Brie Larson: “A Capitã Marvel não é perfeita e é isso o que gosto nela”
Conversamos com a atriz que dá vida à super-heroína mais poderosa da Marvel
Nesta quinta-feira (7/3) o Universo Cinematográfico Marvel (MCU) está prestes a mudar para sempre. É que neste dia chega aos cinemas de todo o Brasil o tão aguardado filme Capitã Marvel, o primeiro do estúdio responsável por Vingadores a trazer uma mulher como protagonista. Quem dá vida a uma das super-heroínas mais poderosas do MCU é Brie Larson. A atriz conversou com a gente durante um evento sobre o filme em Los Angeles e falou sobre girlpower e os desafios de viver uma heroína nas telonas. Vem ler!
CH: Esse é um papel de muita responsabilidade. Você deu vida ao primeiro filme de uma super-heroína da franquia que já tem muitos fãs no mundo todo. O que te atraiu nessa personagem?
BRIE LARSON: Eu sempre me interessei pela complexidade feminina. A ideia de interpretar uma super-heroína é divertida, claro, mas sempre me preocupei em fazer uma personagem que não fosse perfeita, porque eu acho que isso não é real ou inspirador. A Carol Danvers [o nome ~humano~ da Capitã Marvel] é diferente e esse filme tem uma abordagem diferente também. Ela corre riscos, cai, levanta, falha. É muito mais humana do que heroína e o filme mostra isso. A Capitã Marvel encontra mais forças em ser a Carol do que o contrário, sabe? Ela descobre sua força ao encontrar o lado humano dela e é isso que faz a personagem tão interessante.
CH: O mundo dos quadrinhos é bem complexo. Como você se preparou para a personagem?
BRIE: Eu queria saber tudo, então eu li tudo o que pude. Encontrei um aplicativo que tinha basicamente todos os quadrinhos da Marvel que já foram criados. Passei horas e horas lendo. Existem diferentes ilustradores nas histórias em quadrinhos e todos têm uma opinião própria sobre a Capitã Marvel. Pude trabalhar em cima de muito material e ainda assim criar algo que parecia pessoal para mim.
CH: O que você mais gosta sobre Carol?
BRIE: O legal sobre Carol é que ela é duas metades. Ela é Kree e é humana. Os Kree são guerreiros incríveis, hiperintelectuais e os melhores naquilo que fazem. Mas tem essa outra parte dela que é humana, amorosa e que também a torna meio atrevida e um pouco ousada. É isso que a deixa emotiva e também agressiva e competitiva. É o lado bom e mau do ser humano. E todas essas são características fáceis de se identificar. Todos nós temos os dois lados do nosso cérebro, o lógico e o emocional. E daí fica essa guerra… Qual deles tem mais valor? Essa luta interna é o que eu mais gosto das personalidades de Carol e é o que faz o filme surpreendente.
CH: Carol era uma piloto de avião! Você aprendeu mesmo a pilotar? Conta como foi?
BRIE: Sim! Parte da preparação foi visitar as Bases da Força Aérea Americana e passar muito tempo com vários pilotos e aviadores no ar. O jato de combate é tão sensível que eu achei que não estava funcionando. É baseado em pressão, então dá a sensação de que ele mal se move. Demorei um tempo para me acostumar, mas depois foi como se eu já tivesse feito aquilo antes. Mas, no final, vomitei muito! (Risos) A parte mais legal foi ter conhecido a General Leavitt, que foi a primeira pilota de combate da Força Aérea. Foi incrível! Eu senti que conheci a Carol Danvers na vida real.
CH: Você já falou que não esperava tanto carinho dos fãs. Como está sendo essa recepção?
BRIE: Está sendo uma honra fazer parte do Universo Cinematográfico Marvel, desse legado de personagens e de histórias que têm um significado tão grande para as pessoas. Esses filmes são parte do que está moldando nossa cultura, quem somos e que moral valorizamos. Eu não tinha entendido completamente a dimensão do que isso significava no mundo dos quadrinhos. Só me dei conta quando meu nome foi divulgado e aos poucos percebi a importância desse papel. Estou muito feliz!
CH: Qual foi a maior lição que aprendeu com esses personagens?
BRIE: O que eu aprendi é que eu – e acho que todos nós! – somos mais fortes do que imaginamos. Na tela vocês me veem superbem, mas não sabem o que se passa por trás, quantas vezes eu caí de cara no chão tentando fazer uma acrobacia e o quanto eu treinei. É muito tocante quando mexemos com algo tão vulnerável dentro de nós. Aprendemos que não temos que provar nada pra ninguém. Eu não tinha que provar nada para as pessoas na academia e muito menos para o meu treinador. Era um processo meu. Nessas horas, quando a gente fala sobre a força da Carol é que eu me dou conta de que eu sou mais forte do que eu imaginava. Então quando a gente fala sobre gênero, sobre o que o corpo humano é capaz, principalmente sobre que o que o corpo feminino é capaz, eu posso te dizer que a gente pode muita coisa!
E aí, #PartiuCinema?