Scream Club: grupo se encontra semanalmente para gritar e liberar emoções
Na margem do lago Michigan, em Chicago, pessoas usam o grito como forma de extravasar depois de uma semana difícil – e essa pode ser uma ótima ideia

uem nunca sentiu vontade de sair gritando depois de uma semana mega estressante? O coach americano Manny Hernandez levou esse desejo a sério e convidou sua parceira Elena Soboleva para gritar à margem do lago Michigan, em Chicago, após dias difíceis em dezembro de 2024, e ela aceitou. Depois desse dia, o casal passou a ir ao lugar com frequência para gritar, segurando uma placa convidando quem também tivesse tido uma semana ruim a se juntarem a eles.
“Uma mulher veio. Então, na semana seguinte, mais pessoas apareceram e [o grupo] continuou crescendo”, disse Elena em entrevista à PEOPLE. Em junho deste ano, o casal criou uma conta no Instagram para o Scream Club para organizar melhor os encontros, e a comunidade foi só aumentando, até chamar a atenção da imprensa local.
Todo domingo, eles se encontram no local às 19h. Praticam um exercício de respiração, e depois anotam em um papel biodegradável suas ansiedades e angústias da semana, que, em seguida, jogam no lago. Após o exercício, finalmente, chega o momento dos gritos, que começa mais baixo, com um “aquecimento”, até os gritos mais altos e “primitivos”. O encontro encerra com cumprimentos e abraços.
Gritar ajuda no estresse do dia a dia mesmo?
Hernandez contou à PEOPLE também que conheceu a prática de respiração e o grito como estratégia de liberação emocional em uma aula em Los Angeles. No começo, estava “supercético” em relação à prática. Mas na, primeira sessão, saiu da aula em lágrimas e entendeu o poder daquilo. “Lembro-me de pensar: ‘Por que ninguém mais sabe disso?'”, diz.
Anderson Siqueira Pereira, psicólogo, doutor em psicologia pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e professor na Wainer Psicologia Cognitiva, explicou em reportagem do UOL que gritar realmente libera substâncias que aliviam o estresse. “Ao gritar, a amigdala e o sistema límbico, que são os responsáveis pelo processamento das emoções e pela avaliação de perigo, são ativados. O cérebro interpreta a situação como perigosa e libera neurotransmissores semelhantes aos emitidos durante a prática esportiva. Esses neurotransmissores diminuem a sensação ruim que um momento de estresse pode ter gerado”, afirma.
Mas ele alerta que gritar demais, toda hora, pode ter o efeito oposto: “o excesso de neurotransmissores pode causar mais estresse, transtornos de ansiedade e depressão”.
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