Conheça filme e livro clássico que inspiraram a novela Vale Tudo

Drama estrelado por Joan Crawford serviu de base para a trama entre mãe e filha interpretadas na atual versão por Taís Araújo e Bella Campos

Por Arthur Ferreira 30 abr 2025, 15h01
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Brasil está redescobrindo uma de suas novelas mais icônicas. Vale Tudo, sucesso original de 1988, ganhou um remake em 2025, agora estrelado por Taís Araújo e Bella Campos como a dupla de mãe e filha que se enfrentam em um embate sobre honestidade e ambição.

Mas o que nem todo mundo sabe é que a trama que parou o país nos anos 1980 e volta a emocionar o público hoje tem raízes no cinema hollywoodiano. Para compor a história de Raquel e Maria de Fátima, Gilberto Braga, autor da versão original ao lado de Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, se inspirou no filme Alma em Suplício (Mildred Pierce), lançado em 1945.

Dirigido por Michael Curtiz, Alma em Suplício é um drama estrelado por Joan Crawford, que rendeu à atriz o Oscar de Melhor Atriz. O filme é baseado no romance homônimo de James M. Cain e narra a trajetória de Mildred, uma mulher que, após o fim do casamento, batalha para garantir uma vida melhor para suas filhas.

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Mildred constrói um império no ramo da gastronomia, mas precisa lidar com a ingratidão da filha mais velha, Veda, que despreza suas origens e é capaz de tudo para subir socialmente. Assim como Mildred, Raquel é uma mulher trabalhadora que faz de tudo para dar uma vida digna à filha. Já Maria de Fátima, como Veda, rejeita a luta da mãe e se envolve em um universo de luxo e ambição a qualquer custo.

Apesar das semelhanças nas trajetórias das protagonistas e de suas filhas, Vale Tudo vai mais além do drama familiar. A novela amplia o debate, mergulhando em uma crítica social sobre corrupção, desigualdade e o dilema ético que atravessa gerações no Brasil.

Oficialmente creditada como uma adaptação de Alma em Suplício, a novela não esconde sua principal influência. Em um dos primeiros episódios da versão de 1988, a personagem Raquel chega a chamar uma senhora de “Dona Mildred”, em referência direta ao papel de Crawford.

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Lançado em plena Era de Ouro de Hollywood, Alma em Suplício marcou época. Além do Oscar para Crawford, o longa foi indicado a outras cinco estatuetas e, em 1996, foi escolhido para preservação pelo National Film Registry, reconhecido como “culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo”.

Hoje, para quem quiser conhecer a história original, Alma em Suplício está disponível para aluguel e compra em plataformas como Prime Video e Apple TV+.

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