HBO Max: elenco de No Mundo da Luna revela diferenças entre livro e série

Em entrevista à CH, eles também contaram mais sobre seus personagens e refletiram sobre a importância do jornalismo na sociedade atual

Por Bruna Parrado Atualizado em 30 out 2024, 15h22 - Publicado em 14 nov 2022, 10h00

No Mundo da Luna é a nova série nacional da HBO Max, e algumas pessoas talvez já conheçam a história do livro de Carina Rissi. O enredo contará sobre a vida de Luna, uma jovem de origem cigana que está em busca de seu primeiro emprego como jornalista, enquanto tem o coração dividido entre dois pretendentes.

Em entrevista à CH, Marina Moschen, Leo Bittencourt, Enzo Romani, Bruna Inocencio, Priscila Lima e o diretor Roberto D’Avila contaram mais sobre a relação da série com o livro, seus personagens e a importância do jornalismo na sociedade atual. Confira:

CH: No Mundo da Luna é a nova série nacional da HBO Max, e é baseada na obra literária de Carina Rissi. Para se preparar para o projeto, vocês leram o livro? Como foi esse primeiro contato com a história?

Marina: Acho que o livro serviu mais como uma base do entendimento geral sobre a história, mas os personagens da série têm uma história adaptada para a produção – que tem mais episódios, com ganchos… É alimentado ali de outra forma. Então, a gente foi muito encontrando os personagens no decorrer do processo. Tivemos uma preparação, fomos nos conhecendo, vendo essas relações, essas amizades. Acho que nisso fomos encontrando o personagem na gente também.

No Mundo da Luna
No Mundo da Luna HBO Max/Divulgação

Romani: Eu não li o livro, mas tive um contato muito grande com o pessoal da fanbase. Muito antes já, procurei saber pessoas que tinham lido e perguntei como era o Vini. Então, passaram essa lista de como era para chegar próximo e depois não ter também o “pô, mano, tá muito longe do que”, sabe? Às vezes na nossa criação isso pode seguir para outro caminho se você não tiver um norte. Também não quis ficar muito rígido para poder criar do meu jeito e dar vida ao Vini de uma percepção minha, até porque ele tem uma adaptação bem significativa do livro para a série.

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Leo: No meu caso, também não tinha lido o livro. Conheci muito mais pelo contato dos fãs, que é muito intenso porque é um livro muito simbólico na fase de muita gente. Que leu na adolescência, que cresceu com essas histórias e que, inclusive, liam e imaginavam o rosto da pessoa. Eu superei a concorrência do Henry Cavill. Não sei se você sabe, mas os fãs queriam que ele fizesse o Dante [risos]. Brincadeiras à parte, foi muito legal porque você entende o quanto o personagem é importante na vida das pessoas. E a gente conseguiu homenagear os fãs, era do interesse manter a essência. Então, colocamos alguns detalhes, como a gravata do Dante, a moto que é a mesma do livro…

CH: Marina, e você está nesse projeto como a protagonista. Depois desse tempinho que passou a interpretando, o que você diria que é viver “no mundo da Luna”?

Marina: Viver no mundo da Luna é viver mil coisas ao mesmo tempo, eu acho. Ela tá o tempo inteiro sendo atravessada por mil coisas e tendo mil experiências, se atrapalhando e se conhecendo. Diz muito sobre esse momento de uma menina de 21 anos que tá indo para a cidade grande, que tá tentando trabalhar, ter a vida dela e pagar as contas dela. Ao mesmo tempo, vendo graça na vida. Vivendo a vida do jeito que ela deve ser vida mesmo, se jogando. Acho que o mundo da Luna é um mundo muito colorido, e essas cores chamam muito a atenção. Então, acho que cada hora ela tá focada em uma delas, quando vai ver já virou um arco-íris no meio de tudo isso.

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CH: E, Bru, o que a galera pode esperar da sua personagem? 

Bruna: Nossa, muitas loucuras! Muitas mentiras e verdades próprias. Acho que a Sabrina é muito divertida, sabe? Ela fala muito rápido, tem que conseguir tudo para ontem. As pessoas podem esperar se identificar com essa ansiedade, essa coisa de “tenho 21, mas até os 25 a minha vida vai tá perfeita”.

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CH: Eu assisti os episódios já, e realmente me identifiquei com essa pressão que a Sabrina coloca em si mesma. Se você pudesse dar um conselho a ela sobre isso, o que seria?

Bruna: Calma. Você não precisa colocar um limite de idade para conseguir as coisas que você quer, para realizar seus sonhos – seja qual for. Acho que a gente vai se guiando muito pela idade ultimamente, como se fosse uma limitação. Não é, você pode conquistar coisas enquanto você estiver aqui vivo. Não precisa fazer tudo até os 20, 25.

CH: Já sobre a Bia, Priscila, o que você diria que é uma semelhança e uma diferença entre vocês?

Priscila: Uma diferença é que, ao contrário da Bia, eu adoro pessoas. Ela não gosta de pessoas. No máximo, ela gosta um pouquinho da Sabrina e da Luna. Mentira, ela gosta sim! Ela que mente para ela mesma. Uma semelhança, acho que ao mesmo tempo que eu gosto de pessoas… A Bia vive num mundo paralelo, né? Ela é campeã brasileira de Mortal Combat, então deve ficar pelo menos seis, oito horas por dia treinando. Eu também tenho muitos universos que assisto. Gosto muito de ficção científica, acredito em alienígena, adoro uma teoria da conspiração.

CH: Roberto, a série traz aspectos pouco explorados nesse meio, como a cultura cigana. Como diretor, quais ideias surgiram para retratar esses temas diferentes?

Roberto: Tudo que tem raiz costuma ressonar nas pessoas. Até o próprio canal para lançar a série fez uma pesquisa em grupos e descobrimos que as pessoas da mesma faixa etária da Luna se veem muito ali. São os mesmos conflitos, primeiro emprego, saindo da faculdade cheio de idealismo e enfrentando a realidade que te pede algo completamente diferente… Investimos até um pouco mais do que no livro na questão do triângulo amoroso, porque acho que é um tema mais contemporâneo. A Luna, na época que foi escrito, talvez tivesse uma cabeça mais monogâmica, mais estreita. Pode ficar interessada nos dois, mas realiza só com um. E aqui você realmente tem uma coisa que você fica dividida.

CH: O jornalismo é um dos principais temas da série, e uma área que anda sofrendo muito nesse momento atual com fake news e desvalorização. Ao fazer esse projeto, vocês acabaram tendo uma nova visão sobre a importância dessa profissão?

Leo: Acho que o principal é entender que notícia não é só o que te agrada, é o registro dos fatos. Então, o papel da imprensa é fundamental para contar o que está acontecendo e a gente precisa entender quais são os meios confiáveis de ter esse senso crítico – que é o mais importante. Acho legal ver isso de forma descontraída na série, justamente para inserir isso na cultura de quem está assistindo.

Romani: Com certeza. É uma mistura disso que o Leo falou com outro ponto que não podemos negar, que é o que vende também. Tem essa coisa da imprensa em sempre estar dividida entre a veracidade e o que vende, sensacionalismo ou os fatos. Então, assim isso foi uma coisa que eu fiquei ainda mais em contato. Uma coisa é você assistir um filme que retrata isso, mas a HBO Max tá trazendo algo que eu não tinha visto ainda: falando com o público jovem sobre essa questão.

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