5 tramas do remake de Vale Tudo que foram meio sem pé, nem cabeça
A novela das nove chega ao fim nesta semana deixando saudades, polêmicas e algumas histórias que ninguém entendeu direito

ale Tudo pode até ter dividido opiniões, mas uma coisa é certa: todo mundo falou sobre a novela. O remake do clássico de Gilberto Braga, adaptado por Manuela Dias, foi assunto nas redes desde o primeiro capítulo seja entre quem reviveu a nostalgia de 1988, seja entre quem conheceu agora essa história cheia de reviravoltas.
Entre amores, traições e mistérios, algumas tramas emocionaram, outras irritaram e… algumas simplesmente não fizeram sentido algum. Com o fim se aproximando, reunimos cinco momentos que deixaram o público confuso e que poderiam muito bem ter ficado de fora.
1. O bebê reborn de Aldeide
A história da Aldeide (Karine Teles) com o bebê reborn começou e terminou num estalo de dedos. A personagem comprou o boneco de César (Cauã Reymond) e Olavo (Ricardo Teodoro) e se tornou obcecada pela “criança”. Logo depois, decidiu doar o boneco para uma menina da vizinhança. Fim.
A tentativa de surfar no hype dos reborns, que viralizaram neste ano, resultou em uma trama sem propósito, que não acrescentou nada ao enredo da personagem. A nova Aldeide, que ganhou uma postura mais infantil que a versão vivida por Lília Cabral em 1988, acabou perdida entre um figurino cor-de-rosa e o romance com André (Breno Ferreira).
2. As pouquíssimas tentativas de dar enredo ao Eugênio
Na versão original, Eugênio era o mordomo cinéfilo da família Roitman, vivido por Sérgio Mamberti, que brilhava com suas referências ao cinema clássico. No remake, interpretado por Luís Salém, o personagem perdeu completamente essa essência.
Sem as comparações divertidas com filmes, o novo Eugênio ficou sem identidade. Tentaram inserir um passado aleatório, como o fato de ele ser sobrevivente do naufrágio do Bateau Mouche IV, mas o assunto surgiu em uma fala e parou exatamente aí. A suposta relação com Freitas (Luis Lobianco) também evaporou.
O personagem, que na versão de 1988 encerrava a novela com uma fala icônica, virou quase figurante em 2025. Uma perda e tanto, considerando o potencial que tinha para render momentos nostálgicos e até metalinguísticos sobre a própria teledramaturgia da Globo neste ano em que a emissora completa 50 anos.
3. Tiago Roitman (e sua participação no geral)
Tiago (Pedro Waddington) começou como promessa do núcleo jovem de Vale Tudo, mas acabou virando piada nas redes por simplesmente desaparecer. Filho de Heleninha (Paolla Oliveira) e Marco Aurélio (Alexandre Nero), o personagem fazia parte de um triângulo amoroso com André e Fernanda (Ramille), que nunca engrenou.
Depois de críticas à atuação do ator, Tiago sumiu por vários capítulos e só reapareceu no velório da avó, Odete Roitman (Débora Bloch). Na história original, ele tinha uma trama densa, marcada pelo preconceito do pai que suspeitava da sexualidade do filho, algo que nem chegou a ser muito explorado aqui.
Seria muito mais interessante se dessa vez o Tiago assumisse um relacionamento com André e o conflito com o pai fosse além dele ser um homem que usa saia, mas é claro que para isso precisaria de um texto corajoso e de uma atuação à altura.
4. Raquel voltando à praia (de novo)
Um dos momentos mais comentados da reta final foi a decisão de fazer Raquel (Taís Araújo) perder tudo e voltar a vender sanduíches na praia, cena que não existia na versão de 1988. Depois de construir uma carreira sólida com o restaurante Paladar, a personagem sofre um golpe de Odete e acaba falida, retomando o mesmo ponto de partida do início da trama.
A mudança foi tão polêmica que a própria Taís Araújo disse ter ficado surpresa ao ler o roteiro. A virada durou poucos capítulos, mas foi o suficiente para gerar debate sobre a representação de mulheres negras na TV e sobre o que realmente significava essa “volta à estaca zero”.
5. O casal lésbico esquecido em Paraty
Cecília (Maeve Jinkings) e Laís (Lorena Lima) começaram como uma das promessas de representatividade do remake: um casal lésbico com uma filha, Sarita (Luara Telles). Mas a história delas foi deixada completamente de lado ao longo da novela. Recentemente elas voltaram a aparecer quando surgiu um suposto “pai biológico” da menina.
A reviravolta gerou críticas do público e até do Coletivo Dupla Maternidade, que publicou uma carta aberta à autora da novela, apontando desinformação sobre famílias com duas mães. As próprias atrizes responderam com mensagens carinhosas ao grupo, mas o estrago já estava feito.
No fim, o tal “pai” era uma farsa, e o enredo terminou tão rápido quanto começou, reforçando a sensação de que o casal foi mal aproveitado e usado apenas como “trama de ocasião”. Em Vale Tudo não houve espaço para boas representações LGBTQIA+, seja pelos personagens esquecidos ou pelo apagamento da bissexualidade de um dos protagonistas, César Ribeiro.
+Quer receber as principais notícias da CAPRICHO direto no celular? Faça parte do nosso canal no Whatsapp, clique aqui.