase da série, em que Nanda irá descobrir ser soropositiva. Como é falar sobre esse tema nos dias de hoje?
JULIA DALAVIA: É muita responsabilidade. A minha geração não viu o surto que foi a Aids na década de 80. Antes de se conseguir encontrar um tratamento para a doença, as pessoas morriam. No contato que tive com alguns que viveram essa época e estão vivos até hoje, muitos me falaram como foi duro lutar para estar aqui. E contaram, também, como foi triste perder colegas que não conseguiram viver. Eu chorei muito nesses encontros. Hoje, as pessoas soropositivas vivem bem, mas convivem com uma doença que não tem cura. Mesmo podendo ter uma qualidade de vida, os remédios alteram o corpo e possuem vários efeitos colaterais.
CH: Falar sobre o tema ajuda a esclarecer essa realidade, né?
JULIA: Sim! É preciso falar, ainda mais com o público jovem. Façam sexo, mas sempre se protegendo, com responsabilidade. Vá pesquisar, leia sobre as doenças sexualmente transmissíveis e sobre a Aids. Quanto mais informação, melhor! É estranho falar dessa forma, mas muitos acham que não vai acontecer com eles, que é impossível se contaminar, mas não é.
CH: Você emagreceu oito quilos para viver a nova fase da personagem, certo?
JULIA: Não sei, exatamente, o quanto emagreci. Mas vejo que perdi um pouco de peso quando me olho o no espelho. Mas, além disso, vai ter muita caracterização, o que ajuda nessa fase dela mais magra.
CH: O cabelo ajudou na composição da personagem?
JULIA: O cabelo tem tudo a ver com ela. Traz esse ar de rebeldia, de desfio. Até parece que foi a Nanda que cortou o próprio cabelo. Ela é uma menina feliz, livre, doidinha, não se preocupa muito com a aparência. Tem aquele perfil de descolada dos anos 80.
CH: Você emprestou algo da Julia para a Nanda?
JULIA: A gente sempre empresta alguma coisa, né? Mas não foi a rebeldia, porque na minha casa ninguém nunca me proibiu de nada. Meus pais sempre foram bacanas comigo, meus amigos. Eu tenho a liberdade, essa coisa de ser despreocupada com a vida, de viver a vida de maneira leve. Isso, sim, empresto para a personagem.