TDPM: Conheça o transtorno, similar à TPM, que é confundido com depressão

Entenda os sintomas, como é dado o diagnóstico e quais são os tratamentos para o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual

Por Juliana Morales Atualizado em 29 out 2024, 15h26 - Publicado em 23 ago 2024, 13h00
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corpo enfrenta várias alterações hormonais no período em que antecede a menstruação. Os efeitos disso são sentidos por grande parte das mulheres no inchaço e dor nos seios, cansaço, irritabilidade, dor de cabeça, constipação e as temidas cólicas. Todos esses sintomas são comuns à tensão pré-menstrual, mais conhecida como apenas TPM.

Você já deve ter ouvido falar bastante sobre a TPM, inclusive seguida de alguns comentários machistas, né? Mas existe outra sigla bem parecida que muita gente não conhece e pode confundir: a TDPM. Ela é a forma reduzida para se referir ao Transtorno Disfórico Pré-Menstrual.

Ficou confusa? Calma, neste texto, te explicamos o que é o TDPM, seus sintomas, causas e tratamentos e como saber diferenciar da TPM.

 

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O que é o TDPM

A ginecologista Juliana Teixeira diz que, antes de falar sobre TDPM, é preciso entender o que é a TPM de fato. Como já explicamos aqui a tensão pré-menstrual é uma alteração fisiológica das mulheres antes da menstruação. “Quando a mulher ovula, a progesterona sobe, se ela não engravida, o nível de progesterona cai. É essa queda que faz com que ela se sinta mais acuada, mais triste, tenha uma mudança no paladar, por exemplo”, explica à CAPRICHO.

Apesar de não ser tão agradável, os sintomas da TPM não atrapalham a rotina, o trabalho, os relacionamentos e a qualidade de vida em geral da mulher. Quando isso acontece, os sintomas ficam muito fortes, causando sofrimento e prejuízos, o problema é caracterizado como TDPM, ou Transtorno Disfórico Pré-Menstrual.

Em outras palavras, o TDPM é uma forma mais grave da TPM e requer mais cuidados.

Sintomas do TDPM (transtorno disfórico pré-menstrual)

Ter variações no no humor, se sentir mais sensível, triste e ansiosa e sem ânimo são sintomas comuns do TDPM. Em entrevista do Jornal da USP, Cristina Marta Del Ben, professora do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, explica que, por ter sintomas parecidos, o TDPM pode ser confundido com uma crise de ansiedade ou de depressão – mas são condições médicas diferentes, viu? 

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Ela explica que em um transtorno depressivo, os sintomas se mantêm por várias semanas sem interrupção, já o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual tem uma característica cíclica, surgindo nos dias que antecedem a menstruação. “Em geral, de cinco a sete dias antes da menstruação e tende a desaparecer dois ou três dias após o início do sangramento”, diz ao jornal.

Como é feito o diagnóstico de TDPM?

Não há nenhum exame que indique que uma pessoa tenha ou não TDPM. A conclusão é feita a partir da conversa e análise profissional.

“O diagnóstico é completamente clínico. O médico vai entender o quanto a pessoa sofre por conta do problema e o quanto ela é impactada por ele. Por exemplo, se a mulher tem desempenho muito ruim no trabalho durante o período, se tem decisões drásticas nos relacionamentos provocadas pelos sintomas”, explica Juliana.

Como é o tratamento de TDPM?

Juliana diz que é possível dividir os possíveis tratamento para TDPM em três formas, que podem ser combinadas para dar o melhor resultado.

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  • A primeira forma citada pela ginecologista é controlar o transtorno por meio de hábitos saudáveis, como acupuntura, yoga, mindfulness e terapia. Assim a pessoa entende que ela vai ficar diferente durante um período e cria estratégias para lidar com isso;
  • A segunda opção são os métodos contraceptivos que bloqueiam a ovulação, como anel, pílula e adesivos com hôrmonios. Afinal, se a mulher não ovula, ela não tem essa oscilação hormonal, que gera os sintomas;
  • Em alguns casos, há a necessidade de uma terceira maneira de tratamento, que é com remédios psicotrópicos, ou seja, que servem para estabilizar o humor da paciente.

Vale lembrar que, para saber qual o melhor tratamento, é preciso ter acompanhamento médico para avaliar uma série de fatores, ok? Busque uma ajuda especializada e se cuide!

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