De Actually Romantic até Not Like Us: o que é uma diss track?
Termo comum no rap, as "diss" também invadiram o mundo pop. E isso não começou com Taylor Swift e Charli xcx...

“Don’t wanna see her backstage at my boyfriend’s show”, diz um dos versos de Sympathy Is a Knife, de Charli xcx. A música foi apenas o início para uma nova guerra entre fandoms de cantoras pop começar. Meses depois do lançamento do Brat, Taylor Swift respondeu com Actually Romantic, faixa do álbum The Life of a Showgirl, e pronto: as redes sociais incendiaram.
Está precisando voltar duas casas para entender essa troca de alfinetadas? De ironia com drogas à mão decepada com bracelete da amizade: nós te explicamos tudo sobre as trocas de indiretas entre as cantoras em uma outra matéria (clique aqui para ler).
Mas o que está por trás dessas músicas cheias de recados nas entrelinhas? Bem-vindo ao universo das diss tracks, as famosas canções de “desrespeito” ou, em bom português, músicas de alfinetadas e indiretinhas.
O que é uma diss track?
O termo diss vem de disrespect (desrespeito) ou disparage (menosprezar), e descreve uma música feita para atacar ou provocar alguém, geralmente outro artista. As diss tracks nasceram no hip-hop, lá nos anos 1980, como forma de disputa entre rappers que queriam provar quem tinha o melhor flow e a melhor canetada.
As faixas quase sempre citam nomes, histórias reais e polêmicas, às vezes de forma direta, outras por metáforas ou versos com duplo sentido. O público entra no jogo tentando decifrar cada linha, e as redes sociais se encarregam de transformar tudo em um grande evento.
Brigas lendárias da música
O rap é o berço das diss tracks, e a rivalidade entre Tupac Shakur e The Notorious B.I.G. marcou a história. Em 1996, Tupac lançou Hit ’Em Up, uma das diss mais agressivas de todos os tempos, em resposta a Who Shot Ya?, de Biggie. A faixa virou o padrão de ouro das brigas musicais, cheia de acusações e rimas afiadas.
Nos anos 2000, tivemos um grande exemplo de como isso também pode ser feito no pop com Mariah Carey e Eminem. Em Obsessed, Mariah zombava de um homem “obcecado” por ela. Não tem como esquecer o clipe que mostrava a cantora caracterizada como ele. O alvo? Todos apontaram para Eminem, que respondeu com The Warning. O resultado é uma das maiores trocas de farpas musicais.
Mais recentemente, Nicki Minaj e Megan Thee Stallion protagonizaram uma das brigas mais comentadas de 2024. Depois que Megan lançou Hiss, Nicki rebateu com Big Foot, recheada de provocações sobre a vida pessoal da rival.
E, claro, o rap voltou a dominar as paradas com o embate entre Kendrick Lamar e Drake. A faixa Not Like Us, de Kendrick, não só encerrou uma disputa de muitas diss tracks (muitas mesmo) com estilo como se tornou um fenômeno cultural: ganhou o Grammy de Gravação do Ano e foi adotada como hino da Costa Oeste dos EUA. Ah, a gente te explicou a linha do tempo dessa briga na época, leia clicando aqui.
No rap nacional, Ebony colocou fogo no cenário com a viral Espero que Entendam, lançada em 2023. Na música, ela critica o machismo da cena e solta indiretas para nomes como BK’, Djonga, Baco Exu do Blues e L7NNON. “Não vou deixar com que homens limitem qual tamanho as mulheres podem chegar”, rima a artista, que foi elogiada até pelos rappers citados.
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