‘Drop: Ameaça Anônima’ transforma date em caos com suspense afiado
Longa dirigido por Christopher Landon aposta em estilo visual marcante, humor sutil e tensão crescente em uma única noite de terror.

uem diria que um primeira date à luz de velas poderia virar um verdadeiro show de tensão, piadas certeiras e decisões absurdamente deliciosas? Drop: Ameaça Anônima, suspense norte-americano dirigido por Christopher Landon (o mesmo de A Morte Te Dá Parabéns), estreia nos cinemas nesta quinta-feira (9) e entrega uma experiência surpreendente e divertida.
Na trama, Violet (Meghann Fahy) é uma mãe viúva tentando retomar a vida amorosa após anos. No que parecia ser um date tranquilo com Henry (Brandon Sklenar), em um restaurante de luxo, tudo começa a desandar quando ela recebe mensagens anônimas no celular. A cada nova notificação, uma ordem mais pesada. E a regra é clara: se contar a alguém ou desobedecer, seu filho — que está em casa aos cuidados da irmã dela — pode morrer. A tensão atinge o limite quando Violet é instruída a matar o próprio par da noite.
Apesar do enredo soar genérico à primeira vista (e, sim, o trailer dava essa impressão), Drop surpreende positivamente ao apostar em uma estética estilizada e numa direção criativa, que brinca com as convenções do gênero e não tem medo de flertar com o exagero. E funciona! As viradas são absurdas no melhor sentido possível, o que faz do filme uma espécie de suspense camp — aquele que sabe que está exagerando, e se diverte com isso.
Christopher Landon é o grande trunfo da produção. A maneira como ele usa a iluminação, o espaço limitado do restaurante e planos inusitados para construir tensão é de aplaudir. Um detalhe visual que funciona super bem: as mensagens de texto surgem na tela de forma limpa, sem interface de app, mantendo o ritmo e a imersão. Simples e muito eficiente.
Meghann Fahy segura o filme com carisma e tensão na medida certa. Sua Violet é esperta, determinada e muito mais afiada do que parece à primeira vista. Fahy é charmosa na mesma medida que seu papel amado por muito na segunda temporada The White Lotus. Sklenar, por sua vez, entrega um mocinho charmoso e intrigante, bem mais interessante do que em É Assim Que Acaba.
O elenco coadjuvante, ainda que com pouco tempo de tela, tem papel fundamental na construção do universo do filme e contribui para o envolvimento do público. Gabrielle Ryan interpreta Cara, a garçonete que observa tudo com discrição. Jeffery Self dá vida a Matt, um garçom inexperiente e nervoso que oferece momentos pontuais de alívio cômico com precisão.
Violett Beane, como Jan, irmã de Violet, também tem um timing cômico ótimo no inicio e no final do longa. Ed Weeks vive o pianista canastrão do restaurante, enquanto Reed Diamond, como um dos clientes misteriosos, entrega uma atuação sólida e com ótimos momentos.
Apesar de pouco explorados individualmente, os personagens secundários são muito carismáticos, com diálogos afiados que nos fazem se importar por eles. A criança da história, então, é um show de fofura à parte.
Com boas cenas de ação, reviravoltas malucas e uma dose certeira de ironia, Drop entrega um suspense que diverte, provoca e surpreende. O filme é um ótimo programa pra quem quer se divertir com um thriller que prende do ínicio ao fim.
Confira o trailer: