Duda Beat transforma sonhos em canções no EP ‘Esse Delírio’
Em entrevista à CAPRICHO, cantora comenta faixa a faixa do novo projeto

la nunca teve medo de falar de amor — seja ele real, inventado, quase vivido ou apenas sonhado. Em seu novo EP, Esse Delírio, Duda Beat mergulha em um território inédito: transformar os sonhos que teve em músicas que parecem lembranças. São sete faixas que transitam entre a fantasia e a realidade, embaladas por colaborações especiais e a sensibilidade que se tornou sua marca registrada.
Em entrevista exclusiva à CAPRICHO, a própria cantora reconheceu o desafio de compor sem partir de experiências vividas: “Transformar músicas em sonhos foi um desafio, porque sempre escrevi sobre coisas que vivi. Eu saí da minha zona de conforto, mas também foi muito gostoso. Eu acordava, pegava o celular e já anotava o que tinha acontecido no sonho”, contou.
Você Vai Gostar, em parceria com AJULIACOSTA, mostra logo de início a força do projeto. O beat quente e o tom provocador colocam a faixa como um manifesto de poder feminino. “Eu tinha certeza que precisava começar com duas mulheres fortes, cantando uma música tão emancipatória. A parte da AJULIACOSTA é incrível, deixou tudo mais bonito. Sou muito grata por esse encontro”, disse Duda.
A segunda faixa foi o primeiro single divulgado, Nossa Chance, em parceria com TZ da Coronel. Eleita pelo Spotify como uma das melhores do ano e subindo nas paradas virais, a música captura o espírito dos “quase amores” que inspiraram o trabalho.
Amores reais estão presentes nos meus discos já lançados. Eles são muito mais baseados em coisas que eu vivi e consegui traduzir para o público. Esse EP é sobre coisas que eu vivi em sonhos. É sobre os “quase amores”.
Duda Beat sobre o EP "Esse Delírio"
Outras faixas reforçam a ideia de transformar a dor em movimento. Fuga é uma das preferidas de Duda por criar um espaço onde o amor impossível encontra acolhimento. “Essa música fala muito sobre inventar um mundo novo como refúgio. Fugir da realidade e, em sonho, encontrar aquela pessoa que você tanto quer. Eu começo dizendo ‘se tu fala: vem comigo, entro e saio pela madrugada’ porque eu durmo, sonho e acordo no outro dia com aquele sonho vivido. Eu amo essa música”, detalha.
“Eu acho que a letra dessa música é muito genial, não porque eu que fiz, mas porque ela abarca muitos sentidos. O sentido do ‘aquele espaço vazio de abraço, eu passo’, por exemplo. Essa frase é sobre como as relações de hoje em dia estão muito superficiais e como inventar esse mundo novo é um refúgio e acolhedor”, complementou a artista.
Já Pessoa Errada leva a sofrência para a pista de dança, tornando o drama amoroso um motivo para rir de si mesma. “O gostoso de dançar a própria dor é não se levar tão a sério. É uma conversa de amigas: ‘amiga, eu nem sei porque me apaixonei se já sei onde isso vai dar’”, brinca.
O delírio ganha um tom psicodélico em Foi Mal, regravação da banda Boogarins, uma das favoritas da artista. “Era um sonho gravar essa música. Sempre fui fã deles. É a primeira vez que faço uma regravação dentro da minha discografia, mas queria muito essa canção porque combina com o clima do EP”, revela.
Já o fechamento acontece em tom delicado com Casa, música mais íntima do projeto. “Essa é a minha faixa mais real nesse EP. Ela é menos sonho e mais realidade. É aquele momento que chegamos em casa, tiramos os sapatos e pensamos no dia que passou. Foi importante terminar assim, porque ela também se conecta ao próximo álbum”, explica.
Não à toa, é também em Casa que está um dos versos que mais dialogam com sua vida pessoal: “eu não quero fazer nada / mundo corre, eu tô parada / se essa pressa me consome / comparar não dá em nada”. Para Duda, esse é um lembrete direto a si mesma de não cair em armadilhas da comparação.
Com Esse Delírio, Duda Beat abre uma nova fase de sua trajetória, reafirmando sua capacidade de experimentar sem perder identidade. É nesse território inventado, mas intensamente sentido, que ela constrói canções que viram memórias coletivas, prontas para embalar corações que também vivem entre o real e o imaginado, entre o sonho e a realidade.
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