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Apaixonada pelo verão, Zara Larsson sente que foi brasileira em outra vida

Em entrevista à CAPRICHO, cantora sueca fala sobre inspiração de funk carioca em faixa do Midnight Sun e seu amor pelos fãs brasileiros

Por Arthur Ferreira Atualizado em 26 set 2025, 15h28 - Publicado em 26 set 2025, 15h23

sol nunca se põe para Zara Larsson. Nesta sexta-feira (26), a cantora sueca lançou Midnight Sun, seu quarto álbum de estúdio — um trabalho que combina a sonoridade do verão europeu, visuais coloridos inspirados nos anos 2000 e uma narrativa pessoal mais ousada.

O disco chega cercado de expectativas e já agita as redes sociais desde os primeiros singles, que conquistaram novos fãs com seu pop dançante e estética inspirada em um filme da Barbie Sereia ou em um episódio de O Clube das Winx. Em entrevista exclusiva à CAPRICHO, a cantora sueca revelou que tudo começou com uma pasta no Pinterest, sua paixão pelas Bratz e as passarelas da Versace e Dior no início dos anos 2000.

Esse é o momento em que estou sendo mais eu mesma como artista. E acho que o público sente isso porque estou animada de verdade, é genuíno, e as pessoas se conectam de um jeito muito diferente do que aconteceu com meus trabalhos anteriores.
Zara Larsson sobre Midnight Sun

E, se depender dela, essa fase tem tudo a ver com o Brasil. Zara não esconde a paixão pelo país, que, apesar de ainda não estar confirmado na Midnight Sun Tour, ocupa lugar especial em seus planos: “Eu amo o Brasil, de verdade. Vindo da Suécia, o que mais me marcou foi o público. É a energia das pessoas: como elas cantam junto, dançam junto… elas mostram que estão se divertindo. E isso é o sonho de qualquer artista, sentir que a plateia está entregue.”

“Quero levar essa turnê para o mundo inteiro, não só para a Europa e América do Norte, mas também para a América do Sul, Ásia e Austrália… e o Brasil é o número um nessa lista”, continuou.

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Além disso, a cantora guarda com carinho os presentes que recebe dos fãs brasileiros, incluindo um par de Havaianas personalizadas com suas iniciais: “Tenho até uma caixinha no meu apartamento onde coloco muitas dessas coisas. É ótimo para dar um up na autoestima quando estou meio desanimada. Acho tudo muito fofo e valorizo demais o tempo e a energia que as pessoas dedicam para fazer esses presentes. É muito especial”, respondeu à pergunta que a CAPRICHO levou do fã Felipe Vannucci.

Eu sou uma garota do verão: amo usar shortinho com top de biquíni, quero estar de chinelo, sair para dançar, tomar sol e me bronzear. Sinto que fui brasileira em outra vida.
Zara Larsson para a CAPRICHO

Essa entrega também aparece em Midnight Sun. O álbum de dez faixas nasce da ideia de capturar a atmosfera única do verão sueco, quando o sol quase não se põe. Zara trabalhou com nomes como MNEK, Margo XS, Zhone e Helena Gao para criar um disco que mescla introspecção e ambição com batidas que pedem para a pista. “Estou pegando um pouco dessa influência para criar esse mundo e, no futuro, quero modernizar e desenvolver ainda mais. O que eu amo nessa época é como tudo era tão colorido, tão divertido”, explicou.

Entre os destaques está The Ambition, faixa que carrega um detalhe especial para os brasileiros: a influência direta do funk. “Nós fizemos essa música depois que estive no Rio, no ano passado. Tive uma noite de churrasco com o DJ Dennis, ele mostrou alguns dos sons dele e isso me inspirou completamente. A letra é supervulnerável e emocional, mas o beat te faz querer dançar. Acho que é a combinação perfeita”, conta.

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Outro ponto alto do disco é Euro Summer, definida pela artista como a canção que mais exigiu ajustes até chegar ao resultado final. “Queríamos algo com cara de euro dance, até com acordeão, trazendo uma vibe de nostalgia. Essa faixa virou um símbolo para algo passageiro, como uma paixão de verão: curta, mas intensa. Mal posso esperar para descobrir com quem será o remix”, adianta.

Musicalmente, Zara se mostra mais segura e ousada. Em Girl’s Girl, ela aborda o desejo pelo namorado da amiga. Tema que, segundo ela, divertiu até as próprias amigas quando ouviram. “É caótico, mas libertador. Hoje me sinto confiante em quem sou, sei que sou uma boa pessoa, então quis brincar com isso.” Já em Puss Puss, a despedida suave vira pista acelerada. “É uma forma de encerrar o disco como se fosse um ‘tchauzinho’ carinhoso. Em sueco, ‘puss puss’ significa ‘beijinhos’”, explica.

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Larsson também destaca a influência de sua diva pop favorita, Beyoncé, na construção de Midnight Sun. Para a sueca, a “Universidade Beyoncé” se traduz na disciplina e na capacidade de criar um universo próprio para cada projeto: “A Beyoncé é muito boa em construir mundos para cada álbum, e é extremamente disciplinada. Então, diria que esse é o primeiro álbum da minha carreira que realmente parece ter um universo próprio no qual as pessoas podem entrar.”

Midnight Sun mostra uma Zara Larsson segura do seu universo pop: letras pessoais, batidas dançantes e uma estética coesa que mistura anos 2000, funk e euro dance. O álbum transita do clima intimista de Saturn’s Return às pistas de Blue Moon, reafirmando a artista como alguém que domina tanto a criação quanto a performance. É um disco para se sentir Hot & Sexy em qualquer lugar, seja sob o sol da Suécia ou nas praias do Brasil.