Dublê brasileira de Glinda recorda experiência com Ariana Grande em Wicked

Isabelle Bernardo participou da produção como stand-in da atriz e contou detalhes de sua trajetória e como foi participar de um projeto tão grandioso

Por Anny Caroline Guerrera Atualizado em 22 dez 2024, 19h26 - Publicado em 22 dez 2024, 19h25
Q

uando era pequena, Isabelle Bernardo sonhava em interpretar os personagens mágicos que via nas telas. Ela ainda não imaginava que, anos mais tarde, estaria atuando nos mesmos sets que grandes estrelas de Hollywood, como Ariana Grande e Cynthia Erivo. A brasileira de 24 anos trabalhou como stand-in (um tipo de dublê) da intérprete de Glinda em Wicked, filme que marcou o ano, e contou detalhes da experiência em entrevista à CH.

Desde pequena, Isabelle esteve envolvida em peças teatrais e no meio artístico, com influência da madrinha, que é bailarina. Quando terminou o ensino médio, ela viajou para a Europa para um mochilão, até que recebeu uma bolsa parcial para um curso de atuação em Los Angeles. Tentando arrecadar a outra metade do valor, a atriz partiu para Londres, onde trabalhou em diversas áreas e, quando estava panfletando na rua, ela conheceu uma pessoa que já tinha atuado em Hollywood e a ajudou com contatos que a fizeram permanecer Reino Unido e conquistar os primeiros trabalhos no audiovisual, incluindo Wicked, longa dirigido por Jon M. Chu.

Na posição de stand-in, Isabelle estudou o roteiro para marcar as posições que Glinda teria em cena. Desta forma, questões técnicas como iluminação e ângulo de câmera já estariam alinhadas para que Ariana gravasse as sequências planejadas para o dia de filmagens. “O stand-in é a pessoa que vai assistir todo o ensaio. Assistamos o primeiro ensaio no set e reproduzimos todos os passos e movimentos de atuação. Reproduzimos tudo que os atores criaram para ensaio técnico, que consiste em medir movimento de câmera, luzes, onde que vai o microfone. Para tudo estar pronto quando o ator chegar no set para gravar e isso não interferir no momento criativo dele“, explicou ela à CH.

Isabelle Bernardo e diretor Jon M. Chu no set de Wicked; eles estão posando para foto e sorrindo
Isabelle Bernardo e diretor Jon M. Chu no set de Wicked Arquivo Pessoal/Isabelle Bernardo/Reprodução
Continua após a publicidade

Nesta função, os profissionais tem a experiência completa e recebem o roteiro antecipadamente para estudar o que será feito nas gravações, trabalhando também com coreógrafos e figurinistas, por exemplo. Bernardo chegou a recordar um momento engraçado em que ela e Ariana estavam usando os mesmos vestidos volumosos.

“Teve até uma história engraçada de uma vez eu acabei deixando Ariana ‘no vácuo’. Ela tentou me dar um hi-five. Ela estava saindo do set com vestidão, eu estava entrando no set com um vestidão e ela tentou bater na minha mão, eu não consegui chegar [até ela]”, relembrou a dublê entre risos.

A brasileira ainda contou que foi muito especial poder estar presente nas filmagens de cenas de grande impacto, como a sequência do Ozdust Ballroom, em que Glinda e Elphaba dançam juntas. “Foi muito emocionante. Eu me arrepio até hoje quando falo dessa cena porque a emoção que a Ariana e a Cynthia passaram na tela do cinema, elas passaram pessoalmente também“, compartilhou ela – que marcou a cena ao lado de Jessica Holder, stand-in da intérprete de Elphaba.

Continua após a publicidade

Duas imagens de Isabelle Bernardo caracterizada como Glinda no set de Wicked; em uma imagem ela está sorrindo com a coroa e segurando a varinha mágica da personagem e na segunda ela está em um trailer tirando uma selfie no espelho
Isabelle Bernardo Arquivo Pessoal/Isabelle Bernardo/Reprodução

Outro marco da trajetória profissional de Isabelle foi Beetlejuice, Beetlejuice: Os Fantasmas Ainda Se Divertem, lançado em setembro deste ano. No filme dirigido por Tim Burton, a brasileira foi dublê de corpo de Jenna Ortega. Isso significa que ela entrava em cena quando a atriz não estava disponível e precisava aparecer com alguma parte do corpo, como o braço ou ombro.

Isso permitiu que Bernardo tivesse oportunidade de atuar ao lado de grandes nomes da indústria. “Aconteceu de um dia sobrar um tempinho e eles quiseram encaixar uma cena com um diálogo. A pessoa que vai dialogar com outro ator, no caso, vai ser o dublê. Isso aconteceu comigo e foi incrível atuar com pessoas como Catherine O’Hara, Willem Dafoe, Michael Keaton“, celebrou ela. “Não tem não tem preço essa experiência de aprendizado que a gente tem”, completou.

Publicidade