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Braga usa sinceridade para compartilhar músicas nas redes sociais

O cantor acabou de bater 1 milhão de seguidores em seu Instagram e contou para a CAPRICHO como usa a presença online para dividir sua arte com o público

Por Arthur Ferreira Atualizado em 29 out 2024, 16h04 - Publicado em 17 mar 2024, 10h00

Sabe quando você está rolando o feed das redes sociais e se depara com um artista novo e quer descobrir mais sobre ele? Nos últimos meses, muitas pessoas têm descoberto as canções de Braga dessa forma. O cantor independente de 21 anos acaba de conquistar 1 milhão de seguidores no Instagram. O motivo para tanto sucesso é simples: Braga reúne humor, carisma e, claro, muito talento, em seus vídeos.

Em entrevista à CAPRICHO, Braga nos contou um pouco sobre sua trajetória na música e como tem utilizado as redes sociais para que sua arte alcance novas pessoas. “Normalmente para mim o que mais dá certo é pegar as coisas do meu dia e ser totalmente verdadeiro. Eu mostro quem eu sou no meu dia a dia e não fico tentando montar um cenário que não existe. Tento ser o mais natural possível”, contou.

João Braga sempre demonstrou uma paixão pela música, mas não imaginava seguir carreira no ramo. Mas, há cerca de um ano e meio, o cantor concluiu que essa seria sua vocação. A decisão de se arriscar no mundo da música aconteceu logo após ele se formar no Ensino Médio, enquanto fazia cursinho para passar em uma faculdade. “Eu sabia que o cursinho não era para mim, então eu comecei a estudar como seria viver de música, como fazer uma música bombar e se tudo isso era viável.”

Inspirado por Guilherme Arantes e outros músicos da MPB que os pais sempre ouviam em casa, o artista também tem como referência musicais nomes mais recentes como Rubel, Tim Bernardes e Bala Desejo e até mesmo a dupla alemã, Milky Chance. Essa diversidade de referências se reflete em sua música, que combina elementos de diversos gêneros de forma única em composições com bastante personalidade.

Sua primeira música lançada foi o single três, divulgado em agosto 2022. Só que seu primeiro e maior hit até então veio com te vi dançando, que viralizou nas redes sociais. Logo depois, o cantor se uniu ao produtor KVSH para um remix, ajudando a música alcançar novos públicos. Braga uniu seus dois primeiros singles com mais três faixas – incluindo uma colaboração com o comediante Rafael Portugal na faixa eu – em um EP chamado Bragolitos, lançado em julho de 2023.

Seu último lançamento é o single putz, em mais uma colaboração com KVSH. Sobre a faixa, Braga pontuou que tinha uma ideia muito bem formulada sobre o que queria que ela fosse: “Eu queria mexer com estéreo no refrão. Se você reparar bem e ouvir de fone, o putz vai alcançando os dois lados do ouvido. Isso é o que eu mais queria fazer e eu adorei como ficou porque eu acho que deu um ar dinâmico.”

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No que diz respeito às redes sociais, o cantor revelou ter estudado estratégias de marketing para promover seu trabalho de forma eficaz. Ele enfatizou a importância de ser autêntico em seu conteúdo, compartilhando seu dia a dia de maneira natural e verdadeira. Sua relação com seu público é uma grande consequência disso. Em pouco tempo, o artista conseguiu reunir uma fã base fiel e que compartilha do mesmo senso humor que o dele.

Muitas pessoas já comentaram que eu salvei elas de dias ruins e que elas se sentem acolhidas e abraçadas. Esse é, com certeza, um dos meus maiores feitos das minhas composições

Braga sobre a relação de seus fãs com suas composições

Talvez um dos comentários que Braga mais receba em seus vídeo seja sobre sua estética de “jovem-idoso”. Ele compartilhou que acha engraçado quando as pessoas descrevem seu jeitinho como um “paradoxo” entre ser jovem e parecer um idoso, com direito a comparações ao personagem Carl Fredricksen do filme UP – Altas Aventuras. Além disso, ele mencionou que muitos de seus seguidores se surpreendem ao perceberem que, na vida real, sua personalidade fofa é realmente igual a que compartilha nas redes sociais, confirmando que seu carisma e genuinidade são aspectos fundamentais de sua conexão com o público.

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No começo, Braga achou que se tornaria apenas um cantor de redes sociais, mas não parece que sua carreira está indo por esse caminho. Após fazer alguns shows, Braga descreveu a experiência de ver o público cantando suas músicas como “a melhor sensação do mundo”. Isso porque a maioria das composições foram feitas por ele mesmo, então o sentimento de que as pessoas estão cantando e entendendo suas letras com a mesma interpretação que ele colocou é, para ele, extremamente gratificante.

A música é exposta para ser interpretada do jeito que as pessoas quiserem e o fato das pessoas estarem cantando junto comigo no meu show, muito provavelmente é porque elas interpretaram algo parecido com a minha intenção original. E isso é muito bom.

Braga sobre o seu sentimento ao fazer shows

Se você ainda não conhece suas músicas, a CH recomendo as músicas te vi dançando, putz e muito menos nós para começar! Braga representa uma nova geração de artistas que combinam talento musical com uma presença marcante nas redes sociais. Sua autenticidade, humor e sinceridade o tornam um dos nomes mais promissores da música brasileira contemporânea.

Confira a nossa entrevista completa com o Braga:

CAPRICHO: Braga, você começou a lançar suas músicas há um ano e meio e, em um dos seus vídeos, você contou que largou o cursinho para virar cantor. Você sempre quis ser cantor? Como você chegou à conclusão que o seu lugar é na música?

Braga: Eu sempre gostei da ideia de ser cantor, mas eu não queria porque eu tinha um pouco de medo do que isso poderia acarretar e se eu conseguiria viver disso. E aí, quando eu me formei no ensino médio, em 2021, eu comecei o cursinho, mas enquanto a aula rolava eu ficava só produzindo e compondo. Eu sabia que o cursinho não era para mim, então eu comecei a estudar como seria viver de música, como fazer uma música bombar e se tudo isso era viável. Depois de definir algumas metas, eu continuei estudando como era uma carreira brasileira de sucesso na música e como isso poderia ser para mim.

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Como foi convencer seus pais dessa decisão?

Eles estavam muito preocupados, né? Porque, querendo ou não, aqui no Brasil é 8 ou 80 com a música: ou você fica muito rico, ou você não consegue viver daquilo. Não tem meio termo. Então, eles ficaram bem preocupados e demoraram um pouquinho para aceitar totalmente, mas eles sempre me apoiaram. No começo eles estavam com um pé atrás, mas depois eles viram que é isso que eu gostava de fazer e que estava começando a dar certo.

Quais são suas maiores inspirações na música?

Eu gosto muito de uma dupla chamada Milky Chance, que é uma dupla alemã que eu sempre cito quando me perguntam. Eu gosto muito também de Guilherme Arantes, que é um cantor brasileiro mais antigo. Dos mais atuais, eu gosto bastante do Rubel, Tim Bernardes e Bala Desejo. Eu ouvia muita MPB de tabela, meus pais ouviam muito então eu acabava ouvindo e simpatizando.

Nós te acompanhamos nas redes sociais e sabemos que você é bastante presente no Instagram e está quase batendo 1 milhão de seguidores. Como artista independente, como é a sua relação com a produção de conteúdo? Você estudou alguma estratégia de marketing para as redes sociais? 

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Sim. Eu estudei muito como “deveria ser feito” e como era feito com as pessoas que faziam e dava certo. No começo, eu demorei para engatar e realmente gostar de gravar. Eu lembro que um amigo me falou uma vez que eu não sabia falar com a câmera. E foi aí que resolvi aprender, para provar para ele e para mim que eu conseguia. Conforme eu ia fazendo, eu comecei a me acostumar e gostar mais de gravar. Normalmente para mim o que mais dá certo é pegar as coisas do meu dia e ser totalmente verdadeiro. Eu mostro quem eu sou no meu dia a dia e não fico tentando montar um cenário que não existe. Tento ser o mais natural possível.

Nos seus vídeos, além de divulgar suas músicas, você também mostra um lado mais engraçado e fofo – e as pessoas amam isso. Você tem uma base de fãs muito engajada nos seus vídeos, como você se sente recebendo esse retorno tão positivo do seu público?

É muito bom, eu gosto muito do meu público, sempre que dá eu respondo meus seguidores e já até conheci alguns pessoalmente. É muito legal ver que as pessoas simpatizam e que sentem um carinho quando eu consigo responder. Isso é muito louco, porque eu também tenho Ídolos que às vezes me respondem. Aí eu fico muito feliz e eu começo a entender como são as duas partes dessa relação. É bem louco, ainda mais considerando que eu sempre fui a pessoa que gostava muito de muitas pessoas e agora tem algumas pessoas que gostam de mim. 

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Outros artistas têm acompanhado seu trabalho nas redes sociais. Como é ser reconhecido por pessoas que você admira? 

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Sempre surgem pessoas que eu gosto muito vendo meus vídeos e me mandando uma DM. Quando eu gosto muito de uma pessoa na internet, eu costumo idolatrar e quando a pessoa responde, eu noto que é uma pessoa normal. Isso é meio clichê, mas acaba quebrando essa barreira de ídolo e é uma felicidade imensa.

Seus fãs tem um senso de humor muito parecido com o seu. Quais foram os comentários mais engraçados que já fizeram nos seus vídeos?

Tem um que eu gosto muito que é quando falam que eu sou um paradoxo: ao mesmo tempo que sou um jovem, também pareço ser um idoso. Um jovem de 70 anos. Isso deve vir por conta da minha estética, eu já usei uma boina que era do meu avô por muito tempo. Sempre comentam que eu pareço um pouco com o velhinho do UP – Altas Aventuras, e eu acho muito engraçado. Também sempre falam que eu sou fofo, e os fãs que me conheceram viram que eu sou assim de verdade, eu não forço. E muitos deles ficam surpresos com isso.

Você já disse uma vez que achava que seria apenas um “cantor de Instagram”, como é a sensação de fazer shows e ver o público cantando suas músicas com você?

É a melhor sensação do mundo. É a melhor sensação de todas, porque  vem muito do meu íntimo. A maioria das composições foram feitas sozinhas por mim. E quando essas composições que eu fiz sozinho no meu quarto são cantadas é muito louco. A música é exposta para ser interpretada do jeito que as pessoas quiserem e o fato das pessoas estarem cantando junto comigo no meu show, muito provavelmente é porque elas interpretaram algo parecido com a minha intenção original. E isso é muito bom.

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Você sempre traz muita honestidade e vulnerabilidade nas suas letras. Você fala bastante sobre ser uma pessoa introspectiva, tímida e as pessoas se identificam com isso. Como é esse processo de composição para você?

Na maioria das vezes as letras representam coisas que eu crio, e poucas são sobre algo que aconteceu realmente. Mas sempre tem o teor da da minha personalidade ali que realmente mostra como eu agiria na situação se fosse verdadeira. Eu acho que criar é muito legal, porque mesmo inventando algo dá para ter uma identificação das pessoas com o como eu agiria. Ver que tem mais pessoas como eu no mundo e fazer com que essas pessoas vejam que tem pessoas como elas no mundo, é muito legal. Muitas pessoas já comentaram que eu salvei elas de dias ruins e que elas se sentem acolhidas e abraçadas. Esse é, com certeza, um dos meus maiores feitos das minhas composições.

Como foi o processo de criação do seu último single, putz, em parceria com o KVSH?

Eu compus essa música e levei ela para BH para produzir com o KVSH no estúdio dele. Eu lembro que eu tinha uma ideia muito firme, eu queria mexer com estéreo no refrão. Se você reparar bem e ouvir de fone, o putz vai alcançando os dois lados do ouvido. Isso é o que eu mais queria fazer e eu adorei como ficou porque eu acho que deu um ar dinâmico. 

Você chegou a dizer em um vídeo que putz é como se fosse um filme coming-of-age. Você tem algum filme favorito desse gênero? 

Acho que Os Reis do Verão. É um filme que eu assisti quando era mais novo, com 12 ou 13 anos. Preciso assistir mais uma vez para ver se isso se confirma, mas eu lembro que eu gostei muito quando eu assisti pela primeira vez. Ele tem essa coisa instável e energética dos jovens.

Como foi o seu encontro com o Milton Nascimento?

Na época que eu conheci ele, eu ainda não tinha muita dimensão do quão foda ele é. Depois eu comecei a ouvir ativamente por conta própria, ao invés de escutar porque meus pais estavam ouvindo. E ele parece um Deus, mas ao mesmo tempo é uma pessoa normal. Foi até bom eu ter conhecido ele sem ter muita dimensão e sem idolatrar muito, sabe? Eu já sabia que ele era muito importante, mas depois que eu fui saber que ele era 10 vezes mais foda do que eu sabia. 

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Braga você já lançou um EP e tem alguns singles. A gente pode esperar um álbum vindo aí? Quais são seus próximos planos?

Podem esperar um álbum, mas mais para frente. Vou lançar mais singles e tem algumas parcerias bem legais vindo por aí. 

Quais são as coisas que você mais obcecado no momento?

Eu estou obcecado por meias coloridas e estranhas. Eu tenho meias de tubarão, de raposa fazendo pole dance, de arco-íris, de sapo, e mais um monte, Não tenho muitas, mas as que eu tenho eu amo demais. Eu também estou super obcecado pela trilogia de filmes de Antes do Amanhecer com o Ethan Hawke. Mesmo eu tendo assistido ela faz um tempo, ela está super combinando com a minha vida agora. Eu também estou obcecado por contas de designer que recriam pôsteres de filmes de um jeito bem diferente.

Você brincou com isso em um vídeo recente, mas agora queremos saber sua resposta de verdade: como você se sente ao se tornar tudo o que você sempre quis ser?

É um sentimento de sempre estar criando novos planos e ficar feliz pelos que foram compridos. Às vezes é até difícil saber quais planos fazer para o futuro, tendo conquistado tanta coisa. E às vezes é só um grito que eu quero dar para conseguir expressar tudo o que tem acontecido na minha vida.

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