5 vezes que Bad Bunny exaltou a cultura latina dentro dos EUA

Do SNL ao Super Bowl, o porto-riquenho mostra que o espanhol é universal e que o Caribe também é pop

Por Arthur Ferreira 8 out 2025, 19h01
E

le nunca precisou cantar em inglês para conquistar o mundo. Bad Bunny, o porto-riquenho mais famoso da música atual, segue provando que dá para ocupar o topo das paradas e os maiores palcos dos Estados Unidos sendo 100% latino (sotaque, ritmo e orgulho incluídos).

Entre shows históricos, discursos políticos e homenagens inesperadas, Benito Antonio Martínez Ocasio vem transformando sua carreira em um manifesto de amor às origens. Abaixo, relembramos 5 momentos em que ele colocou a cultura latina sob os holofotes e dentro do centro do entretenimento norte-americano.

1 – Em sua mais recente participação no SNL

Em outubro de 2025, Bad Bunny foi o anfitrião do Saturday Night Live, um dos programas de comédia mais tradicionais dos EUA, e fez história ao estrelar uma esquete recriando um episódio de Chaves. A homenagem, com cenário e figurinos fiéis à série mexicana, apresentou o público norte-americano a um dos maiores clássicos da TV latino. Benito interpretou Kiko, ao lado de um elenco que incluía Jon Hamm como Professor Girafales e Kenan Thompson como Seu Barriga.

Durante o mesmo programa, Benito abriu o episódio com um monólogo em parte dito em espanhol. Sem se preocupar em traduzir, o artista mostrou que não precisa mudar de idioma para entreter o público e o auditório respondeu com aplausos. Foi um momento simbólico de reafirmação: a língua latina tem, sim, força para estar nos maiores espaços do entretenimento sem precisar se modificar aos moldes estadunidenses.

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2. O espanhol como língua universal

Desde o início da carreira, Bad Bunny deixou claro que não pretende se adequar ao mercado norte-americano cantando em inglês. Em entrevista à W Magazine, ele explicou que se trata de autenticidade, não política:

“A música é uma linguagem universal. Não precisamos cantar em inglês para atravessar barreiras.”

Essa escolha, que poderia ter limitado seu alcance, se tornou uma das suas maiores fortalezas. Hoje, Benito é o artista latino mais escutado globalmente, mostrando que o espanhol e os ritmos caribenhos atravessam fronteiras sem precisar de tradução. Com canções que misturam reggaeton, salsa, plena e baladas, ele prova que a identidade cultural não é barreira, mas, sim, diferencial, conquistando fãs de todas as partes do mundo sem abandonar suas raízes.

3. Em seus posicionamentos políticos

Ao anunciar que sua turnê mundial deixaria os Estados Unidos de fora, o cantor revelou que a decisão estava ligada à política anti-imigração do governo Trump. Em entrevista à i-D Magazine, ele explicou que não se sentia confortável em se apresentar em um país onde agentes do ICE (a força de imigração) poderiam intimidar seus fãs: “Imagina ter agentes imigratórios do lado de fora do meu show. Isso nos deixou muito preocupados.”

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Ao ser criticado por apoiar Kamala Harris nas eleições e por “não cantar em inglês”, Bad Bunny virou alvo de ataques de figuras conservadoras nos EUA, especialmente após o anúncio de que será o artista do intervalo do Super Bowl 2026. Mesmo diante das polêmicas, o cantor manteve a postura firme e seguiu defendendo a comunidade latina e LGBTQIA+.

“Faço músicas sobre amor, dor e questões sociais porque sou assim. Não penso duas vezes antes de me expressar. É isso que me torna humano”, disse à Rolling Stone.

4. Porto Rico no centro da narrativa

Em janeiro de 2025, Bad Bunny lançou o álbum DeBÍ TiRAR MáS FOToS, uma carta de amor à sua terra natal. Misturando reggaeton, plena e salsa, o disco explora memória, saudade e resistência cultural.

A capa, que mostra duas cadeiras de plástico Monobloc, tornou-se símbolo da simplicidade e da sociabilidade típicas da vida latina — presentes das calçadas de Porto Rico aos quintais do Brasil. Sobre o álbum, ele declarou à Apple Music: “Sinto muito orgulho do meu povo, da nossa forma de resistir e de continuar contando nossa história.”

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Além disso, o disco celebra elementos do cotidiano latino, desde comidas típicas até expressões linguísticas, transformando pequenas referências culturais em símbolos de identidade global. Ao compartilhar essas experiências com o mundo, Bad Bunny reforça que a cultura latina não é apenas música, mas um estilo de vida com memória, história e comunidade.

5. Do palco para o cinema: a cultura latina além da música

Bad Bunny não se limita à música: ele também vem conquistando espaço no cinema e nas séries, sempre carregando consigo referências da cultura latina. Estrelou Bullet Train e o biográfico Cassandro, além de participar de projetos futuros com Darren Aronofsky e Adam Sandler, mostrando versatilidade artística.

Mesmo atuando em produções de Hollywood, ele mantém elementos latinos em seus papéis e escolhas estéticas, além de defender causas sociais ligadas à sua comunidade. Cada atuação, seja em filmes de ação ou comédias, se torna uma extensão do seu manifesto cultural: mostrar que artistas latinos podem brilhar em qualquer mídia sem apagar suas raízes.

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