De Alice a Zé, artistas despedem-se de Gal Costa: “Me fundou como músico”
Alice Wegmann, Zé Ibarra, Tim Bernardes, Rubel e mais artistas jovens agradecem o legado deixado pela cantora
O Brasil amanheceu mais triste nesta quarta-feira (9), com a partida de Gal Costa, que faleceu aos 77 anos em sua casa, em São Paulo, após sofrer um infarto fulminante. A musa da MPB, referência para tantos jovens talentos, foi uma figura de resistência feminina, que usou sua voz e seu corpo para atuar contra o regime militar, a repressão e o conservadorismo.
Também nesta quarta, em Sampa, o grupo Bala Desejo se apresentou no Cine Joia com o Bala Baile Show e dedicou a apresentação inteirinha à cantora baiana, emocionando o público, que lotou a casa e cantou sucessos eternizados na voz da Gal, como Baby e Folhetim.
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A seguir, separamos homenagens feitas para a artista de jovens nomes do entretenimento, que não são da mesma época de Maria da Graça, mas cresceram tendo a cantora como referência e ouvindo Gal cantar a vida.
Zé Ibarra, um dos integrantes do Bala Desejo, publicou uma despedida emocionada. “A voz límpida, o cinema das melodias perfeitas, a atitude revolucionária, a beleza venenosa. Você era tudo isso e deixou tudo isso e mais um pouco para nós(…) Você, Caymmi, Caetano, Gil, uma coisa só que cresceu em mim e me fundou como músico e como um sonhador. Fico feliz em ter a certeza que enquanto eu cantar, sua voz nunca sairá da minha”, escreveu.
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Tim Bernardes, que tocou com Gal no último show feito por ela, no Festival Coala, em São Paulo, estava com Rubel quando recebeu a notícia. “Muito antes de sonhar em conhecer minha ídola, foram os primeiros discos dela, o jeito de cantar, a energia atômica (que estava ali bombando desses primeiros discos até esse último show), a musicalidade e voz dela que chacoalharam completamente minha cabeça adolescente. Mesmo sem conhecer, ela já era uma das professoras mais importantes da minha vida. Ouvindo a Gal, eu aprendi coisas que um milhão de aulas não teriam como me ensinar. A naturalidade de quem vai do mais delicado e cristalino até o roquenrou mais explosivo. Isso pra mim já basta pra ser eternamente grato à essa artista rara e inacreditável”, disse.
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Rubel, que assim como Tim tocou ao lado de Gal no Coala, foi preciso nas palavras: “Ela foi minha porta de entrada para a vida adulta dentro da música. Ela foi em nossos poucos encontros uma estranha combinação de uma vó, uma parceira musical e uma amiga que flerta por esporte, só pra não perder o costume. Ela era zoeira e sagaz, tinha um olhar sacana e provocativo, sempre tentando achar alguma graça nas coisas. Ela era o oposto do que eu esperaria de uma diva e de uma deusa. Não tinha solenidade. Tinha brincadeira com a vida e respeito com a música. A música parecia ser muito maior e mais interessante que a própria vida. Acho que ela aceitava viver só para poder cantar“.
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A atriz Alice Wegmann, que sempre usa as redes sociais para exaltar seus ídolos, não fez diferente e prestou sua última homenagem à diva: “Te amo, Gal. obrigada por tudo e tudo mais. Você estava ali no topo entre as artistas mais inspiradoras pra toda minha vida. Dilacerada mas feliz por poder ter estado na plateia tantas vezes, como nessa do vídeo. Vai em paz”, disse.
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Dora Morelenbaum, que também faz parte do grupo Bala Desejo e fez uma linda homenagem a Gal na noite de quarta, cantando Folhetim com voz e violão, se manifestou assim como Zé Ibarra. “Se eu sei amar, é por causa dela. Se eu sei sorrir e dançar, é por causa dela. Se eu sei cantar, foi Gal quem me ensinou. Minha musa mór, minha deusa música encarnada, mãe de todas as melodias que eu conheço e das que ainda hei de ouvir. Te amo, Gal. Foram as únicas palavras que eu consegui dizer, incessantemente, ao final de seu último show – ela estava radiante, vivíssima, cantando divinamente, como sempre. A verdade é que a via única pra expressar o que eu sinto por ela vai ser, eternamente, a música. E através dela eu sempre vou te amar, Gal Costa”, escreveu.
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A atriz Pally Siqueira, que participou de Malhação: Vidas Brasileiras, postou sua homenagem singela à cantora.
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Sophie Charlotte, que gravou há poucos meses o filme dedicado à cantora, emocionou-se com o fato de que Gal não vai poder mais ver a homenagem a ela nas telonas. “Você permitiu, me deu a honra maior como artista. Aprender contigo, e como você, a viver, a cantar, a ser mais! Mais mulher, mais legal, mais mistério, mais astral, mais liberdade! E me trouxe novos amigos, Carnaval, outra juventude, praias ….. e a Bahia!”, escreveu.
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