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Chappell Roan fala sobre assédio na fama: “Não aceito ser perseguida”

Em desabafo, cantora disse que não vai aceitar 'comportamento predatório disfarçado de superfã'

Por Da Redação 24 ago 2024, 12h55
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pós publicar dois vídeos controversos no TikTok criticando o comportamento obsessivo de algumas pessoas em relação a famosos, Chappell Roan mais uma vez falou sobre esse assunto em novo comunicado em texto no Instagram.

Eu não tenho medo das consequências por exigir respeito“, escreveu a cantora na legenda da publicação da qual desativou os comentários. “Toda mulher sente ou já sentiu algo parecido com o que eu estou passando. Essa não é uma situação nova. Se você me vê como ingrata ou a minha fala te chateia, isso é sobre você. Você tem que olhar para dentro e refletir: ‘Nossa, por que eu estou tão chateado com isso? Por que uma garota expressando seus medos e limites me deixa tão irritado?'”.

“Nos últimos 10 anos, eu tenho trabalhado sem parar para construir o meu projeto e chegou ao ponto em que eu preciso impor limites. Eu quero ser uma artista há muito tempo. Eu estive em muitas interações físicas e sociais não consensuais e eu só preciso lembrá-los que as mulheres não lhes devem nada. Eu escolhi essa carreira porque eu amo música e arte e honrar a minha criança interior. Não aceito assédio de nenhum tipo porque escolhi esse caminho, e nem mereço isso”, declarou.

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Leia o resto da declaração traduzida:

“Quando eu estou no palco, quando eu estou me apresentando, montada de drag, quando eu estou em um evento de trabalho, fazendo divulgação… Eu estou no trabalho. Em qualquer outra circunstância, eu não estou no ‘modo’ trabalho. Estou esgotada. Não concordo com a ideia de que devo uma troca mútua de energia, tempo ou atenção para pessoas que eu não conheço, não confio ou que me assustam – só porque elas expressam admiração. Mulheres não devem uma razão pela qual elas não querem ser tocadas. Isso não tem nada a ver com a gratidão e o amor que eu sinto pela minha comunidade, para as pessoas que respeitam os meus limites, e pelo amor que eu sinto por todas as pessoas que me colocam para cima e que estão comigo para me ajudar o projeto a chegar onde ele está agora.

Eu estou especificamente falando do comportamento predatório (disfarçado de ‘superfã’) que tem sido normalizado por conta da forma como mulheres foram tratadas no passado. Por favor, não assuma que você sabe muito sobre a vida, personalidade e limites de alguém porque você conhece o trabalho dela online.

Se você ainda está se perguntando: ‘Bom, se você não queria que isso acontecesse, então por que você escolheu uma carreira que você sabia que não ficaria confortável com as consequências do sucesso?’ – entenda isso: eu abraço o sucesso do projeto, o amor que eu sinto e a gratidão que eu tenho. O que eu não aceito são pessoas assustadoras, ser tocada e perseguida.

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Essa situação é semelhante com a ideia de que se uma mulher usa uma saia curta e é assediada, ela não deveria ter usado a saia. Não é tarefa da mulher engolir e aceitar; é dever do assediador ser uma pessoa decente, não perturbá-la e respeitar que ela pode usar o que quiser e ainda merecer paz nesse mundo.

Eu quero amar a minha vida, viver lá fora, me divertir com meus amigos, ir ao cinema, me sentir segura e fazer todas as coisas que as pessoas merecem fazer. Por favor, parem de ser esquisitos com minha família e meus amigos. Por favor, parecem de assumir coisas sobre mim. Sempre tem algo a mais na história. E por favor não me chamem de Kayleigh. Eu sinto mais amor do que já senti na minha vida. Eu me sinto mais insegura do que eu já me senti antes na minha vida.

Existe uma parte de mim mesma que eu guardo apenas para o meu projeto e para todos vocês. Tem uma parte de mim mesma que fica só para mim, e eu não quero que isso seja tirado de mim. Obrigada por lerem isso. Agradeço a compreensão e o apoio.”

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