4 lições que Long Story Short nos dá sobre família, memória e tempo
Animação adulta da Netflix criada por Raphael Bob-Waksberg mistura humor ácido e melancolia para mostrar como crescer nunca é tão simples assim
streou no último dia 22 de agosto na Netflix a série Long Story Short, nova criação de Raphael Bob-Waksberg, o mesmo nome por trás de BoJack Horseman. Antes mesmo de chegar ao catálogo, a produção já tinha sua segunda temporada garantida — e não é difícil entender o motivo.
A animação acompanha os irmãos Avi (Ben Feldman), Shira (Abbi Jacobson) e Yoshi (Max Greenfield), que vivem dilemas da vida adulta enquanto voltam constantemente ao passado. Em meio a casamentos, divórcios, crises profissionais e festas de família caóticas, a narrativa salta por décadas — dos anos 1950 até os 2020 — mostrando como lembranças e traumas moldam cada geração da família Schwooper.
Além de animações como Bojack Horseman, se você curte séries como This Is Us, Six Feet Under, Modern Family e Gilmore Girls, vai se encontrar com Long Story Short. Ah, e vale ressaltar: a séria não tem uso de IA para a animação. É uma história sobre pessoas feitas por pessoas.
Entre piadas rápidas, diálogos afiados e momentos de pura melancolia, a série deixa algumas lições que atravessam gerações:
1. O tempo passa (e não anda em linha reta)
Parece óbvio, mas não é. Enquanto em muitas animações adultas os personagens nunca envelhecem, aqui a vida acontece sem pausa. Crianças viram adultos, casais se separam, cabelos ficam brancos. A linha do tempo de Long Story Short não é linear. Em cada episódio acompanhamos um pedaço diferente da história dessa família.
A série mostra, por exemplo, Avi lidando com a adolescência da filha em um episódio e no seguinte vemos como foi o seu próprio bar mitzvah, ou Shira enfrentando desafios com a mãe e a parceira, refletindo sobre erros do passado. Cada fase da vida traz suas próprias alegrias e dores, lembrando que a passagem do tempo é cheia de surpresas.
2. Amor é um sentimento universal, mas sua linguagem não
Naomi, a matriarca dos Schwooper, é a personificação do paradoxo do amor familiar: cuidado, cobrança e críticas cortantes andam juntos. Esse estereótipo da mãe que ama “puxando orelha” ganha ainda mais força por se tratar de uma família judaica. Seja pressionando os filhos a seguir tradições ou interferindo em decisões importantes, seu afeto quase sempre vem acompanhado de julgamento. Em uma discussão com a filha Shira, Naomi deixa isso claro: “Você acha que o amor é passivo. Você apenas senta e ama. Não. Eu te empurro porque te amo.”
Ao longo da série, vemos Avi e Shira revisitando traumas e memórias da infância, percebendo como a figura materna complexa (às vezes autocentrada demais) moldou a forma como expressam sentimentos. Eles raramente dizem “eu te amo” de forma direta; em vez disso, o afeto se revela em frases como “você sabe” ou “e eu sei”, um lembrete de que amar é complexo e cada relação tem sua própria linguagem.
Assim como você e sua família, os Schwooper carregam hábitos, inseguranças e pequenas mágoas que atravessam gerações. Pequenas decisões ou erros do passado reverberam na vida adulta, mostrando que as marcas familiares estão em comportamentos, escolhas e memórias — não apenas em fotos de álbum. E a série deixa claro: não precisamos repetir tudo o que nossos pais fizeram, mas também não é preciso carregar mágoas eternas.
3. Não temos somente um “papel”
Cada personagem é mostrado em transformação: Avi, o mais velho, aprende a lidar com responsabilidades e expectativas da mãe e da ex-esposa; Shira navega entre filha, mãe e esposa, mas sempre tentando não decepcionar ninguém; Yoshi, o caçula, enfrenta o sentimento de ser “extra” e de estar “perdido na vida”. Long Story Short deixa claro que rótulos familiares podem pesar, mas não precisam determinar a trajetória de cada um. Todos evoluem, erram e se reinventam ao longo da vida.
4. Pertencer pode ter vários significados
Entre tradições religiosas, dúvidas de fé e diferentes formas de viver a identidade judaica, os personagens descobrem que não existe um único jeito de pertencer. Seguir rituais, rejeitar costumes ou criar novas práticas não afasta ninguém da família. Todos ainda fazem parte da mesma história. Long Story Short lembra que pertencimento é plural e flexível, mas sempre envolve laços e histórias compartilhadas.
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