SOS Sexo: ‘É verdade que o anticoncepcional piora enxaqueca?’

Para responder essa pergunta, é preciso entender os diferentes tipos de enxaqueca e de métodos contraceptivos

Por Da Redação 13 jun 2025, 18h00
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ma dúvida comum entre mulheres que querem começar o uso de anticoncepcional, mas sofrem de enxaqueca, é se a pílula pode acabar agravando a dor de cabeça. Com ajuda da ginecologista Juliana Teixeira, o SOS Sexo da CAPRICHO desta semana esclarece melhor essa relação, muitas vezes complexa, entre anticoncepcionais e enxaqueca. 

Direto ao ponto, a ginecologista responde que não só a pílula anticoncepcional, como qualquer método contraceptivo que tenha hormônio, como o implanon, anel ou adesivo, podem acarretar dor de cabeça em mulheres que antes não tinham ou piorar a uma dor de cabeça numa mulher que já sofre com o problema. Isso não é segredo e está previsto nas bulas dos medicamentos, tá?

Só que isso não é uma regra, e pode variar de acordo com cada pessoa. Algumas mulheres podem perceber a piora da enxaqueca ao começarem o uso da pílula, já, para outras, o medicamento pode não trazer efeito nenhum. Em alguns casos ainda, o anticoncepcional pode até mesmo melhorar a frequência ou intensidade da enxaqueca – principalmente mulheres que sofrem com a enxaqueca menstrual, que já te explicamos aqui na CAPRICHO. 

“Então, é preciso experimentar aquele hormônio e aquela via e acompanhar, observar qual é o feito dele”, diz a ginecologista. “Às vezes, a dor de cabeça também aparece com gatilho, por exemplo, na pausa da pílula. E aí, uma estratégia é usar a pílula sem pausa, por exemplo, para que você não tenha esses sintomas”, completa. 

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E quando o anticoncepcional pode piorar a enxaqueca?

Primeiro, vale deixar claro que ter dor de cabeça é diferente de ter enxaqueca. Existem diferentes tipos e classificações de cefaleias (dores de cabeça), e a enxaqueca é uma delas. Segundo, existem dois tipos de enxaqueca: com ou sem aura – e isso faz toda a diferença na hora da prescrição de um anticoncepcional.

Como explica a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), “a enxaqueca comum é caracterizada por dor latejante insidiosa, unilateral, pulsátil, com intensidade que pode causar incapacidade, com duração variável que pode atingir 72 horas”. Tem como sintomas comuns náuseas e vômitos e pode piorar com movimentos, na presença de luz, sons e odores. 

A enxaqueca com aura é bem semelhante ao quadro citado acima, mas apresenta alguns sinais a mais que antecedem ou ocorrem logo após o inicio da crise. Nesse caso, a pessoa pode ver faixas de luz, ter perda transitória da visão (total ou parcial), apresentar alterações na fala e tremores nas mãos.

Essa diferença de diagnóstico, de com ou sem aura, é considerada na hora da prescrição do método anticoncepcional. Pacientes que tem enxaqueca sem aura podem utilizar os métodos hormonais, desde que não ocorra a piora dos sintomas – aí deve-se buscar um ginecologistas para avaliar.

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Já mulheres com enxaqueca que mencionam aura há contraindicação na utilização de métodos hormonais combinados independente da via. “Nesta doença há uma associação com aumento de risco de infarto do miocárdico e de acidente vascular cerebral, que se eleva na utilização de hormonais combinados pela presença do estrogênio”, explica artigo da Febrasgo. Nesses casos, métodos não hormonais como o dispositivo intrauterino ou os contendo apenas progestagênios são os mais indicados. 

“Por isso, é importante comunicar ao ginecologista na hora da escolha do método contraceptivo, se você tem enxaqueca de repetição e principalmente se for a com aura”, alerta Juliana.

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