Raíssa Müller conta como foi sair do Sul do Brasil e apresentar projeto inovador em Harvard
Aos 19 anos, gaúcha desenvolve um projeto de pesquisa sustentável, que propõe uma solução para o grave problema dos rios poluídos.
“O segredo do sucesso é a constância do propósito”. Essa é uma das frases favoritas da gaúcha Raíssa Müller, de 19 anos, moradora de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, que acabou de voltar de Harvard, em Massachusetts, Estados Unidos, onde participou por dez dias do Village To Raise a Child . “É a primeira vez que a Universidade lança esse programa de incentivo a jovens talentos com projetos inovadores, que influenciam positivamente o lugar onde vivem”, explica. Apenas mais uma brasileira, além da Raíssa, foi selecionada. O restante dos jovens era do Sri Lanka, do Nepal e das Filipinas.
Há um ano, a estudante da Fundação Liberato, que se forma em maio de 2015, começou a colocar em prática a ideia de uma esponja que filtrasse todas as sujeiras que poluem os rios. “Quando tinha 11 anos, o Rio dos Sinos, nossa única fonte de água na região, foi prejudicado por conta de um derramamento de óleo. Toneladas de peixes morreram, nós ficamos sem água e eu não conseguia aceitar que não era possível fazer nada para mudar essa situação”.
A ideia da esponja mostrou-se um tanto quanto complicada, mas, com a ajuda da orientadora do projeto, a professora Schana Andreia, Raíssa conseguiu encontrar uma solução, mais conhecida como Criptomelano . Calma, o nome é difícil, mas a saída para o caso é bem simples e Raíssa explica tudo bem direitinho no vídeo abaixo, que gravou para o processo seletivo de Harvard.
“Fiquei sabendo do Village To Raise a Child em cima da hora e, para conseguir terminar a minha inscrição, fiquei duas noites sem dormir!”, lembra Raíssa. Gravar o vídeo, preencher a ficha de inscrição, responder a questionários, enfrentar a etapa de votação popular e sobreviver a entrevistas foi cansativo, mas todo o esforço valeu a pena quando a estudante viu que seu nome estava na lista de aprovados.
Raíssa e os outros jovens selecionados não tiveram nenhum tipo de despesa com o programa. Lá em Harvard, eles participaram de palestras e workshops, assistiram a aulas na universidade e, é claro, apresentaram seus projetos para alunos e professores . “Fiz muitos contatos por lá e, logo quando voltei, recebi uma proposta de alguns investidores. Mas ainda não é nada certo. Investimento é a única coisa que falta para testar o projeto em larga escala”, explica Raíssa, que está otimista.
Não precisamos nem dizer que a Universidade de Harvard, um sonho para muitos estudantes ao redor do mundo, é imensa, né? A gaúcha baixou um aplicativo no celular, uma espécie de Google Maps da instituição, para não se perder. “O campus é enorme e a biblioteca é o lugar mais incrível de todos ! Os estudantes passam muito tempo nela. É um ambiente descontraído, que tem tudo o que você precisa: desde livros, é óbvio, até salas equipadas com televisões para você ensaiar apresentações. Treinei muito por lá!”.
O projeto de Raíssa Müller pode salvar muitos rios, mares e oceanos, que, atualmente, se encontram em péssimas condições. Uma tristeza só. Mas a estudante acredita em um futuro melhor e aconselha que você aí, do outro lado da tela, confie em si mesma: ” A gente idealiza muito o nome Harvard, mas nos esquecemos de que os professores e alunos de lá não são superheróis, mas pessoas com propósitos, que se desafiam todos os dias. Não existe nenhum sonho impossível”.
Nós acreditamos em um mundo melhor e você? Afinal, “o segredo do sucesso é a constância do propósito”. 😉