Erik Marmo: de anjiinho ele não tem nada
Ele curte rock e, se pudesse, mantinha a cabeça raspada para ter uma vida bem prática. Mas Erik Marmo convence tanto no papel de anjo da novela das 7 que quase dá para esperar que ele saia por aí voando.
Com 31 anos (dá para acreditar?), olhos claros e cachinhos de ouro, Erik Marmo garante que tem ainda um jeito divertido de lidar com todo mundo, namais perfeita vibração com o que se espera de alguém com asas. Mas entrega que a mãe e o irmão o consideram bem nervosinho. Nessa conversa com a CAPRICHO, no entanto, o ator esbanjou calma e bom humor.
As pessoas gostam de dizer que você tem carinha de anjo. Você gosta da comparação?
Isso começou com a novela Mulheres Apaixonadas (2003). Até então, nunca tinha tido esse cabelo. Eu usava cabelo curto. Na época, lancei moda. Lembro de reportagens dizendo que os adolescentes não queriam mais cortar o cabelo. Todo mundo de cabelão! Eu gosto da idéia de poder ajudar os jovens a diz: “se o carinha da novela pode, eu também posso”. O brasileiro tem disso: o que vê na novela passa a ter uma aceitação, né? Tem uma interferência direta no espectador.
E a cara de anjo acabou ajudando a conseguir o papel na novela Sete Pecados, não?
Eu acho que esse estereótipo de anjo com olhos claros e cabelo enrolado pode ter ajudado, sim. Mas o diretor da novela também me conhecia e já sabia que sou uma pessoa de bom relacionamento, fácil de lidar com todo mundo. E acho que isso é bacana para o personagem. O Jorge (Jorge Fernando, o diretor) valoriza o alto astral. Então, acho que foi por aí: eles viram que eu podia dar esse frescor saudável, bem disposto, alegre. Porque em novela tem de tudo. Em qualquer trabalho tem gente que está feliz e tem gente que está todo o dia reclamando de qualquer coisa.
Você tem receio de ficar marcado com essa coisa de anjo?
Não, acabando a novela eu raspo a cabeça e tá tudo certo! (muitos risos)
O que você certamente não tem de bonzinho e nem de anjo?
A minha família acha que tenho temperamento forte. Mas é que, por causa da intimidade, eu não preciso ter tanto cuidado com o que vou falar e acabo falando logo o que penso. Isso pode às vezes soar como grosseria, por ser direto e franco demais. Minha mãe e meu irmão sempre dizem que eu sou muito nervosinho. Mas eu não sei… Ou isso está mudando ou eu sou assim só com eles!
Você fez um personagem gay certa vez (o Sócratres, da Malhação). Qual foi a repercussão disso?
Repercutiu para os 2 lados. Adolescentes machistas disseram: “Olha o viadinho da Malhação!”. Uma vez, um garoto, que estava num grupo com mais uns 10 meninos, perguntou pra mim, fazendo gracinha: “É verdade que você gosta de ser comido por homem?” Aí, eu respondi “Por quê? Você está interessado?” Ele ficou irado porque todos os amigos riram da cara dele. Acabei desfazendo o clima e virei amigo da turma. Por outro lado, os que são gays assumidos gostaram do personagem de Malhação e me elogiaram. Isso é bom porque ajuda a quebrar um pouco os tabus.
Você já foi cantado por um gay?
Já. Eu trabalhava no restaurante da minha família e uma vez um cara ficou me olhando e eu achei mesmo que ele tentava criar um clima. Depois, ele ligou pra lá e disse que queria me conhecer melhor. Eu respondi “Não, cara, desculpe, você deve ter me entendido mal, não tem nada a ver, eu tenho namorada”.
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Veja o vídeo com o making of da sessão de fotos para a CAPRICHO.